Hotel.
Cerca de quarenta minutos depois estávamos em outra cidade mais ao interior. O GP's apontava um hotel no centro da cidadezinha.
Acabei adormecendo, toda aquela tensão de dirigir a mais de duzentos quilômetros acabou comigo. O que não foi uma boa escolha, dormir cansada depois de uma missão só gerava uma coisa. Sonhos Lúcidos.
...
Acordei em um quarto de hotel na beira da praia, a brisa do mar fazia com que as cortinas brancas voassem na minha direção. Forcei meus olhos os piscando devagar por culpa da luz forte que vinha na minha direção. Pisquei e me arrumei na cama me sentando.
Foi quando vi uma sombra familiar se aproximando. Ele veio calmamente e me deu sua mão. Quando toquei nele pude ver seu rosto, seu corpo tomou forma. Não era mais só a sombra que cruzou a porta. Era ele. Eu sentia seu cheiro, seu toque, a briza marinha no quarto. Levantei, ele acariciou meu rosto com a mão esquerda e puxou minha mão com sua direito colocando em seu coração.
-Sou eu.- Ele falou.-Não precisa ter medo. Teve um pesadelo logo na nossa lua de mel?-Eu admirava suas palavras em choque, totalmente paralisada. Cada traço do seu rosto, era tão real.-Ainda bem que tranquei suas armas no cofre.- Ele se afastou.-Se não você teria me matado de novo.- Ele se afastou mais ainda. Minhas pernas doíam, minha cabeça latejava.
-De novo?-Foi a única coisa que saiu da minha boca, meu olhos marejaram.
-Sim, como você fez naquela missão.- Ele se virou de frente para mim, uma marca de bala estava no meio de seu peito e seus olhos estavam sem vida.-Não se lembra? "Eu nunca erro um tiro".-Ele imitou minha voz com clareza. Um flash dessa frase, desse exato momento voltou em minha cabeça, passando como um flashback ruim. As lágrimas desciam em meu rosto, não consegui olhar para ele e me virei de costas.
O tempo fechou e a briza calma deu lugar para o tormento de uma tempestade.
-Vira pra cá. Olha pra mim, veja o que você fez comigo.-Ele disse sério e se aproximando. Ele me envolveu com seus braços pelas minhas costas, não era mais reconfortante, era sufocante.
-Me solta. Está me machucando.- Falei chorando.
-Não é nem perto da dor de um tiro.- Ele apertava mais ainda. Pisei em seu pé, levantei cabeça batendo em seu nariz e corri para perto da porta. Ele me alcançou e me prendeu contra a parede de cara com ele, me segurando pelos pulsos acima da minha cabeça.
-Eu não sabia. Me perdoa.- Falei chorando.-Eu te amava.-Implorei soluçando.
-Amava? Então já tem outra pessoa.-ele disse com a boca colada na minha bochecha.
- Eu te amo...
Fiquei quieta.
-Olha pra mim. O tiro que você me deu e me matou...- Ele levantou a mão.-Livie.- Peguei a faca em seu bolso e coloquei no meu pescoço.
Fechei os olhos, quando abri e assustei e soltei a faca que caiu no chão do carro. Estávamos no acostamento de uma estrada. Meu peito subia e descia freneticamente, eu quase me machuquei. Mitch me encarava pálido ele havia colocado a mão na frente da miha e a empurrado para baixo.
-Sonho lúcido?- Ele perguntou pegando a faca no chão. Passei a mão na minha testa empurrando meu cabelo para trás. Sua mão estava levemente cortada e sangrando.
-Sim.-Respondi engolindo seco.
-Já aconteceu comigo.- Ele enfaixou a própria mão e guardou a faca. -Uma dica, fica longe das facas e armas. Talvez qualquer coisa cortante ou o que te mate.- Ele disse estendendo a mão esperando que eu estregasse as outras armas.

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Zona de Guerra
ActionApós uma missão mal executada, problemas surgem na vida de Livie como uma cascata, forçando-a a enfrentar decisões cruciais. Ela se vê diante de um dilema: retornar à sua paixão de sempre, sem carregar as mágoas do passado, ou mergulhar de cabeça na...