Quanto a isso.
Respirei fundo.
O barulho da chuva aumentou invadindo o quarto repentinamente.
Seus olhos encontraram os meus. Abaixei a cabeça e a mexi negativamente espantando todo medo que me consumia. Eu sentia uma vontade avassaladora de dizer tudo que passou na minha cabeça nos últimos meses. As missões, voltar para o centro tarde da noite enquanto ele dormia no banco do passageiro, o apoio que ele me dava nas hipóteses malucas que criávamos para entender as missões...
É assustador sentir tudo de novo de uma vez só.
-Livie?- Ele perguntou preocupado. Levantei a cabeça
-A missão está me incomodando. Falar do que aconteceu e do jeito como aconteceu. Ter me falado que agi como se eu fosse uma adolescente piorou a situação.- Engoli seco, sua expressão preocupada deu lugar para a culpa.
-Não foi fácil ver você com uma arma na apontada para a sua cabeça, ainda mais vendo alguém que confiamos atrás dela com o dedo no gatilho.- Ele respondeu.
-Não foi só ele.- Tentei olhar em seus olhos por um segundo.
-Como assim? Quem mais fez isso com você?- Sua voz tomou um tom de raiva.
-Stan, para proteger o Evandro.- Falei com nojo deles.
-Canalha.- Sua respiração transbordava ódio.
Sequei o canto do meu olho que havia enchido de água e puxei ar mais forte já que meu nariz estava querendo ficar entupido por culpa da vontade de chorar.
- Está tudo bem...- Forcei um sorriso.
-Não está não. Duas pessoas que você confiava te traíram, não se aponta a arma para a cabeça de ninguém que já confiou em você.- Ele se acalmou um pouco ao ver minha reação.
-Eu não posso confiar em mais ninguém... Sei que sempre vai ter uma arma na minha cabeça de alguma forma, se não for exterior vai ser interior.-Respondi engolindo seco.
-Livie...- Ele disse calmo e compreensivo.
-Hoje só por um minuto eu desejei que o gatilho fosse apertado sabe... Só para acabar de uma vez, mais como você disse.. Não vale a bala.
-Vem aqui.-Ele disse abrindo os braços.-Não pensa nisso agora, okay?.-ele disse quando me aproximei e sentei no canto da cama.
-Eu só queria um pouquinho de uma vida normal, problemas normais.- Me apoiei em seu peito, ele me puxou para perto e me abraçou ainda na cama do hospital.
-A morte não traz a paz. Sabemos melhor que muitos...-Ele falou com a cabeça apoiada na minha.
Fiquei em silêncio pensando sobre isso.
-Você não precisa ser uma muralha sempre.- Ele falou, respirei fundo e tentei controlar as lágrimas que aos poucos cessaram.
Passamos poucos minutos daquele jeito.
-Não vou ficar te perturbando e molhando sua belíssima roupa com as minhas lágrimas.- Falei secando meu rosto.
-Não se preocupa com isso. Só fica quieta.-ele falou com a voz meio rouca.
-Engraçado que você está todo quebrado e eu sou a que está sendo salva.- Comentei olhando em seus olhos.
-Irônico na realidade.- Ele me encarou tranquilo.
Não faço ideia do que sentir, pensar ou como agir.
Eu quero ficar aqui. É minha única certeza.
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Zona de Guerra
حركة (أكشن)Após uma missão mal executada, problemas surgem na vida de Livie como uma cascata, forçando-a a enfrentar decisões cruciais. Ela se vê diante de um dilema: retornar à sua paixão de sempre, sem carregar as mágoas do passado, ou mergulhar de cabeça na...