Guerra.
-Clara, se você der mais dois passos eu atiro no seu pé. E quem não irá para a missão será você.- Falei mudando o foco janela do quarto para Clara, faziam horas que eu escutava seus pés batendo no piso de um lado pra o outro.
Haviam se passado cerca de duas horas desde que Rafael saiu do quarto.
- Se eu sentir toda a dor de ficar andando assim de uma vez, pode ter certeza que eu mesma faço isso.- Ela disse passando a mão dentro dos cabelos ainda exalando ódio.
-Senta e espera.- Mitch finalmente falou alguma coisa. Clara obedeceu um pouco receosa.
-Eu vou resolver isso.-Levantei abruptamente atraindo olhar dos dois em sequência.
-Não vai resolver nada na base da raiva.- Clara falou aparentemente mais calma.
-Você quem estava quase cavando um buraco no chão de tanto ir de um lado para o outro, não eu.-Respondi de forma automática, todos estávamos a for da pele a essa altura. Ela se quer percebeu que eu havia respondido seu comentário, parecia distante e olhava para o Mitch com um certo receio.
-Livie, senta não é hora para isso.-Mitch me encarou.
Me senti ofendida por ele achar que tem esse tipo de poder sobre mim, ele estava machucado não morto e ainda assim eu tenho total independência de tentar mudar algo que pode influenciar diretamente no meu futuro.Eu não sou um cachorrinho que precisa ser adestrado e vigiado, ele teria que aprender isso uma hora ou outra.
- Eu tenho um plano. Vocês só precisam fingir que aceitaram que eu não vou participar da missão e o mais importante fazer com que ELE acredite nisso fazendo o que ele pede.- Eu estava genuinamente calma e tentei passar isso pelo meu tom de voz.
-E como isso interfere ou liga ao seu plano?.-Mitch se virou para mim.
-Quanto menos você souber melhor.-Fui em direção a minha jaqueta e peguei ela.- Confia em mim pelo menos uma vez.-Inclinei a cabeça levemente e sorri de canto de boca.
-O que falamos quando perguntarem para onde você foi?-Clara disse com um copo de água na mão, não percebi sua movimentação ela parecia um fantasma quando queria.
-Que eu voltei para o acampamento, pra arrumar minhas coisas. Não estarão mentindo, mais até chegarem lá...Posso estar bem longe.-Falei enquanto caminhava até a porta, parei com a mão na maçaneta quando senti uma mão no meu ombro.
-Nada suicida, de preferência.-Mitch falou com uma mão ainda no meu ombro e outra em sua costela.
-Não vou fazer nada que você não faria caso necessário.-Respondi tentando não fazer muito contato visual.
-Então devo me preocupar.- Ele respondeu sério.
-Deve?- Respondi e abri a porta, balbuciei um "se cuida" e sai do quarto.
Eu precisava de mais ou menos quinze minutos para conseguir tudo que eu precisava. Arrumei o capuz da minha blusa e fui para a minha cabana correndo, entrei e peguei minha mochila já arrumada no caso de ser chamada de última hora para a missão. Estava tudo lá, ou quase. A chave do carro estava no quarto da Clara. Saí da cabana, fechei a porta e fui em direção a dela.
Quando cheguei na porta ouvi um barulho, olhei pela janela para dentro e a luz estava acessa. Olhei para dentro e lá estava o Rafael, com a toalha na cintura molhado. Engoli seco. Momento perfeito. Abri a porta fui até a mesinha da cozinha e peguei a chave já guardando ela.
-Clara o chuvei...-A cara dele fechou.- O que você está fazendo aqui?.-Ele me encarou segurando a toalha.
-"Relações interpessoais são proibidas entre os agente." Lembra dessa frase?
-Fui eu que disse ela.- Respondeu seco.
-Que bom que lembra. Como vocês homens sabem ser patéticos.- Me virei em direção a porta e senti sua mão quente no meu braço.
-Sabe que nunca foi pessoal né? Eu realmente me importei, não era teatro.
-Não sei de nada e estou pouco me fodendo para o que você acha.-Respondi me soltando dele.
Tenho total consciência que sua vontade era de me prender ali mesmo e não me deixar sair da cabana, apesar desse risco eu não tinha nada a perder.
Cheguei no estacionamento e andei em direção ao meu carro. Por incrível que pareça não haviam seguranças naquela área.
É agora ou nunca.
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Zona de Guerra
حركة (أكشن)Após uma missão mal executada, problemas surgem na vida de Livie como uma cascata, forçando-a a enfrentar decisões cruciais. Ela se vê diante de um dilema: retornar à sua paixão de sempre, sem carregar as mágoas do passado, ou mergulhar de cabeça na...