Eu não deveria ter demorado tanto assim para voltar para casa. Mitsuya nem me ligou depois daquele dia, então talvez ele tivesse se esquecido completamente. E eu poderia usar isso como desculpa e nem voltar. Mas ai eu estaria sendo uma bela filha da puta. Já estava na hora de parar de me esconder e, sendo bem sincera, eu sentia falta dos meus amigos. Então apenas precisei de uns dias para arrumar minhas coisas, me transferir de escola e avisar para a pessoa que cuidava de mim que eu estava voltando pra casa. E se poderia morar com ela. Ao inferno que eu ficaria com minha "família". De qualquer forma, levei alguns dias para acertar as coisas. E, no dia três de agosto, peguei o trem para voltar para casa. Não era tão longe assim, umas duas horas. E ainda assim eu evitei, por todo esse tempo, que algum dos meninos fosse me visitar. E que eu fosse visitar eles. Porque eu sabia... Sabia que não voltaria se visse Mikey, Draken, Mitsuya, Pah. E sabia que seria complicado ver Keisuke. Ele ia encher a porra do saco, me xingar e fazer um drama do caralho, eu sei.
A estação estava cheia de gente quando cheguei. Fiquei agarrada com minha mochila, olhando de um lado para o outro em busca do rosto conhecido de Mitsuya. Será que ele tinha esquecido? Droga, eu realmente deveria ter ligado para ele e avisado que estava indo, mas destruí a bateria do meu celular jogando joguinho. Eu sou um verdadeiro desperdício de vida, por Deus. E, ao invés de, sei lá, pedir o celular emprestado para alguém, eu simplesmente fiquei dormindo. Ei, prioridades, se eu teria que encarar Mikey e Draken e dar um jeito na birra dos dois, então eu precisava estar muito bem descansada. Não era fácil lidar com aquelas duas bestas.
Foi ai que vi o cabelo prateado de Mitsuya, perto da saída da estação. Meu olhar encontrou com o dele e Mitsuya sorriu. Caramba, eu quase dei a famosa choradinha. Fazia tanto, tanto tempo que não o via. Não pensei duas vezes antes de correr até ele e me jogar em seus braços. Não importava quanto tempo ficasse longe, quanto tempo ficasse sem falar com ele, minha amizade e o amor que eu sentia por Mitsuya continuariam os mesmos. Ele deu risada enquanto me apertava em seus braços e talvez eu tenha deixado uma lágrima escorrer. Assim, só talvez, nada de uau.
-Você cresceu, Mimi.- ele disse rindo e eu revirei os olhos.
-Será que agora vão parar de me chamar de tampinha?- eu disse sorrindo enquanto seguia Mitsuya para fora da estação. -O que é bizarro porque Mikey e eu temos a mesma altura.
-Você realmente acha que iamos zoar o Mikey e correr o risco de tomar um chute daqueles na cara?- Mitsuya disse e era um bom argumento.
Ele subiu na moto e eu subi logo em seguida, me segurando nele. Fazia tempo que não andava de moto com alguém e, ah, isso me trazia tantas recordações boas. Aquelas ruas, aquele lugar... É, eu nunca deveria ter partido. Percebo agora que foi um erro, um dos maiores que cometi na minha vida.
-Então, me atualize. Mikey e Draken já se mataram?- eu brinquei. Mitsuya ficou quieto como um túmulo. E eu o conhecia bem o suficiente para saber que estava escondendo algo, esse maldito. -Takashi, o que você está escondendo de mim?
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Choices • Tokyo Revengers
FanfictionAkemi gostava de se meter em encrencas. A adrenalina que percorria pelo seu corpo toda vez que isso acontecia era algo que ela jamais conseguiria se desapegar. E também era terrivelmente engraçado tirar o olhar presunçoso de garotos que achavam que...