9.

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Á volta.- Revisada.

Chegamos no galpão e não havia ninguém no local. Nem ao menos um vestígio, era como se ninguém nunca tivesse pisado ali. 

-Merda Stan.- Bati a mão no volante, manobrei o carro parando na frente do galpão. 

Desci para abrir o portão. 

Mitch pulou para o lado do motorista e dirigiu o carro para dentro do segundo galpão.

Fechei o portão e caminhei até o carro, ele havia o colocado debaixo da clara boia gigantesca que tinha no teto. Eu estava exausta, passei a mão no meu cabelo apreensiva deixando ele para trás. Me apoiei no porta malas do carro, escutei a porta do carro bater.

-Alguma ideia?-Mitch parou na minha frente com a testa franzida.

-Parece que eu tenho alguma ideia?- Levantei a cabeça o encarando com a sobrancelha arqueada.

Ele bufou e cruzou os braços. Estávamos cansados mais um toque vindo de dentro do carro chamou nossa atenção, corri até o porta luvas e abri ele e encontrando um celular que havia sido colado na parte de dentro em cima. 

-Onde vocês estão?- A voz de Stan denunciava que ele não estava satisfeito com o "incêndio".

-No Galpão.- Respondi.

-Menos mal, vão para casa agora, e não falem da missão até eu chegar. -Stan desligou na minha cara.

-O que ele disse?-Mitch perguntou sério.

-Então?- Tomas me encarava também.

-Vamos para a casa, não temos autorização de falar sobre a missão até ele chegar.- Dei a volta no carro e entrei no lado do motorista.

O rosto de Tomas tomou feições mais tranquilas e Mitch suspirou enquanto inclinava a cabeça levemente para o lado. Ele sabia o que viria no dia seguinte, querendo ou não foi um dos dons que desenvolvemos ao trabalhar com ele anteriormente.

Na estrada.

Dentro do carro o único som que se ouvia era da respiração pesada de Tomas que dormia no banco de trás. Estávamos na estrada há cerca de uma hora, não trocamos mais nenhuma palavra desde a ligação.

-Pode dormir. Não vou ficar chateada.- Falei com um tom bom humorado alongando meus ombros para trás.

-Estou bem, ainda são quatro da manhã.-Mitch respondeu com a voz meio pesada de sono.

-Não sofra por antecedência, não fizemos nada de errado.- Confortei ele o olhando brevemente.

-Não?- Ele me encarou de relance e voltou para a estrada.

-Fizemos. Nada que não se justifique, não foi nada demais. Já fizemos coisas piores.- Respondi apoiando novamente o braço na porta.

-Sua voz parece não concordar muito com isso.

-Temos problemas com planos. E em seguir eles.

-Eu sei.- Sua voz tomou um tom pesado repentinamente.

-Não fica com isso na cabeça, foi só uma missão. A primeira.- Dei de ombros.

-Foi isso? - Ele me olhou.

-Isso o que?.- Franzi a testa.

-Que você disse na última vez.- Ele me encarou.

-Vai dormir Mitch.- Respondi engolindo seco segurando uma risada sádica.

Desliguei o rádio dez minutos depois quando ele perdeu sua luta contra  o sono.

Zona de GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora