A Pior Semana Part. II !

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— Eu estava esperando me avisar quando deveria ir buscá-la. – Steve pontua ao ver a esposa entrar no quarto, horas mais tarde, ela aproxima-se do marido lhe dando um carinhoso beijo antes de afastar-se já abrindo os botões de sua blusa.
 
— Meu pai me deixou na portaria, como foi seu dia?
 
— Um pouco tumultuado, mas ainda estava sob meu controle, e o seu? – ele responde deixando de lado o livro O alquimista, que havia iniciado a leitura no domingo.
 
— Estudei tanto documento que estou com dor de cabeça.
 
— Já jantou? – Steve pergunta e ela confirma.
 
Natasha encaminha-se para o banheiro onde remove suas roupas e deixa no cesto de roupa suja, antes de remover a maquiagem do dia e entrar embaixo do chuveiro para banhar-se, relaxando embaixo da cascata de água quente que caia em torrente por seu corpo, diminuindo a tensão que estava instalada em seus músculos, após o banho ela coloca um pijama de short e camiseta em seda, retornando a cama após escovar o cabelo deixando-os soltos após ter passado a escova nos fios.
 
— Não faz idéia do que aconteceu hoje. – Ela retorna a cama já explanando ao marido o ocorrido, e Steve tira sua atenção novamente do livro, para ouvir a esposa. — Deu uma tapa na cara de Henry Truman.
 
— O que?
 
— É, eu estava tão irritada ao saber que ele estava lá no escritório, apenas devolvi os documentos do novo caso, acertei uma tapa na cara dele e o mandei ir pro inferno. – Natasha explica e escuta o marido rir ao ouvir sua explicação.
 
— Você não me contou o que houve realmente, quer conversar sobre?
 
— Ada começou a falar coisas sobre mim, e o que eu fiz no nosso matrimonio, e deixou escapar coisas que o marido dela falava de mim, Henry Truman estava me difamando, ele falou coisas ruins sobre mim Steve, e tenho certeza que ela provavelmente repassou para amigas dela, aquele homem tentou ter algo comigo e me difamou quando não conseguiu. – Ela explica ao marido que a mira um pouco surpreso.
 
— Eu nunca quis bater em um homem de idade acima da minha antes, mas agora eu adoraria quebrar um dente dele.
 
— Nem deve ser dele mesmo. – Nat pontua e ambos começam a rir. — Eu já me defendi, Meu pai quebrou o contrato com Henry, ficou do meu lado, isso me deixa feliz saber que tive o apoio dele como advogada da firma e como filha.
 
— Que bom meu amor.
 
Ele a beija carinhosamente e ela repousa a cabeça no peito dele, e pede para que leia em voz alta para que ela possa ouvir o mesmo, e Steve acata o pedido da esposa, percebendo em minutos que ela já havia pegado no sono, e para não despertá-la, opta por continuar a leitura no dia seguinte, guardando o livro e seus óculos de descanso na mesinha de cabeceira, e desliga sua luminária após deitar-se corretamente, ainda com a esposa agarrada a ele.
 
 — Bom dia esposa.
 
— Bom dia marido. – Nat responde ao abrir os olhos e notar ele já desperto ao seu lado.
 
— Tem planos para o almoço? Podemos almoçar juntos hoje.
 
— Seria maravilhoso.
 
Como em todas as manhãs, eles deixam a cama, realizam todo o processo de higiene matinal,e juntos  banham-se, para em seguida prepararem-se para o dia de trabalho. Natasha compõe sua vestimenta do dia com uma body de mangas cumpridas e gola alta em cor preta, e uma calça de alfaiataria em tom nude, um bege claro com cinto a combinar, scarpins pretos e uma bolsa preta,faz uma sobreposição com colares para destacar a falta de decotes ou cortes na roupa, e completa com um relógio pequeno com pulseira a combinar com a calça, usara pouca maquiagem naquela manhã, apenas para não sair de cara lavada. Enquanto Steve seguia em seus ternos, mas diferente do dia anterior não usara um preto, optara por um cinza mais fechado, e sapatos sociais preto, decidira usar o mesmo relógio do dia anterior, e após tomarem café e escovarem os dentes, ele despede-se da esposa no estacionamento, beijando-a em frente ao Tesla que ela decidira usar naquele dia.
 
— Te amo, cuidado.
 
— Também te amo, te espero no almoço. – ela responde o beijando novamente e quando o marido dá as costas em direção ao carro que decidira usar, ela lhe acerta uma palmada em seu traseiro, o pegando de surpresa. — Gostoso.
 
— Romanoff.
 
 
Natasha encaminha-se ao escritório em seu carro, e tentara ouvir musica no trajeto, mas não conseguira concentrar-se no que tocava, nem sentiu-se bem com isso, não como sentiu na manhã anterior, talvez fosse o fato de que estava cada vez mais perto da quinta-feira, e qualquer animo que havia nela estava no momento reprimido, tudo que ela conseguia pensar quando sua mente não estava ocupada demais era nisso, na chegada do dia e em como sentia-se péssima, a sensação de peso era instantânea e lhe incomodava quando sua mente estava vazia, pois era tudo que pensava e sentia, na dor pulsante, como se algo lhe apertasse o coração e pesasse sobre seu peito. Ela isola-se em seu escritório, obrigando-se a ler documento atrás de documento durante toda a manhã, e iniciar uns protocolos para alguns casos, surpreendendo-se com uma ligação vinda de Maria e afirmando que Steve não poderia almoçar pois a reunião iria perdurar um pouco além do esperado, e ele não teria tempo de deixar a empresa para isso, teria que remarcar com ela o dia em que almoçariam juntos.
 
— Pode avisar a ele que não tem problema, eu estou cheia de compromissos aqui também, vou comer aqui no escritório mesmo. – Nat responde a secretaria do marido.
 
— Avisarei Sra. Rogers, tenha uma excelente tarde. – Maria responde do outro lado da linha e Natasha responde educadamente antes de encerrar a ligação.
 
Mas diferente do que mandara dizer ao marido, ela não almoçou no escritório, na verdade ela nem almoçaram, sua refeição do dia fora o café da manhã em casa com Steve, depois disso sobrevivera de café no decorrer das horas seguintes, não sentia fome, e nem tinha forças para se obrigar a comer, então evitou sair de sua sala, para não haver convites a ela, não queria negar e demonstrar estar deprimida, e nem queria se obrigar a comer, não iria agüentar de qualquer forma. Lisa é sua válvula de escape, ela não passa da porta quando precisa pedir algo a secretaria ou entregar algo para ser enviado a um dos seus colegas, e a mesma também fora quem trouxe as três xícaras de café que Natasha tomara no decorrer do dia para sustentar-se.
 
— Ei. – Clint exclama da porta de seu escritório a assustando, e o moreno sorri.
 
— Caralho, quer me matar de susto?
 
— Não, mas foi engraçado, Eu já falei com seu marido e ele disse sim. – Clint comunica a amiga a confundindo, e ele sorri em direção a ela antes de lhe explicar ao que Steve já havia dito sim. — Uma pequena reunião de amigos, o que me diz?
 
— Em plena terça-feira? Que tipo de pai responsável é você?—Natasha questiona sorrindo ao provocar o amigo. — Se meu marido aceitou por mim tudo bem.
 
— ótimo, pode ir comigo ou com Wanda e voltar com Steve para casa. – Clint sugere e ela somente concorda, e volta a prestar atenção em seu computador. — Anda Tasha, já estamos saindo.
 
— O que?
 
Ela questiona confusa e mira o relógio na tela do monitor, surpreendendo-se ao ver que já havia acabado o expediente, que a tarde havia ido embora em um piscar de olhos, da mesma forma que parece ter sido uma eternidade em alguns momentos, mas ela não esperava que houvesse ficado ali desde a sua chegada, e que havia trabalhado tanto.
 
— Uau, protocolou todos esses casos? – Clint questiona ao ver o checklist de Natasha na mesa e ela confirma desligando seu computador e recolhendo suas coisas. — Teve um dia cheio, não é?
 
— Aham!
 
Wanda os aguardava próxima ao elevador quando a dupla deixa a sala de Natasha, e a loira caminha ao lado do amigo, observando a irmã sorridente a mirar o telefone, provavelmente a falar com o namorado.
 
— Recebeu nude? Ó ângulo é bonito?
 
Clint gargalha ao ouvir a pergunta de Natasha e Wanda a mira negando, enquanto lhe exibe o dedo do meio despretensiosamente. O trio adentra o elevador após aguardarem pelo mesmo, e Natasha vai de carona com a irmã, quieta durante todo o caminho, encostada na janela do veiculo a mirar para fora da mesma, e apenas responde quando Wanda fala algo, não puxa quaisquer conversa, estava no automático. Quando adentram a casa da família Barton, Natasha cumprimenta a amiga e acena para o afilhado que estava brincando no cercado, ele grita em pé, principalmente após ver o pai e tem um grande sorriso no rosto quando Clint o retira do cercado e o ergue sobre sua cabeça, antes de o beijar carinhosamente e o vê sorrir com a mão sobre o rosto do pai.
 
— Vou pedir algumas pizzas. – Laura comunica ao marido e Clint concorda com a esposa.
 
— Eu peço as pizzas, por que não prepara uma tábua de frios? – ele sugere e Laura concorda com ele, retornando a cozinha, Natasha e Wanda a seguem.
 
— Como foi o dia no escritório? – Laura questiona para as amigas, enquanto buscava em sua geladeira material para a tabua de frios.
 
— Foi como sempre, hoje tive que ir a uma audiência então sai da rotina interna. – Wanda responde sentando-se e Natasha encaminha-se a geladeira, onde a amiga havia acabado de fechar e pega uma cerveja, abrindo e entregando a irmã, e pega outra para si. — Como foi seu dia?
 
— Ta ai, não há rotina certa para uma dona de casa, ás vezes arruma a casa pela manhã, as vezes pela tarde, as vezes não arrumo, e cuidar do Cooper em tempo integral é cansativo, mas pelo menos quanto a isso já consegui estabelecer uma rotina para ele. – Laura responde e o trio escuta o tocar da campainha, da porta da cozinha Natasha observa o marido entrar após Clint abrir a porta.
 
— Boa noite. – Steve as saúda e lhe beija carinhosamente, Nat sorri levemente e o loiro ri quando Clint chama atenção dele por deixar Cooper gritando do cercado a tentar a atenção do padrinho, e ao mirar o garotinho ela o observa sacudir-se, e gritar, sorrindo e exibindo seus dentes a Steve quando ele aproxima-se do afilhado. — Ei amigão.
 
Bucky chega minutos após Steve, e Clint serve uma cerveja ao amigo, eles reúnem-se na sala do casal a saborearem os frios que Laura preparou e a tomarem cerveja, enquanto Steve e Laura partilhavam de taças de suco, e Cooper engatinhava livre pelo cômodo, a mexer nas coisas e neles para ter a atenção, e sempre que conseguia a atenção de alguém, ele sorria exibindo os dentinhos.
 
— Falta menos de dois meses para ele fazer um ano, setembro esta logo ai. – Wanda exclama quando ele sorri para ela, exibindo os dentinhos e enrugando o nariz pequeno.
 
— Ele aprendeu a falar titia, é a coisa mais fofa do mundo. – Laura lembra de contar a novidade a eles. — Filho, fala titia.
 
O grupo mira o pequeno em expectativa, mas ele sorri e balança a cabeça em negação antes de caminhar lateralmente a segurar-se entre as pernas de Wanda e Bucky. A risada de Clint soa no cômodo após esta breve garfe do filho, negando-se a falar e fazendo a mãe passar por este breve momento de vergonha.
 
— Eu juro que ele aprendeu. – Laura defende-se. — Minha irmã esteve aqui pela manhã e ele falou.
 
— O vocabulário dele esta aumentando ‘’Ei, mamãe, papai, não, eca, tchau, e titia’’. Já pode ir pra faculdade. – Clint exclama ironicamente, e o garotinho o mira dando tchau, e ele repete o gesto do filho.
 
Natasha estava na terceira ou quarta latinha de cerveja quando decidiu parar de beber, e não havia tocado muito nos frios preparado pela amiga, sentia seu estomago embrulhar quando o fazia, sua cabeça estava doendo e com o passar dos minutos, sentia-se cada vez mais enjoada.
 
— Preciso ir ao banheiro. – Ela exclama baixinho e sobe as escadas, não iria no lavabo do andar inferior, não queria correr riscos que alguém a ouvisse passar mal caso acontecesse, então ela por sentir-se de casa somente subiu, até estar no banheiro do quarto de Cooper, não queria invadir o do casal, e o do afilhado estava mais próximo.
E na privacidade do mesmo, ela acaba colocando para fora o que havia de conteúdo em seu estomago, sentindo o mesmo doer por falta de alimento, conforme forçava-se a vomitar numa tentativa de sentir-se melhor de todo o enjôo. O alivio fora imediato, então ela lavara a boca e o rosto antes de sair do cômodo e surpreende-se ao ver Laura trocando o filho, a morena a mira com um breve sorriso no rosto, enquanto ela seguia sem reação por alguns segundos.
 
— Esta tudo bem?—Laura a questiona e Natasha confirma.
 
— Você ouviu?
 
— É, Talvez eu tenha ouvido alguma coisa sim. – A amiga confirma e a observa suspirar ao ouvir esta resposta, Natasha se apóia-se no berço do afilhado que grita para ela tentando chamar sua atenção, e Laura o coloca de pé após fechar a fralda. — Você não acha que pode estar..
 
— Não, não fale isso.
 
— Não é o que você quer? – Laura questiona obvia.
 
— Eu quero, eu quero muito, mas não posso pensar nisso agora.
 
— Quer fazer um teste? Posso pedir para entregarem aqui. – Laura sugere e Natasha nega.
 
— Não sei, tenho a sensação de que não é isso.
 
— Tira a duvida amiga. – Laura insiste e Natasha nega.
 
— Eu não comi o dia todo Laura, estou a base de café somente, meu estomago dói, minha cabeça, meu corpo esta me punindo fisicamente por negligenciar ele.
 
— Amiga, vai acabar doente desta forma. – Laura aconselha ao ouvir o que Natasha dissera. — Precisa se cuidar Natasha, sei o que esta passando por dias ruins, mas precisa se cuidar.
 
— Vou ficar bem, vai descer? – ela responde a amiga e Laura confirma ao ouvir a pergunta de Natasha.
 
A dupla deixa o quarto e desce novamente, bem a tempo de ver as pizza chegarem, e o pequeno grupo opta por acomodarem-se nos fundos da casa, sob as luzes amarelas do quintal, enquanto comiam as pizzas, quatro caixas de pizzas com sabores de calabresa, mussarela, quatro queijos e pepperoni. Enquanto saboreiam o jantar, o assunto da feira surge na roda de amigos, e Natasha escuta o marido falar que os médicos permitiram a participação dele, e explicar sobre como ocorreriam ás medidas de segurança para ele.
 
— Espero que seja um sucesso.
 
— Vai ser, qual é Steve é obvio. – Bucky responde ao amigo.
 
— Eu estava mais confiante, agora nem tanto.
 
— Bobagem, nada nunca deu errado na feira. – Laura pontua obvia e os amigos confirmam.
 
— Não é bem assim.
 
Steve responde com um sorriso leve, recordando-se dos problemas que já surgiram no decorrer de todos esses anos de feira, alguns mais graves que outros, como no ano anterior ataram fogo em um dos stand’s da empresa dele.
 
— Ano passo teve o fogo. – Natasha recorda como se pudesse naquele momento ler os pensamentos do marido, e Steve concorda com ela. — Mas me parece ter sido o único problema.
 
— Não, no segundo ou terceiro ano de feira houve um apagão, enfim os contra tempos.
 
— Mas esse ano vai dar tudo certo, tem tudo para ser um grande evento. – Natasha responde confiante, e seu marido somente concorda. — Ouvi Tony falar sobre 10 minutos de fogos.
 
— Oh não, ele esta exagerando, tentou tornar isso possível, mas não acatamos essa loucura dele, não vou suportar 10 minutos de fogos, já tem atração demais.
 
Eles seguem a jantar, e Bucky comenta sobre a excentricidade de Tony, e que não recorda-se de o achar normal por nenhum momento, desde o primeiro segundo que o conhecerá a anos atrás. Natasha coloca-se de pé da cadeira em que estava sentada a comer, partilhando-a com a irmã e deixa a fatia de pizza sabor calabresa sobre a caixa, encaminhando-se para dentro da casa.
 
— Já volto.
 
Ela apressa os passos quando já esta próxima da entrada da cozinha, e corre para o lavabo, trancando-se no mesmo e ajoelhando-se em frente ao vaso, colocando tudo que comera na ultima hora para fora, sentindo o estomago queimar conforme a ânsia aumentava, e ela expelia tudo nojentamente, sentindo-se péssima por isso, e tremendo enquanto segurava-se nas bordas do vaso de porcelana marrom, que combinava com os tons de marrom, branco e dourado do lavabo da casa do casal de amigos.
 
— Isso é nojento.
 
Natasha exclama enojada ao dar descarga, e por alguns segundos ela senta no chão, sentindo seu corpo tremer fraco demais para ficar de pé, e ao passar de dois a três minutos ela finalmente tenta o fazer, e ao colocar-se de pé em frente ao espelho redondo iluminado por trás, sente-se péssima ao mirar sua imagem, em sua percepção estava nojenta, ela lava a boca mais de uma vez e lava o rosto tentando melhorar a aparência antes de sair. Quando abre a porta para deixar o pequeno cômodo, ela apoia-se na mesma insegura para seguir, estava tonta e ainda tremia um pouco, a voz de Clint soa na cozinha e a passos calmos ela segue em direção a mesma, encontrando o melhor amigo a abrir um par de cervejas para ele e Bucky.
 
— Clint? – Nat o chama, parada na entrada entre a sala e a cozinha, e o amigo a mira abrindo uma das garrafas sobre o balcão no meio da cozinha, ele tem um sorriso no rosto, mas este fecha-se ao ver Natasha pálida e com o olhar um pouco perdido. — Não estou me sentindo bem.
 
— Tasha!
 
O moreno a chama  caminhando em sua direção desesperando, e vendo Natasha cair rapidamente aos fechar os olhos, ele não consegue chegar nela a tempo, e ao chamar seu nome ele grita, chamando atenção do restante do grupo no quintal da casa. E em poucos segundos o grupo estava a entrar na casa, e dá de cara com Clint erguendo Natasha do chão em seus braços, e levando-a até o sofá da sala, enquanto ouvia Wanda questionar o que havia acontecido com a irmã, e Steve da mesma forma preocupado.
 
— Eu não sei, ela apareceu e desmaiou. – ele responde confuso enquanto a deposita no sofá, Steve senta próximo a cabeça da esposa, tocando seu rosto e sentindo sua pele um pouco fria e levemente suada.
 
— Amor?
 
Não demora mais que segundos para Natasha estar despertando do seu desmaio, fora somente tempo de Clint a recolher do chão e colocá-la no sofá, Steve chamar por ela preocupado e logo ela estava a mexer-se desconfortavelmente, e abrindo os olhos para ver os amigos a sua volta, e Laura surgia com um pouco de álcool para ela, mas nota que a amiga já despertara.
 
— O que houve? o que esta sentindo? – Steve a questiona preocupado e ela tenta colocar-se de pé, mas é impedida por Clint que estava ajoelhado ao lado do sofá.
 
— Eu estou com dor.
 
— Onde dói? – Steve a questiona e ela somente balança a cabeça em negação, fechando os olhos por segundos ao sentir a tontura voltar. — Nat?
 
— Eu estou tonta, enjoada e com enxaqueca.
 
— Natasha me contou que não comeu o dia todo, estava à base de café. – Laura comunica e Natasha fecha os olhos ao ouvir sua amiga entregá-la, não queria ver as expressões no rosto do marido, da irmã e de Clint preocupados ou alguém a julgando.
 
— Não estava com fome, trabalhei demais e acabei esquecendo-me de me alimentar. – ela explica-se quando Steve a questiona se de fato ela não havia comido nada.  — Preciso vomitar novamente.
 
Ela anuncia sentando-se no sofá e tentando levantar, ao colocar-se de pé, ela caminha apressada até o lavabo onde tranca-se e bate a porta na cara do marido e da irmã, ignorando o pedido de Wanda para deixá-la entrar e ajudá-la. Quando sai minutos depois, o grupo tem sua atenção toda nela, e Natasha suspira cansada, sabia que a noite havia acabado para todos, não queria preocupar ninguém, mas era tarde demais.
 
— Eu estou bem, um pouco fraca, mas estou bem.
 
— Eu devia ter ido até sua sala, levado-a para almoçar. – Clint exclama sentindo-se péssimo pela forma que a amiga estava.
 
— Eu não iria de toda forma, sabe disso.
 
— Devia ter desconfiado quando não a vi sair de sua sala, mas estava tão cheia de coisa que escolhi pensar que você estava da mesma forma. – Wanda comunica suspirando e Natasha confirma.
 
— Eu estava, passei o dia enfiada em diversos protocolos, Clint viu a quantidade de casos que protocolei hoje, me ocupei e não comi, passei mal,não é a primeira vez e provavelmente não será a ultima.
 
— Eu não deveria ter desmarcado o nosso almoço, assim eu teria me certificado de que havia se alimentado. – Steve exclama colocando-se de pé e caminha em direção a ela.
— Parem de se culpar.
 
— Acho melhor irmos para casa. – Steve sugere.
 
— Sim, mas preciso de um tempinho para meu estomago acalmar, ou vomitarei no trajeto.
 
Com a confirmação do marido ao seu pedido, ela encaminha-se até a escada, onde senta em um dos degraus sozinha e em poucos segundos Natasha parece perdida em pensamentos, como se não houvesse ninguém mais ali, e todos sabiam que ela queria e gostaria de ficar sozinha naquele momento, não queriam invadir o espaço dela, ela parecia fisicamente frágil, e temiam invadir o espaço dela e deixá-la emocionalmente da mesma forma. Ela fica em sua bolha por cerca de 30 minutos, antes de colocar-se de pé e avisar ao marido que estava bem, que poderiam ir para casa, e somente ao estar de pé, ela percebe que Cooper estava a dormir nos braços da mãe no sofá, e que a mesma provavelmente não levou o filho para o quarto, para não chamar atenção dela na escada.
 
— Tchau querido, bons sonhos. – Nat o beija carinhosamente os cabelos, e abraça a amiga rapidamente. — Desculpa.
 
— Que é isso Natasha? Não precisa desculpar-se de nada, eu entendo. – Laura responde obvia após ouvir o pedido de desculpas da amiga. — Podemos almoçar juntas amanhã?
 
— Um almoço de mulheres, me parece ótimo. – Wanda exclama e Nat somente confirma.
 
Eles despedem-se de Clint, e deixam a casa junto a Bucky e Wanda, e ao estarem dentro do carro, Natasha liga o aquecedor, removendo seus sapatos, e encostando a cabeça na janela após colocar o cinto de segurança.
 
— Como esta se sentindo? – Steve questiona quando já estão a caminho de casa. — Quer dar uma passada no hospital?
 
— Eu estou bem Steve, não é o fim do mundo.
 
— Você parece fraca.
 
— Eu sinto como se meu corpo estivesse me castigando por negligenciar ele o dia todo, mas também sinto como se ele estivesse fisicamente expondo a forma que me sinto por dentro.
 
O som do soluço de Natasha o faz fechar os olhos por segundos quando estão parados no sinal vermelho, e ele sente-se extremamente mal em vê-la desta forma, ao mirá-la chorando no banco do carona, tentando conter-se mas falhando terrivelmente, ele a via tão frágil naquele momento, por um segundo, uma breve fração de tempo ele sentia como se estivesse a olhar para a esposa de quase um ano atrás, nas semanas que seguiram após a perda de Aurora, fraca, frágil e afundando na dor.
 
— Não gosto de vê-la desta forma. – Steve exclama e lhe acaricia o rosto, quando o sinal abre, ele segue a dirigir, acariciando a coxa da esposa e ouvindo-a soluçar vez ou outra, e sempre que a mirava por alguns segundos, vislumbrava seu rosto triste e coberto de lágrimas ao seu lado.  
 
— Estou exausta.
 
— Vem, eu a levo. – ele responde quando o casal já esta fora do veiculo no estacionamento do prédio em que viviam, e ele a pega no colo, caminhando com a esposa nos braços.
Natasha sorri levemente com o gesto do marido, encostando sua cabeça no ombro dele, e segue em silencio nos braços dele, e nem dentro do elevador ele a solta, segue a carregando nos braços até o quarto do casal, onde a coloca sentada na cama cuidadosamente.
 
— Obrigada, não precisava me trazer até aqui assim.
 
— Precisava sim, esta fraca. – ele responde obvio e lhe remove os sapatos ao ajoelhar-se a frente dela, enquanto ela  observava a sorrir apaixonada. — Quer que lhe prepare um banho?
 
— Não precisa, vou de chuveiro mesmo.
 
Depois de despir-se ele junta-se a ela no chuveiro, lavando-se para remover quaisquer impureza do corpo e dormir mais relaxado, abraçando-a e lhe beijando o ombro, deixando que a esposa chorasse em seu abraço quando o sentiu envolvê-la, sentia-se segura para deixar seus muros caírem e ser fraca, como sentia-se naquele momento. Steve a observa dormir após deitarem na cama com seus pijamas, e ela chora até dormir, enquanto ele a acolhe e acaricia, sem falar nada, sabia que não havia palavras no momento que a fizesse sentir-se melhor, então fazia o que estava a seu alcance, a permitia chorar em seus braços e a acolhia da melhor forma possível. Quando Natasha pega no sono, ele sente-se aliviado em ver a esposa descansar, esperava que assim ela acordasse um pouco melhor na manhã seguinte, mas também sentia-se péssimo, havia passado o dia em função da empresa e agradecera ao fim da tarde pois isto o impedia de pensar, de lembrar a dor que estava fazendo-se presente ao recordar-se, então quando ocupava-se não havia como pensar, lembrar e se não lembrava a dor ficava sufocada, mas naquele momento não havia nada para sufocar este sentimento, ele estava querendo surgir na superfície, principalmente após ver Natasha tão abalada, e precisava cuidar da esposa, consolá-la para tornar estes dias menos dolorosos.
 
Na manhã seguinte, ao inicio da quarta-feira ele desperta primeiro que ela, e começa a preparar-se para o dia que enfrentaria na empresa, começando com sua rotina de higiene, como ainda era cedo ele saiu para correr usando um moletom cinza com capuz para proteger-se dos pingos fracos da chuva da madrugada, e ao retornar para casa ele depara-se com a esposa sentada na cama, e aparentava não estar a tanto desperta, mas ele não sabia confirmar este pensamento, não sabia se ela estava no seu estado inerte ou se havia acordado á pouco tempo.
 
— Bom dia!
 
Steve aproxima-se dela e lhe da um beijo breve e casto nos lábios, ela sorri, um discreto sorriso que surge no canto de sua boca quando ele diz que ela esta sem escovar os dentes, e com a voz rouca ela o responde, ambos surpreendem-se ao ver o estado da voz da loira.
 
— Ta sentindo alguma coisa na garganta? – Steve verifica a temperatura da esposa, tocando sua testa e a mesma não estava quente, Natasha nega a pergunta dele. — Devem ter sido os esforços de ontem e ter chorado várias vezes.
 
— Provavelmente, eu estou bem, não se preocupe.
 
O casal como quase todas as manhãs optam por partilhar o chuveiro, e Steve a aguarda embaixo da cascata de água após despir-se enquanto ela fazia toda sua higiene matinal, até estar pronta para juntar-se a ele para o primeiro banho do dia. Eles beijam-se embaixo da água, carinhosamente enquanto estavam abraçados um ao outro, tocando os lábios gentilmente e movendo-os lentamente, junto a suas línguas.
 
— Tenho audiência hoje, passarei parte da manhã no tribunal. – Natasha anuncia ao marido quando já estavam a arrumar-se para o dia fora de casa, o loiro a mira com a camisa social aberta, e tem a imagem da esposa a fechar o sutiã enquanto o olha através do reflexo no espelho.
 
— Você esta bem com isso?
 
— Não sei, só saberei se vai ser difícil quando colocar meus pés lá. – ela responde buscando entre seus terninhos um que pudesse usar na audiência, e acaba usando uma camisa de mangas cumpridas preta no lugar da blusa social branca, para completar o terninho cinza escuro, saltos pretos, nos pés, faz um coque apertado em seus cabelos, aplica o mínimo de maquiagem e um batom claro, e finaliza com o colar onde havia a inicial da filha com pingentes da cor da aurora boreal, presente de Steve quando curtiam as bodas de algodão em Paris, quando ainda carregava a filha deles em seu ventre. — O dia nem começou e já parece difícil sair de casa.
 
Steve para de arrumar-se para a abraçar, e a beija os cabelos presos em um coque, sentindo ela o beijar a ponta do queixo carinhosamente.
 
— Obrigada por cuidar de mim ontem a noite, e me deixar chorar em seu colo. – ela o agradece.
 
— É o mínimo que posso fazer, se quiser podemos almoçar juntos hoje.
 
— Laura e Wanda me esperam para um almoço entre amigas, acho que pode ser bom, se importa se eu escolher elas hoje? – ela o questiona e Steve confirma beijando levemente seus lábios. — Jantamos juntos essa noite?
 
— Só nós dois.
 
Após o café da manhã, Steve a deixa em frente ao trabalho, onde Lisa a aguardava com sua pasta e a chave do carro que ela deixara no escritório na noite anterior, e Natasha somente os recebe e encaminha-se ao estacionamento onde pega seu Tesla e segue para o tribunal, onde teria que enfrentar uma audiência de horas e isto tomaria toda sua manhã. Ela chegara cedo como quase sempre, e seguira em seu carro, incapaz de sair do veiculo e deixar o estacionamento para seguir para o grande prédio situado na Foley Square em Manhattan, dentro do seu carro ela sentia-se segura, e tentava desesperadamente reprimir qualquer sentimento negativo, até colocara musica para ouvir, obrigando-se a escutar algo animado naquela manhã, e sua playlist divagava entre Beyoncé e Katy Perry, enquanto ela seguia com a cabeça apoiada no banco do carro, de olhos fechados.
 
— Já chega. – Nat exclama imediatamente ao ouvir a melodia de XO iniciar no som do carro, desligando o mesmo imediatamente, e abrindo o veiculo após recolher suas coisas, deixando o estacionamento enquanto caminhava em direção a corte, travando o mesmo a distancia.
 
O som de seus saltos soavam conforme ela caminhava pelo piso de madeira antigo e encerado do corredor em que encontrava-se no segundo andar do prédio base do tribunal, e quando alguém que atravessava seu caminho desejava bom dia, recebia um breve aceno em resposta, não era mesmo um bom dia, estava muito longe de ser um bom dia. Seu corpo tremia levemente sobre os saltos que usava, como se sentisse frio em todo ele, mas não era frio, pois a superfície de sua pele estava levemente suada, estava nervosa, um pouco descontrolada com suas emoções, queria desesperadamente sair dali, as lembranças pareciam tão vividas agora que estava prestes completar o primeiro ano desde o ocorrido, na manhã seguinte faria um ano que ela saiu de casa para defender um caso neste mesmo tribunal, entrara grávida e saíra para passar pela tragédia que acarretou na perda de sua filha.
 
 
Quando encontra seu cliente, ela começa a prepará-lo, dar algumas sugestões de como comportar-se durante a audiência, e após entrar na sala, durante as três horas em que ficara dentro da mesma, tentou manter sua mente focada no momento, no que estava ocorrendo, tentava ouvir e absorver o que falava o juiz, e apresentar sua defesa da melhor forma possível, falar em nome de seu cliente que estava ao seu lado durante todo o tempo, mas por baixo da mesa ela esfregava suas unhas contra o tecido da calça constantemente. Não conseguia desligar-se por mais que quisesse, mesmo concentrando seus pensamentos no que estava ocorrendo, a sensação que lhe consumia era outra, estava angustiada e queria sair dali o mais rápido possível, se sentia péssima e culpava-se pois deveria ter aberto mão daquela defesa, pedido para alguém assumir, mas não queria ocupar ninguém com algo que lhe cabia, e agora estava ali sofrendo e sozinha.
 
— Foi uma boa audiência, obrigada Natasha. – Connor exclama três horas após o inicio da mesma, cumprimentando a loira.
 
— É meu dever.
 
A resposta dela vem automática, conforme aperta a mão do cliente e força um sorriso em resposta ao grande sorriso satisfeito que o homem lhe direcionara, antes de virar-se para recolher suas coisas, não queria parecer grossa, mas não tinha muita paciência para seguir ali, estava desesperada para sair.
 
— Senhores, foi um prazer.
 
Ela exclama antes de deixar o salão a passos apressados, e ao atravessar as portas do local, surpreende-se ao deparar-se com a figura de Melina que estava sentada em uma das cadeiras a esperar, e ao ver a loira, a mesma coloca-se de pé.
 
— O que faz aqui?
 
— Seu pai contou-me que estava aqui hoje, e Wanda me chamou para o almoço, então pensei em vir te esperar aqui. – Mel responde docemente, enquanto a mira diretamente, buscando algum sinal de que Natasha estava mal. — Você esta tremendo.
 
Melina pontua ao ver as mãos da loira ao lado do corpo, tremendo e Natasha a abaixa a cabeça envergonhada, não queria ter passado por isso, mas também agradecia a presença da madrasta ali.
 
— Não estou no meu melhor momento.
 
— Eu imaginei, por isso estou aqui querida. – Mel responde e a abraça carinhosamente. — Mas ainda assim você conseguiu.
 
— Eu estou prestes a despencar.
 
— Não precisa ser forte a todo momento, sabe disso. – Mel aconselha e Natasha seca a primeira lágrima que escorre por seus olhos. — Quer sair daqui?
 
— Por favor.
 
A dupla encaminha-se ao estacionamento, onde o carro de Natasha estava e a mesma descobre que Melina estava sem veiculo, pois optou por pegar um taxi, para poder pegar uma carona com ela. Dentro do carro ambas suspiram quase que ao mesmo tempo, e a morena mais velha sorri brevemente.
— É um belo carro, ainda não me acostumei com ele. – Mel exclama tentando puxar assunto e Natasha apenas balança a cabeça.
 
— Não usei tanto quanto gostaria, mas vou passar a fazê-lo, ele é ótimo para dirigir.
 
— Como tem se sentido? – A madrasta questiona finalmente, enquanto Natasha liga o veiculo e o ar-condicionado do mesmo para mantê-las refrescadas.
 
— Eu estava bem, estava ótima, pois a viagem foi maravilhosa, mas mudou ao voltar para casa e entrar na semana de aniversario da tragédia, parece que estou sempre prestes a chorar, porque dói lembrar e não dá para não lembrar, então dói o tempo todo.
 
— Não é fácil, mas sendo sincera, esta se saindo bem Natasha, outras pessoas em seu lugar não teriam agüentado. – Mel comenta calmamente. — Aurora tem muito orgulho de você.
 
— Você acha mesmo?
 
— Eu sei que eu tenho como sua madrasta. – A morena responde obvia e sorri em direção a Natasha.
 
— Como minha mãe. – Nat a corrige, e observa o sorriso de Mel aumentar. — Sei que não a chamo desta forma sempre, é raro sei disso, mas você é a minha mãe.
 
— Eu a vejo como filha também, sinto como se fosse minha filha, posso não ter dado a vida a você, mas meu coração sente por você e Wanda um amor intenso. – Mel exclama a sorrir e beija a mão de Natasha quando ela toca a mão da madrasta. — Vamos almoçar?
 
— Sim.
 
— Pensei em comida Italiana. – Mel sugere e Natasha deixa sua vaga no estacionamento, e em segundos elas estavam a deixar o tribunal. — Seu pai me contou sobre o ocorrido com Henry Truman.
 
— Oh, é tudo verdade, inclusive o fato da digníssima esposa dele estar a me difamar por ai e julgar meu casamento e o que fiz ao meu marido.
 
— Engraçado, uma das mais enganadas e traídas da cidade, julgando seu casamento. – Mel questiona a rir e Natasha a mira rindo antes de finalmente entrar no transito ao sair do estacionamento. — Eu a liguei quando soube do que ocorreu, perguntei o que havia acontecido, e ela me disse que foi rude com ela e estava decepcionada com sua pessoa.
 
— Vaca, minha vontade era afogar ela na estação de banho do salão, o que mais foi dito?
 
— Ela se ofendeu quando falei que se soubesse que andava a falar ou insultar você, ela precisaria de uma novas cirurgias para corrigir o estrago que eu iria fazer nela. – Mel responde obvia e Natasha gargalha, mirando a madrasta por segundos enquanto seguia no transito. — Natasha cuidado.
 
A loira olha para a frente e piso no freio imediatamente ao ver a mulher a qual seu carro estava prestes a colidir, a mulher tenta proteger-se com as mãos, como se tentasse amortecer o impacto, e Natasha sente seu coração acelerar desesperadamente conforme pisa no freio, e para sorte de ambas ela consegue frear o veiculo a poucos centímetros da mulher, que no susto ao dar um passo atrás pisa errado e cai sentada no meio da rua, Natasha aperta o volante observando através do vidro a mulher sentada no chão com a mão na barriga, visivelmente assustada enquanto mirava o carro.
 
— Puta merda.
 
Ela exclama altamente e tenta remover o próprio cinto, mas suas mãos tremem com o susto, e após uma segunda e terceira tentativa, ela consegue livrar-se do mesmo e sair do carro em meio ao transito, e as pessoas que miravam tudo da calçada.
 
— Me desculpa, sinto muito, eu não queria, não queria, eu.. moça ta machucada?
 
Natasha exclama nervosa e a mulher olha para os lados um pouco perdida, e demora alguns segundos para focar na voz de Natasha, e no que estava acontecendo, ela deixa de mirar Natasha para avaliar-se ainda assustada. Melina sai do veiculo com o telefone em mãos, pronta para ligar para a emergência caso fosse necessário, mas primeiro queria entender a gravidade do momento.  
 
— Você esta bem? Eu sinto muito, eu me distraí por um segundo, ta tudo bem?
 
— Aham, não me atingiu, eu acho que estou bem. – A jovem de cabelos loiros em Chanel exclama ainda um pouco assustada. — Eu estou bem, só estou tremendo um pouco, estou nervosa.
 
— Eu sinto muito, me desculpa, eu.. eu meu Deus o que eu fiz?
 
— Calma Natasha, ela esta bem, não a atingiu. – Mel exclama ao ver o estado de nervos da mesma, que não tirava os olhos da mulher, e notava-se como ela tremia violentamente. — Como se chama?
 
— June  Mills. – A mulher responde.
 
— Eu sinto muito eu não vi que estava laranja o sinal, a culpa é toda minha.
 
— Eu não me machuquei, só encostou minhas mãos no carro, tentei me proteger e no susto pisei errado, mas não estou machucada. – A grávida responde Natasha não conseguia tirar os olhos da barriga da mesma através do macacão que usava, seu coração parecia que iria sair pela boca, e ela conseguia ouvir os batimentos como se estivessem próximos aos seus ouvidos de tão alto, e tremia nervosamente também.
 
— Podemos levá-la ao hospital, tem certeza de que esta tudo bem? – Mel questiona solicita e a mesma confirma, tentando colocar-se de pé apesar de Natasha pedir para não se mexer, estava apavorada e tinha medo até de tocar na mulher para não causar mal a ela.
 
— Por favor, não levante.
 
— Eu estou bem moça, de verdade estamos bem. – Ela exclama ao apoiar-se em Melina para levantar enquanto Natasha escondia o rosto com as mãos que tremiam visivelmente, a loira acaricia a brriga quando Natasha finalmente remove as mãos do rosto, e ela tinha lágrimas nos olhos que tentava conter.
 
— Viu Natasha, ela esta bem querida. – Mel fala calma, focando em Natasha por segundos.
 
— Eu quase a atropelei, eu.. eu quase a atropelei.
 
— Foi um acidente, e não houve nada na verdade, ta tudo bem com a gente moça. – June fala e tenta a tranqüilizar quando vê o estado de Natasha. — Só estou nervosa, mas ta tudo bem, sei que foi sem querer.
 
— Faz o seguinte, vou te entregar o cartão da Natasha e meu numero, qualquer coisa que surja nas próximas horas, ou dias, pode nos ligar e solicitar qualquer assistência, tudo bem? – Mel sugere tentando achar seu cartão na sua bolsa após a grávida confirmar. — Onde há um cartão seu querida?
 
Natasha não responde a pergunta da madrasta, parecia não ter a escutado, e de fato ela não havia feito, nem conseguia focar-se no momento em nada, além da mulher que alisava a barriga e esperava por Melina que buscava no carro e nas coisas de Natasha por um cartão, enquanto isso a mesma olhava a mulher e olhava as poucas pessoas em volta curiosas passando e mirando, e observa os carros desviarem delas e seguirem o fluxo com o sinal já aberto, e ao olhar em volta ela consegue ver na esquina o tribunal, ela quase atropelou uma grávida no mesmo lugar onde fora atropelada, isso era insano demais para ser verdade.
 
— Você esta bem? –June a questiona ao ver o estado de torpor de Natasha.
 
— Ela esta bem, apenas assustada com o ocorrido, vem querida entre no carro, deixe que a mamãe cuida de tudo. – Mel exclama a pegando pela mão e guiando-a ate o carro, onde a faz entrar no banco do carona e fecha o veiculo, retornando para falar com June. — Me desculpa, não queríamos machucá-la de maneira alguma, aqui esta o meu telefone e do meu marido, o residencial da minha casa, procure por Melina ou Ivan Romanoff, ele é advogado e vamos resolver tudo da forma mais correta possível, faço questão de resolver tudo.  
 
— Não precisa, esta tudo bem foi só um susto. – June responde guardando o papel na bolsa em seu ombro. 
 
— Faço questão, minha filha não vai sentir-se bem até saber que esta tudo bem, por favor.
 
— Tudo bem, eu vou ligar mais tarde ao fim do dia. – June responde confirmando que entraria em contato e em minutos Melina estava  entrar no veiculo, sentando no banco do motorista.
 
— Onde ela esta indo? Por que esta a deixando ir?
 
— Calma Natasha, a moça esta bem, quer ir para casa e vai ligar caso algo aconteça, se acalme, não atropelou ninguém. – Mel responde seguindo seu caminho. — Você esta tremendo, se acalme, foi um acidente e esta tudo bem.
 
— Eu quase atropelei uma grávida, no mesmo lugar que fui atropelada, ela estava grávida como eu, quase matei o bebê de alguém.
 
— Ei, não é bem assim, você não fez nada de propósito, foi um acidente infeliz. – Mel tenta a convencer disso e Natasha mira através da janela, com os olhos banhados em lágrimas e tentando segurar o choro, mas Melina conseguia ouvir a respiração dela acelerada conforme ela tentava sufocar o próprio choro.  — Coloque para fora, ta tudo bem.
 
— Eu vou lavar o rosto.
 
Natasha comunica quando estão no restaurante e o gerente do restaurante as leva até uma mesa no centro do salão, deixando a madrasta na mesa  ela encaminha-se ao toilet do local, e em frente ao espelho ao remover o óculos escuro ela mira os olhos vermelhos pelo breve momento de choro no carro a caminho do local, e começa a tentar recompor sua imagem, lavando o rosto e resgatando sua pequena nécessaire de maquiagem de Mel pois esquecera a sua e pegara a da madrasta, elas não usavam o mesmo tom de base e não havia necessidade em aplicar uma nova camada, apenas aplicou mascara de cílios e um pouco de blush nas bochechas,  e usou seu batom removendo um pouco do excesso com papel antes de olhar-se uma ultima vez no espelho e deixar o local, retornando para a mesa onde Mel aguardava sentada já e avaliando a carta de vinhos.  
 
—Sente-se melhor querida? – Mel a questiona recebendo sua nécessaire de maquiagem e guardando na bolsa da Prada que usava. 
 
— Não, nenhum pouco.
 
— A grávida esta bem Natasha, tente não pensar nisso, por favor, seu emocional já esta todo ferrado esses dias. – Mel aconselha e Natasha solta o ar lentamente ao fechar os olhos. Ela somente abre os olhos ao ouvir Mel chamar por Laura ao ver a mesma aproximar-se da mesa, e depara-se com a amiga a sorrir em direção a elas. — Olá queria, como esta?
 
— Agora estou bem, mas tive uma manhã difícil com enjôos matinais e Cooper grudado em mim. – A morena responde sentando-se após cumprimentar Laura. — Oi Nat, como esta hoje?
 
— Eu quase atropelei alguém.
 
—  O que? – Laura questiona surpresa ao ouvir.
 
— Desculpe o atraso, estava analisando uns documentos e perdi a hora. – Wanda fala surgindo no meio do momento e beija a madrasta carinhosamente, cumprimenta Laura e a irmã que seguia sentada, antes de sentar direcionar-se a única cadeira vazia da mesa já mais relaxada.
 
— Pedi uma jarra de suco de pêssego com hortelã. – Mel comunica para a filha e Wanda somente balança a cabeça confirmando ao sentar.
 
— O que falavam? – Wanda questiona querendo estar ciente do assunto.
 
— Bom, eu acabei de saber uma noticia um pouco assustadora. – Laura diminui o peso ao anunciar.
 
— Te contei que ela estava grávida? E que foi na mesma esquina que eu fui atropelada?
 
Natasha questiona mirando a amiga, e ela tem um olhar vago, estava seria e seus lábios tremiam quando ela não estava a morder para controlá-los.
 
— Quem estava grávida e onde? – Wanda questiona confusa e Natasha a mira.
 
— A mulher que eu quase atropelei, Mel e eu estávamos saindo do tribunal e eu quase passei por cima de uma grávida, como fizeram comigo, é uma ironia infernal.
 
— Meu Deus, esta tudo bem? – Wanda questiona assustada e Mel confirma em um breve aceno positivo.
 
— A moça esta bem, o bebê esta bem, foi um quase acidente, mas não ocorreu nada na verdade, sua irmã freou a tempo e tudo não passou de um susto, um infeliz e coincidente susto. – Mel explica resumidamente para tranqüilizar a dupla.
 
— Amanhã faz um ano que fizeram aquela crueldade comigo, e eu quase fiz com alguém hoje.
Ela mira Wanda ao falar isso, e seus olhos brilham em lágrimas as quais ela não queria derrubar, mas não conseguia controlar-se, e ela sentia-se péssima por fazer isso no meio do restaurante, mas não tinha mais forças para levantar e sair dali, fugir e esconder-se para proteger-se, ela usa o guardanapo ao lado de seu prato para secar embaixo dos olhos e impedir as lágrimas.
 
— Eu quero ir embora.
 
— Tudo bem, irei levá-la para casa, para descansar. – Mel prontifica-se e Natasha somente confirma, recolhendo sua bolsa.
 
— Me desculpa, eu não consigo meninas, não hoje.
 
Ela exclama soltando o ar devagar para tentar conter o choro evidente, e Laura somente confirma que estava tudo bem, e Wanda coloca-se de pé a abraçando antes de Natasha sair rapidamente do restaurante e Mel a seguir, deixando a dupla sozinha na mesa.
 
— Eu quero chorar, sinceramente eu sinto que estou prestes a chorar. – Wanda comunica sorrindo levemente numa tentativa de conter-se. — É difícil ver ela assim, parece a Natasha de semanas após o acidente.
 
— É um momento difícil, dê tempo a ela. – Laura aconselha.
 
— Eu tenho medo, tenho medo que ela fique daquela forma de novo, ela não vivia, foi desesperador ver ela praticamente se enterrou junto a Aurora. – Wanda explica-se e chama pelo garçom, solicitando uma taça de vinho branco.  — Por um momento eu duvidei que ela conseguiria sair daquele buraco em que se enfiou.
 
— Natasha é forte, ela esta apenas em uma semana difícil, é o primeiro ano, é difícil mesmo, mas com o passar do tempo ela não vai reagir desta forma. – Laura a tranqüiliza. — Você conhece sua irmã Wanda, sabe que ela é forte e determinada, ela saiu do buraco em que estava, e ela não vai voltar, é só saudade e dor no momento, mas nos próximos dias ela retorna ao normal dela.
 
— Tomara que sim.
 
Natasha surpreende-se ao ver que Mel havia a levado para sua casa, não havia prestado atenção em nada no caminho e somente quando o veiculo parou ela viu-se em frente a casa que passou parte da sua infância e adolescência, e sem falar nada sua madrasta desce do carro.
 
— Por que estamos aqui?
 
— Porque não a quero sozinha querida, pode ficar aqui a tarde e depois Steve vem buscá-la, parece estar precisando de companhia e cuidado. – Mel responde obvia sendo seguida pela loira que carregava somente seu telefone na mão e Mel trava seu carro quando já estão em frente a porta da casa, a dupla entre e é recebida pela governanta de Melina. — Lorna, poderia pedir a cozinheira para preparar algo para comermos, não almoçamos ainda.
 
— Sim senhora. – A senhora prontifica-se encaminhando-se para a cozinha.
 
— Por que não vai tomar um banho? Vou deixar na sua cama um conjunto de moletom meu, pode usar para ficar mais confortável. – Mel sugere e Natasha somente confirma subindo as escadas. — Lorna?
 
— Sim senhora Romanoff? – a governanta surge ao ser chamada.
 
— Selecione um conjunto de moletom para Natasha, deve haver alguma lingerie minha sem uso entre as que adquiri na ultima ida ao shopping, coloque toalhas limpas na cama dela também. – Mel dá a ordem para a funcionária. — Preciso falar com meu marido, certifique-se de que não serei interrompida.
 
Natasha encaminha-se ao seu antigo quarto, e ao entrar no mesmo sente o cheiro de limpeza, nota a janela aberta para entrar sol, e sente uma breve brisa de ar entrar no cômodo, ela aproxima-se da janela e senta próxima a mesma, observando através das finas cortinas abertas, o dia estava tão bonito, o sol tão brilhante, e ainda assim ela sentia como se estivesse cinza, não havia nada positivo no momento, não conseguia sorrir, parecia que dentro dela chovia, suas lágrimas refletiam o que ela sentia, doía e precisava sair, pois sentia que iria inundar na dor.
 
— Natasha? Aqui estão as roupas e toalhas limpas. – Lorna surge após bater na porta levemente e abrir a mesma parcialmente, exibindo a pilha de tecidos em suas mãos.
 
— Pode deixar na cama Lorna, obrigada.
 
A senhora entra no cômodo e dirige-se a cama, onde deposita a pilha de roupas limpas sobre a mesma onde Natasha solicitara, e imediatamente dirigi-se para sair do quarto e deixa a loira sozinha novamente. Natasha volta a mirar através da janela, seus olhos ardiam pelas vezes que chorara naquela manhã e sua cabeça começava a doer um pouco depois de todo o estresse da manhã, sentia-se emocionalmente exausta,e nem era o dia ainda, não fazia idéia do que a aguardava na manhã seguinte e como seria no decorrer do dia, mas estava com medo, admitia que estava com medo, se doía desta forma neste momento, não fazia idéia de como seria avassalador depois.
 
Ela levanta-se secando as lágrimas, e encaminha-se ao banheiro após pegar a toalha limpa, removendo sua roupa e deixando sobre a pia antes de soltar os cabelos e entrar no box para lavar-se, queria lavar-se por inteira, sentir-se melhor de alguma forma, mas imagens do ocorrido hoje misturaram-se por segundos a imagem do ocorrido no ano anterior, ela conseguia lembrar da dor do impacto antes de desmaiar, e do desespero que sentiu ao acordar, o aperto no peito ao imaginar que havia algo errado com sua filha, para desmaiar e despertar no hospital e descobrir que a perdera em algum momento, teve que passar por um parto, e sangrara por dias como se fosse uma lembrança física do que passara, por dias ela olhava-se no banho e via a água escorrer laranja pelo ralo quando lavava-se, naquele exato momento ela conseguia ver a água escorrer da mesma cor, um breve devaneio da realidade que após segundos notou ser uma brincadeira de sua mente, a água seguia sem cor a escorrer conforme estava parada embaixo da cascata de água, e ela começa a chorar, sentando no ralo e agarrando os próprios joelhos em um auto abraço. Após chorar por longos minutos, ela decide sair do banho, finalizando o mesmo após lavar-se finalmente, e deixa o banheiro com uma toalha envolta do corpo e uma nos cabelos, vestindo-se com a lingerie nova e coloca a calça e casaco do moletom cinza que estava ali para ela.
 
— Cintia fez um delicioso e rápido risoto, vamos almoçar? – Mel questiona quando ela desce as escadas após Lorna ir chamá-la.
 
 — Claro!
 
A dupla reúne-se na mesa com dois lugares postos para elas, e saboreiam o rápido prato que a cozinheira da casa fizera, junto a uma taça de vinho cabernet sauvignon branco, chileno, era delicioso ao paladar, e caíra muito bem com o risoto.
 
— Pode me conseguir algo para dor de cabeça?
 
— Claro querida, pedirei a Lorna para deixar no seu quarto o remédio e suco para tomar junto a ele. – Melina confirma após o almoço. — Suba e descanse um pouco.
 
— Obrigada.
 
Natasha deixa a sala, e sobe as escadas, parando na mesma para ver as fotografias, mirando sua ultima foto de natal com a mãe, Natasha sentava sentada ao lado da mãe, que a abraçava e Wanda estava no colo da mesma, que a envolvia com o outro braço, e ambas tinhas presentes nas mãos e sorriam alegremente, enquanto Nadia exibia um belo e grande sorriso no rosto, Ivan estava logo atrás dela sorrindo também,ela quase não conseguia lembrar muito deste dia, havia passado-se tantos anos, mas vendo as imagens ela sabia que fora muito feliz, da mesma forma que o primeiro Natal com Melina, ambas ao lado do pai sorrindo, e Mel atrás do marido o abraçando pelo pescoço, sorrindo feliz com a família que lhe foi dada, esta também se mostrava uma imagem de um dia feliz. Não conseguia lembrar de muitos detalhes destes dias, mas via-se feliz nas fotos, e sabia que foi algo muito bom, mas que sumira com o passar dos anos, ficando pequenos pedaços de memória, e ela esperava que com o passar dos anos a dor que sentia hoje e que sentiria no dia seguinte não passasse de uma lembrança, não queria esquecer a filha, nunca o faria, mas queria um dia olhar para trás e apenas lembrar da dor como algo descrito, sem senti-la novamente, seria um verdadeiro martírio passar por isso todos os anos até seu ultimo dia de vida, não iria suportar, torcia para a dor um dia aplacar quando estivesse no aniversario de morte de Aurora, esperava para que sim. Seguindo pelos degraus ela observa uma imagem sua em roupas de balé, e observando a imagem ela perguntava-se internamente se Aurora gostaria de dançar um dia caso tivesse tido a chance de viver e escolher, ela teria a oportunidade de ver a filha dançar, como sua mãe e como Melina fizeram um dia? Queria ter a aplaudido e dado flores a ela no seu primeiro solo.
 
— Eu estava indo deixar no seu quarto. – Lorna exclama com uma pequena bandeja com suco e as pílulas de aspirina sobre um guardanapo, mas deu de cara com Natasha ainda ali na escada.
 
— Obrigada. – ela agradece e toma a pílula junto ao suco, e Lorna mira a imagem que ela estava vidrada a poucos segundos. — Queria ter tido a chance de vesti-la para o balé, dar flores a ela no primeiro solo e depois levá-la para comer sanduíches e sorvete como recompensa como minha mãe fez comigo no passado.
 
— Eu realmente sinto muito que não tenha tido esta chance querida, me dói ver tudo que passou. – Lorna responde docemente, ela trabalhava há anos para os Romanoff, fora trazida por Melina quando casou-se com seu pai, e desde então acompanhou ela e Wanda, ambas nutriam um carinho por ela, como uma tia. — Vá descansar Natasha, você parece estar precisando disso.
 
— Eu realmente estou.
 
 Ela responde secando as lágrimas silenciosas, sorri levemente e segue seu caminho em direção ao seu quarto, onde encosta a porta, encaminha-se a janela e apenas fechou a janela e as cortinas, ligou o ar-condicionado e deitou-se na cama cobrindo-se e tentando relaxar para dormir, sua cabeça doía e seus olhos ardiam, precisava deste descanso seu corpo pedia por isso, estava emocionalmente desgastada e fisicamente também, se pudesse dormiria até a segunda feira e ignoraria a existência desta semana difícil que estava enfrentando, mas ainda lhe faltava dois dias para o fim de semana, e um deles era o grande e doloroso dia que teria que enfrentar e não sabia como, mas ele estava ali a empurrar a porta e causando-lhe desconforto e medo.
 
.......
 
Steve encaminha-se a casa do sogro após a tarde de ocupação na empresa, ele não saiu nem para almoçar, comera por lá mesmo, e ficou incomunicável grande parte da tarde, surpreendendo-se quando Maria, sua secretaria lhe entrega o recado de que Natasha estava na casa do pai e que houvera um breve acidente no horário do almoço, então ele recolhera suas coisas e seguira para saber da esposa, tentou falar com ela no caminho, mas o telefone da mesma apenas caia na caixa de mensagens, então desistira de tentar e seguira em busca dela, enfrentara um pouco de transito, mas logo estava na área residencial e entrando nos limites da propriedade dos Romanoff, e ao tocar a campainha Lorna o recebe, sorrindo brevemente e permitindo sua entrada.
 
— Steve, oi querido. – Mel o recebe ao notar a entrada no mesmo na sala de estar onde ela estava sentada a ler. — Como você esta?
 
— Eu estou bem, Maria me deu o seu recado.
 
— Oh sim, o acidente, Ivan esta a caminho, deve chegar a qualquer momento e vamos conversar sobre isso. – Mel responde calmamente. — Gostaria de beber alguma coisa?
 
— No momento não, como esta a Nat?
 
— Descansando, dormindo tranquilamente após almoçar e tomar uma aspirina para dor de cabeça. – Melina responde prontamente, e aponta o sofá para ele sentar-se. — Fui buscá-la no tribunal, Ivan não deveria ter a permitido ir para a audiência.
 
— Natasha queria ir, ela não queria dar trabalho a ninguém, sabe como ela é.
 
— Eu sei, teimosa como o pai. – A morena responde e sorri levemente, ouvindo a porta abrir. — Falando nele.
 
Ivan surge na sala, com Wanda ao seu lado e removendo o casaco que usava, entregando  Lorna, assim como seu pai entregara sua pasta a funcionaria que estava ali esperando pelo mesmo, a dupla aproxima-se a entrar na sala finalmente.
 
— Lorna, prepare um café e uns biscoitos para nós. – Mel solicita antes da mesma sumir, e Wanda senta-se no mesmo sofá que Steve. — Como esta minha querida?
 
— Eu estou bem, foi uma tarde e tanto. – Wanda responde e sua madrasta concorda com ela.
 
— Onde esta Natasha? Como ela esta?—Ivan questiona removendo a gravata, estava obviamente nervoso e preocupado.
 
— Ela esta bem, esta descansando, não se preocupe.
 
— Por que demorou a me avisar do acidente? -- Ivan questiona a esposa.
 
— Porque você iria largar tudo e vir correndo, Natasha não precisava de mais pressão e desespero, ta tudo bem com ela, não esta machucada, pelo menos não fisicamente. – Mel responde e suspira lentamente. — Por sorte eu estava com ela na hora, foi uma infeliz coincidência este quase acidente no mesmo lugar em que ela foi atropelada e perdeu a filha.
 
— Eu nem imagino o gatilho. – Wanda exclama tristemente e Steve concorda ao lado da cunhada.
 
— Eu dei o meu numero e o seu numero para a June, a moça que Natasha quase atropelou, ela ficou de ligar ainda hoje para um de nós, quero resolver isso para que não respingue em Natasha, quanto mais envolvida nisso, mais doloroso será, quero ela fora disso Ivan, temos que resolver isso. – Mel explica mirando o marido.
 
— Claro, vamos resolver. – ele confirma.
 
— Eu não creio que será algo judicial, não houve atropelamento, foi um quase acidente, e nós oferecemos assistência, ela parecia bem e dizia estar bem, então não imagino que vá ser algo judicial, mas se for eu vou assumir a culpa, direi que eu estava no volante. – Melina comunica ao trio, estava decidida a assumir caso necessário.
 
— Não acho que vá ser necessário, você mesma disse que ela estava bem e não houve atropelamento, somente um quase atropelamento. – Wanda responde.
 
— Eu tenho medo, a moça caiu no susto e estava grávida, ela pode ter complicações nos próximos dias após o tombo e o susto, pode fazer algo contra Natasha caso aconteça algo, se algo der errado na gravidez dela, vai querer punir a minha filha e eu não quero que Natasha seja punida, ela já passou por muita coisa. – Melina explica-se. — Por isso eu ofereci o meu numero, e o do seu pai, para conversarmos com a jovem e nos certificarmos de que esta tudo bem.
 
— Eu falo questão que ela passe por uma pilha de exames no hospital Angel’s para nossos médicos confirmarem de que tudo esta bem, precisamos nos prevenir.
 
— É uma ótima idéia Steve, nos respaldarmos de que oferecemos ajuda e que tudo estava bem. – Ivan concorda com o genro. — Vamos conversar com essa moça, pedir para arcarmos com os exames, oferecermos uma gratificação financeira, e fazer ela assinar um documento alegando que fora devidamente assistida após o provável acidente e remove a culpa de Natasha, e um documento de não divulgação do ocorrido, ela não poderá falar sobre isso.
 
— Precisamos proteger a Natasha. – Mel concorda com o marido.
 
— Quando falarem com ela me deixem sob aviso, e deixarei a equipe do hospital pronta para atenderem a moça.
 
— Disse que ela ligaria ainda hoje? -- Ivan questiona e Melina confirma.
 
— Vou ver a Natasha, se não importam-se.
 
Steve deixa a sala, e sobe as escadas após ouvir os sogros confirmarem, encaminhando-se ao quarto da esposa, e devagar ele abre a porta deparando-se com Natasha sentada no meio da cama, sob a meia luz da luminária, como se houvesse acordado a poucos minutos.
 
— Oi.
 
Ela sorri ao ver o marido entrando no quarto e encostando a porta atrás de si, encaminhando-se em direção a cama onde senta-se e ela arrasta-se até estar sentada no colo dele, o abraçando carinhosamente.
 
— Eu quase atropelei uma grávida hoje. – Natasha o conta, mesmo imaginando que ele já sabia.
 
— Eu sei, mas esta tudo bem, tudo vai ficar bem.
 
Ele responde acariciando os cabelos dela, e a sente beijar seu pescoço enquanto seguia abraçada ao marido, ele a escuta começar a chorar, e fecha os olhos ao ouvir o soluçar da esposa, sentia-se péssimo, sentia-se incapaz quando a via desta forma, não suportava ver a mesma sofrendo tanto, queria arrancar a dor dela, mas não podia e isso o fazia sentir incapaz.
 
— Eu te amo Natasha, esta me ouvindo?
 
— Eu também. – ela responde, com sua voz sufocada contra o pescoço dele. — Amanhã vai doer mais?
 
— Eu não sei amor, sinceramente eu não sei o quanto será doloroso amanhã.
 
— Não quero acordar amanhã Steve, quero dormir até o dia acabar, não quero enfrentar o amanhã, não agüento mais sair da cama esses dias, pois me dói até respirar. – Natasha exclama chorando e ele lhe acaricia as costas durante o abraço, tentando a consolar.
 
— Não precisa enfrentar o amanhã, pode ficar na cama até acabar.
 
— É o que eu pretendo. – ela responde e o mira, sorrindo brevemente antes de sentir ele lhe beijar os lábios casta e carinhosamente. — Podemos ir para casa agora?
 
— Podemos sim, vamos jantar só nós dois como prometido.
 
Ela sorri concordando, e seca as lágrimas antes de o beijar carinhosamente e levantar de seu colo, encaminha-se ao banheiro onde fica alguns minutos rápidos, e sai com o cabelo desembaraçado, e secando o rosto com uma toalha, recolhe seus sapatos, e telefone embaixo do travesseiro, desligando o ar-condicionado do quarto e deixa o cômodo junto ao marido, que carregava os saltos da mesma.
 
— Que bom que acordou querida, como esta se sentindo? – Melina questiona ao ver ambos descerem.
 
— Oi, como você esta? – Ivan questiona abraçando.
 
— Eu estou bem, me sinto bem melhor depois de dormir um pouco. – Natasha responde sorrindo levemente e mira Melina. — Obrigada por cuidar de mim, não sei o que seria sem você.
 
— Sabe que a amo, não necessitas agradecer. – Mel a responde. — Ficam para o jantar?
 
— Vou recusar, Steve e eu combinamos um jantar a dois. – A loira responde. — Podemos jantar aqui outro dia, se importam?
 
— Claro que não. --  A madrasta responde e Natasha mira Wanda, que a observava quieta do sofá.
 
— Eu sei que esta preocupada, mas eu vou ficar bem, prometo. – Nat dirige-se a ela que sorri levemente e concorda com a irmã, mirando-a com um olhar emotivo. — Vamos remarcar o almoço de hoje, ta bom?
 
— Ta bom. – Wanda confirma a abraçando apertamente. — Ah eu te amo, por favor, não se afaste.
— Eu não vou, são só dias difíceis, mas vai passar, a dor me faz mais forte.
 
Ela mira a madrasta ao falar isso e Melina concorda com ela, segurando as mãos de ambas as filhas no meio da sala.  O casal deixa o local no carro de Steve, e eles avisam que Phill depois iria buscar o carro de Natasha, ela somente recolhe sua bolsa do veiculo antes de deixar a chave nas mãos de Lorna na porta da casa, e entrar no veiculo do marido, descalça por não querer por os saltos, e quando estão no estacionamento do apartamento deles, ela sobe nas costas do marido para não pisar no chão, rindo junto a ele quando Steve tentou a derrubar sacudindo-se ao ser surpreendido pela mesma que pulara nas costas dele, antes de seguirem para o elevador e subirem até a cobertura com ela ainda nas costas do marido.
 
— Boa noite May, pode pedir sushi para o jantar, não precisa cozinhar.
 
— Tudo bem senhor. – May concorda após ter respondido o boa noite do loiro.
 
— Poderia pedir a Phill para ir de taxi até a propriedade dos Romanoff, e pegar o carro de Natasha? A chave ficou com Lorna a governanta.
 
— Avisarei a ele senhor Rogers, vou solicitar o jantar dos senhores e avisarei assim que chegar. – A governanta do casal confirma, e sorri quando Steve tenta a por no chão e ela segue grudada nas costas dele, ouvindo ambos rirem.
 
— Me larga Natasha.
 
— Não, eu estou cansada, não quero andar. – ela responde divertindo-se, segurando-se no marido quando ele tenta a derrubar. — Eu não vou soltar.
 
Steve desiste de colocá-la no chão, e sobe as escadas com a esposa em suas costas, enquanto ela ria e batia na bunda dele para impulsioná-lo a seguir, e May sorria observando a cena antes de sair em busca de Phill. Quando o jantar é entregue, o casal reúne-se na sala de jantar, para saborear as peças de sushi, Natasha optara por usar uma camisola em tom de creme,, e Steve usava uma calça de moletom preta somente, durante o jantar, ela sorri em alguns momentos enquanto conversam, e o escuta falar sobre o dia que tivera, como esta sendo agora que precisava intensificar os cuidados, e como estavam indo os preparativos para a feira.
 
— Sabe o que podemos fazer? Tatuagens.
 
— Seu médico não vai deixar. --- Natasha responde apontando o hashi a ele.
 
— Errada, ele já deixou.  
 
— E que tipo de tatuagem planeja fazer? – ela questiona curiosa.
 
— Quero fazer uma para a nossa filha, podemos fazer amanhã.
 
— Pode ser me parece uma boa idéia. – Nat responde sorrindo em direção ao marido, e eles seguem a comer.
 
Após o jantar a dois, cheio de conversas, a qual Natasha sorrira diversas vezes, sentindo-se um pouco melhor, eles decidem assistir algo juntos, e ela escolhe um filme de terror, não queria ver filmes de romance e nem dramas, não estava emocionalmente bem para isso, e estava cansada dos filmes de ação e comedia, então optara por um filme de terror, vendo regresso do mal, um filme um pouco antigo e depois vêem um mais recente e optam por A maldição da chorona.
 
— Vou ao banheiro. – ela comunica na metade do segundo filme, e levanta o beijando castamente e deixa a sala, encaminhando-se ao quarto do casal para usar o banheiro e ao retornar ela para em frente ao quarto vazio que um dia foi de Aurora, e esperava pelo próximo bebe que até então não existia.
 
Ela abre a porta e ascende as luzes do cômodo, observando-o todo vazio, com paredes brancas e uma delas em detalhes de tijolinhos brancos, não havia mais nenhum detalhe decorativo ali, nem nichos, ou a cômoda que mandou fazer para uma das paredes sob encomenda, sem berço, não havia nada, além de cortinas brancas fechadas, da mesma forma estava o closet, vazio, eram apenas prateleiras e gavetas sem uso, e o banheiro estava do mesmo jeito, muitos detalhes haviam ido embora dali, a banheira infantil, os itens decorativos, o conjunto de higiene, tudo sumira permanentemente, era apenas um banheiro agora inacabado.
 
— Esta perdendo o filme. – Steve surge a encontrando no closet vazio, e a escuta soluçar de costas para ele. — Amor..
 
— Ano passado neste mesmo horário havia um quarto pronto para receber um bebê, e eu carregava esse bebe na minha barriga, nós estávamos ansiosos e felizes. – Natasha exclama sem mirá-lo e tenta prender o soluço que vem a seguir, mas é em vão. — Eu sinto meu peito queimar de dor Steve.
 
— Eu sei, dói em mim também.
 
— Nesta mesma noite há um ano, Aurora estava inquieta chutando e mexendo sem parar, e você tocou piano para ela, passeamos de carro também, e ainda ouvimos uma musica e dançamos nós três, lembra disso? – ela o questiona, finalmente o mirando e Steve balança a cabeça confirmando.
 
— Eu me recordo sim.
 
— Ouvimos a musica da Beyoncé, eu nunca mais escutei aquela musica, e hoje pela manhã ela começou a tocar na playlist no carro e eu parei imediatamente de ouvir, não consegui, pois me recordou o nosso ultimo momento de felicidade com Aurora viva. – ela conta com a voz falhando pelo choro que tentava controlar.
 
— Recordo-me desta noite, de a sentir chutar, e de sentir-me o homem mais sortudo do mundo, e no dia seguinte lembro-me de sentir o oposto disso.
 
Natasha seca as lágrimas o mirando nos olhos, e ele a abraça encostando o queixo no topo da cabeça dela, enquanto a sente abraçá-lo de volta, apertadamente e a sente lhe beijar o peitoral.
 
— Que tal dançarmos esta musica?
 
— XO?
 
— É, vamos dançá-la.
 
A loira concorda com o marido, deixando o quarto para buscar por seu telefone e ao retornar busca pela musica no aplicativo, colocando-a para tocar assim que a encontra e deixa o aparelho no chão do quarto, sua mão tremia ao alcançar a mão do marido quando ele a oferece a mão, e ambos encostam seus corpos, dançando lentamente a ouvir a letra da musica e a melodia levemente animada, misturando-se a letra de amor e despedida cantada. Fazia exatamente um ano que escutaram esta musica e a dançaram, desde então não a ouviram mais, Steve não a tinha em seu telefone apesar de apreciar a cantora, então não havia como ouvi-la mesmo sem querer, e Natasha não a ouvia por não conseguir mesmo, não conseguira, ativava lembranças que a fazia sofrer, então não conseguia de forma alguma, pelo menos não até aquele momento com o marido. Ambos miravam-se com lágrimas nos olhos, e um breve e emotivo sorriso nos lábios, enquanto acompanhavam o corpo um do outro pelo quarto vazio, mexendo-se de um lado ao outro enquanto seguiam abraçados, com os corpos colados, sentindo o bater de seus corações contra seus corpos, dolorosos de saudade.
 
— Me sinto novamente o homem mais sortudo do mundo, por estar casado com você.
 
— Então somos dois sortudos. – Nat responde sorrindo levemente em meio ás lágrimas que desciam por seus olhos e escorriam em seu rosto, o deixando levemente úmido. — Mas eu acho que a sorte é mais minha que sua, não sou a melhor das esposas.
 
— E eu por acaso sou o melhor dos maridos?
 
— Definitivamente. – ela responde o fazendo sorrir.
 
— O que eu preciso fazer para mostrar que é a melhor das esposas, que amo tudo em você, suas perfeições e suas imperfeições, não vejo motivos para não amá-la Natasha.
 
Ele a beija carinhosamente e a abraça por trás após girá-la, a fazendo sorrir e eles seguem a dançar até a musica acabar finalmente, enquanto eles dançavam em meio a sorrisos e lágrimas, elogios e risadas entre o chorar silencioso, misturando o momento de dor a breve felicidade que sentiam por estar um com o outro apesar de muitas coisas irem contra a união deles no ultimo ano, seguiam ali amando e sendo o alivio um do outro dia após dia.
 
— Eu estava errada, quando nos despedimos de Aurora e eu cantei aquela musica para ela, onde dizia que não poderia sorrir sem ela, eu estava errada, apesar da dor que sinto neste momento, você ainda consegue me fazer sorrir. – Natasha exclama deitada no chão do quarto vazio assim como o marido, enquanto observavam o teto branco e iluminado.
 
— Sei como se sente, você é uma das pessoas que me faz sentir forte, sei que se estiver comigo tudo vai ficar bem e isso me permite sorrir.
 
— Você sempre foi muito bom com palavras. – ela comenta o fazendo sorrir, e ao alcançar o telefone da esposa, ele busca uma musica no aplicativo, colocando-a para tocar. — Que musica é essa?
 
— All Through The Night, é um cover, minha versão favorita.
 
Natasha escuta a musica começar a tocar e a musica falar sobre a companhia de outra pessoa, e como isso os torna fortes ao importarem-se com o presente, e enfrentar a noite juntos, esquecendo suas dores e seus fantasmas, e como este tempo era novo e precioso. Ela sorri com os olhos banhados em lágrimas emotivas, mas não de tristeza, naquele momento eram somente lagrimas de emoção, não sentia-se sozinha. Quando o breve momento no quarto acaba, eles decidem por deitarem-se para dormir, não sabia o que o dia seguinte tinha reservado a eles, e queriam estar descansados fisicamente para enfrentar qualquer momento difícil que fosse surgir, Natasha o espera no corredor quando ele vai desligar tudo na sala de televisão, retornando para a esposa e a acompanhando até a cama, onde deitam-se abraçados entre as cobertas, sentindo o clima do quarto ficar friozinho conforme o passar dos minutos, e fazem carinho um no outro até pegarem no sono finalmente.




















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Olá Meus Amores! 🌻
Muá surgindo em mais uma madrugada e surpreendendo vocês, pelo menos eu espero que sim hahaha. Perdão pela breve demora, estava escrevendo ha alguns dias e nem acabava e nem ficava pouco hahaha.

Finalmente acabou e eu tive que dividir em mais uma parte pois caraca ficou gigante. Espero que gostem do capitulo, perdão caso os fiz chorar, mas eu chorei também e não quero ser a única.

Comentem bastante hein, mesmo com o bug, coloquem as falas entre aspas e eu saberei haha, comentario são meus combustivel, me anima e assim tenho o feedback de vocês.

Beijinhos. 🤭😘

Até o próximo! 💛

Contrato Vitalício  - Romanogers 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora