Capitulo 25- Rhysand

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(não se esqueçam de comentar e votar isso ajuda demais a incentivar a autora a continuar postando, boa leitura)

Eu fugi. Fugi antes que Feyre tivesse a chance de me alcançar, eu era um babaca covarde igual ela havia gritado - tinha conseguido ouvir mesmo do elevador- mas não importava.

Não me arrependia de ter encurralado Keir na parede, não, ele mereceu aquilo por cada coisa que havia dito e aquela última fora só o tiro final para que aquela raiva escaldante -um novo tipo de raiva, o mais profundo ódio que eu só havia sentido poucas vezes na vida- me dominasse.

Vadia.

A palavra me dava nojo, não suportava ouvi-la, muito menos sendo dirigida á Feyre. Mas sabia que não devia ter feito aquilo, não quando isso poderia desenterrar memórias dela, memórias tão dolorosas que sabia que ela tentava esquecer.

Um escritório sangrento e um corpo esparramado na parede de livros.

Bile me subia a garganta só de lembrar da história. E uma incrível vontade de caçar Tamlin e o arrastar direto para o inferno.

Então me afastei sem nem olha-la porque eu preferia minha propria morte a ver o olhar de reprovação que com certeza estampava o rosto de Feyre, a decepção ou pior, medo. Aquilo eu não aguentaria não depois de já ter visto os olhos azuis-cinzentos de Feyre brilharem, brilharem para mim.

E Feyre havia lidado bem com Keir, mesmo com seus ataques velados ela se manteve imperturbável. Parecia como uma rainha em seu trono. Sua mão em minha coxa havia tido efeito absoluto e instantâneo sobre mim, me acalmando como era o intuito e fazendo com que todo meu corpo ansiasse por mais. O mundo reduzido naquele pequeno contato, era sempre assim quando Feyre me tocava.

Não devia ter me descontrolado, não devia ter deixado minhas emoções me dominarem, não devia ter deixado meus sentimentos tão expostos -eu nunca agia assim- porque por mais que eu não houvesse encarado Feyre havia visto a expressão de Mor, e eu sabia que ela tinha percebido, que ela sabia a verdade.

Minha prima sabia o motivo pelo qual eu quase enforquei Keir, Mor havia visto e entendido.

Feyre, eu sabia, não suspeitava de nada, e com certeza não associaria meu ataque de fúria a qualquer outro sentimento. Isso pelo menos eu ainda poderia manter para mim -e agora para Mor também- mesmo que as vezes meu único desejo é dizer pra ela tudo aquilo, tudo que eu sinto. Mas eu não podia, tinha noção de que não podia, e toda vez que a ideia se passava na minha mente eu repetia as mesmas palavras.

Não é disso que ela precisa. Ela não sente o mesmo. Ela te vê como um amigo. Seja grato por isso. Você não a merece. Ela te rejeitaria.

E se não rejeitasse faria pior, poderia ficar comigo por pena, para não me magoar. Porque eu conhecia Feyre, ela sempre colocaria a felicidade dos outros na frente da própria, independente se fosse o que ela queria ou não. E isso só tornava as coisas ainda mais complicadas.

E mesmo sabendo disso eu quase dei nas caras hoje. Quase expus o que tentava esconder e mascarar com tanto afinco, tudo isso por um verme filho da puta que nem Keir. Eu era um idiota, burro e egoísta, era isso que eu era.

E por esses motivos em vez de sair com as meninas da forma como havíamos combinado tinha me trancado no escritório a tarde toda. Revisando mais de uma vez papelada que já havia revisado antes, falando com fornecedores do evento do desfile, com a galera da decoração e aproveitei e dei uma ligada para Amren.

Ela havia saído num vulto da sala de reuniões, muito provavelmente frustrada pelas idiotices de Keir, e quando perguntei ela apenas me disse que aquilo tinha sido uma perda de tempo e que eu não devia mais deixar que os caprichos de Keir fossem atendidos, até ai não podia discordar, logo depois ela desligou dizendo que estava ocupada.

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