33.

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Até breve.

Sacudidas bruscas e barulhos de tiro, estava tudo rodando e meu ouvido zumbia incansavelmente. Foi ai que eu acordei.

-Livie. Acorda, anda chega de dormir.- Alguém falou me sacudindo de leve.

-Exageraram na dose.- Reconheço essa voz de imediato.

O que Tomas está fazendo aqui?

- Culpa sua para variar.- Impossível não reconhecer a voz de Clara o respondendo critica.

Hora de levantar.

Juntei minhas forças para abrir os olhos e dar um impulso para me sentar.

-Calem a boca por um minuto.- Reclamei e senti uma mão apoiando minhas costas me ajudando a sentar.

-Bom dia bela adormecida.- Tomas estava parado na minha frente com um copo de água agachado.

Quase todos estavam a minha volta menos ele.

-Não sei se devo aceitar, bebe primeiro.- falei desconfiada, eu ainda não sabia o que estava acontecendo.

-Respeito sua desconfiança.- Ele disse e deu um gole.- Viu, sem veneno.- ele respondeu me entregando o copo.

-Vamos ver daqui a cinco minutos quando você estiver se debatendo no chão.- Peguei o copo da mão dele contragosto.

-Bom, pelo jeito não vou estar sozinho.- ele respondeu provocativo sorrindo. Seu bom humor havia voltado, eu sentia que ele queria mudar sua situação e quebrar o ciclo de sua família.

Olhei para a porta entreaberta.

Fiquei apagado por um bom tempo, meu corpo ainda estava um pouco mole e pesado. Respirei fundo, não podia estar pensando nele enquanto eu havia arriscado minha vida para poder estar nessa missão.

-Isaac avisou tem quanto tempo?- Me levantei devagar com o apoio de Tomas e Clara me encarou assustada. Acho que eu havia ficado muito tempo apagada pela sua reação.

-Como você sabe? Quer saber esquece, tem dez minutos.- Ela respondeu segurando o copo que lhe dei agora incrédula.

-Nunca mais faça isso, está me ouvindo?- Tomas cochichou no meu ouvido.

Ri ao ver sua preocupação.

-Fica tranquilo, está foras dos planos me arriscar para acabar com a sua família traficante.

Ele riu ironicamente.

- É sério eles te machucaram? Você ficou muito tempo apagada. Eu cheguei primeiro para que não te levassem para o porto junto com as outras.

-Relaxa, eu que devia ter pegado mais leve com eles. Conseguiu soltar quantas?

-Quatro de sete. Elas "Fugiram".- Ele piscou e eu ri de sua cara sapeca.

-Se você fazer isso de novo sou eu que vou te matar.- Clara disse marchando na minha direção.

-Calma, eu estou aqui inteira não estou?- Falei observando seus olhos se encherem de água, eu sei qual tipo de culpa ela carrega. Infelizmente não escolhemos por quem nos apaixonamos, ela não tem culpa. Conheceu um lado de Rafael que eu nunca vou conhecer e por isso eu a perdoei antes mesmo de sair da cabana.

Ela me abraçou repentinamente, eu sem saber reagir a esse contato a abracei de novo.

-Rafael estava te esperando na cabana. Não se sinta culpada, eu não te culpo.- Falei em seu ouvido e ouvi um suspiro de alivio misturado com um soluço de choro.

Zona de GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora