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Família Perversa.

A mulher ruiva se aproximou me analisando da cabeça aos pés assim como ele fez no primeiro dia. Ela foi na direção dele e o ajudou a levantar, vários homens entraram na sala em seguida. por isso não reagi a ajuda dela para ele.

-Ele nunca foi muito educado.- Ela deu a mão para ele. Ao se levantar ainda cambaleando ele passou o dedo no lábio inferior tirando o sangue.

Eles tinham algumas semelhanças, irmãos.

-Quando éramos pequenos a semelhança era maior.- Ela chamou minha atenção, devo ter passado tempo demais encarando os dois. 

Por instinto me afastei deles.

Só posso contar com a Clara que esta posiciona em algum prédio próximo, por sorte ela não disse onde pretendia ficar para ninguém.

-Irmãos então. Você realmente sabe esconder as coisas Tomas.- Falei tranquila. Ela se aproximou, todos estavam armados e por um acaso as armas estavam apontadas para mim.

-Honestamente, não dificulta.-Ela disse parada ao meu lado com a mão no meu ombro. Engoli seco e sorri. Não vali a pena lutar mais. Ajoelhei, joguei as armas para perto dos seguranças e coloquei as mãos atrás da cabeça em total submissão.-Boa garota.- Ela disse pegando a arma do meu coldre.

-Ela você obedece.-Tomas disse fingindo estar desapontado. 

Eu preciso de um plano e tempo.

-Vem cá, qual o plano de vocês agora? Me executar e seguir com esse tráfico de mulheres por todo o país.- Perguntei olhando para ela. A única que parecia saber de alguma coisa naquela sala. Ser inconveniente poderia me dar mais tempo.

- Não te interessa.- Ela falou me encarando, virou de costas e começou a passar ordens para dois homens.

-Deve ser difícil, né?- Olhei para o Tomas que ficou parado ao meu lado encarando ela.

-O que?- Ele disse concentrado nas ordens da irmã enquanto apontava uma arma para mim.

-Saber que ela é a preferida. Tá na cara, ela ficou no comando.- Ele virou para mim.-Enquanto você... foi feito de isca.

-Esse seu joguinho não vai dar certo comigo.- Ele cortou, me encarou semicerrando os olhos. Sorri cínica e olhei em seus olhos.

-A verdade não é um joguinho cruel que eu criei.-Travei o maxilar. -É a verdade, e você sabe disso.

-Não confiam nela. Eu fui mandado para ficar infiltrado, não ela.- Ele disse e o orgulho foi sumindo a cada palavra.

-Você acredita mesmo nisso?- Ergui a sobrancelha.-Não ficaria surpresa se você acreditasse no papai noel também.-Vi de canto de olho ele fechar o punho irritado.

-Sai de perto dela. Você é tão burro assim, ela vai te manipular com o pouco que sabe. Não de mais informações.- Ela veio na minha direção marchando e colocou uma fita na minha boca. 

-Vai chamar o pai.- Ela ordenou a ele, ergui as sobrancelhas surpresa. 

-Vai você, não vou sair daqui. Ela não é confiável.- Tomas argumentou sádico.

A cara da ruiva expressou um 'nem você' com os olhos, não contive uma risada baixa e sarcástica.

 -Ela já te nocauteou uma vez.- Ela argumentou apontando para mim. Eu dei de ombros quando ele olhou para mim, a ficha dele caiu.

-Manda um deles. Não sou seu capacho.- Tomas falou e saiu de perto pegando um maço de cigarro em seu bolso indo na direção da janela.

-Vocês dois, avisem o chefe que pegamos uma. O tragam para cá.- Ela ordenou, dois homens saíram da sala sobraram apenas três.

Zona de GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora