Nem eu e nem Keisuke queríamos ir embora, mas estava ficando tarde e se minha madrinha descobrisse que eu tinha dado a famosa fuga, eu seria uma garota morta. Nós ainda enrolamos um pouco antes de voltar para a moto dele. Falei para Keisuke do como tinha sido um inferno os dois anos que passei longe, como era uma merda ficar sozinha o tempo todo. O como odiava todos da minha escola e todos me odiavam. Por incrível que pareça, ele me escutou sem fazer nenhum comentário sarcástico. E deu risada quando contei que tinha sido suspensa na minha primeira semana por arrumar briga com uma garota mais velha. Bem, a garota tinha me empurrado de graça no corredor falando que era assim que tratavam os novatos. E ai eu quebrei o nariz dela. Simples assim.
Eu me agarrei a Keisuke quando subimos na moto, como se, assim, nada daquilo pudesse desaparecer. O que aconteceria no dia seguinte? Ele continuaria comigo ou voltaria a me ignorar? Honestamente, eu não sabia se queria descobrir. Então, apenas aproveitei o momento que ainda tinhamos juntos. Deitei minha cabeça no ombro dele e suspirei, fechando os olhos com força. Eu tinha sentido a falta de Keisuke, de ficar assim, como se nada mais no mundo importasse além da gente.
Mas não demorou muito para chegarmos na porta da minha casa. Eu suspirei infeliz e desci da moto dele. Achei que ele fosse ir embora, mas ele desligou a moto e me olhou. Torci o nariz.
-Porque está me olhando assim?- eu murmurei. Ele esticou a mão e passou pelo meu cabelo.
-Seu cabelo não ficou feio. - ele disse e eu arqueei uma sobrancelha.
-Você disse que tinha ficado uma bosta.- eu lembrei. Baji revirou os olhos.
-Porque você é irritante.- ele disse. -Mas nada em você é feio, Akemi.
Eu desviei o olhar e me afastei dele, ciente de que minhas bochechas estavam pegando fogo. Garoto maldito, olha o tipo de efeito que ele tinha sobre mim!
-Para de me fazer ficar com vergonha!- eu reclamei e Keisuke deu risada. Eu gostava da risada dele. Eu suspirei. -Vou precisar da sua ajuda.
Ele me olhou confuso e eu fiz uma careta.
-Minha madrinha me deixou de castigo e eu meio que pulei a janela para sair de casa.- eu disse e Keisuke me olhou perplexo. -Preciso de ajuda para subir de novo.
-Tá de sacanagem, né?- ele disse e eu fiz uma careta.
-Estou falando sério, Keisuke! Pelo amor de Deus, dá pra você me ajudar a subir? Se ela descobrir que eu dei uma escapadinha, ela vai me matar!- eu disse. Ele me olhava divido entre cair na gargalhada e me repreender. No fim, apenas balançou a cabeça e me seguiu para os fundos da casa, onde ficava a janela que dava para meu quarto.
Nós ficamos um tempo apenas olhando a janela, percebendo o como aquela merda era alta. No fim das contas, eu suspirei derrotada e coloquei o rosto entre as mãos.
-Você só se mete em problema, Akemi. - Keisuke disse balançando a cabeça. -Como saiu, para início de conversa?
-Caindo.- eu disse, rindo. Ele me olhou indignado. -Relaxa, Mitsuya me segurou.
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Choices • Tokyo Revengers
Fiksi PenggemarAkemi gostava de se meter em encrencas. A adrenalina que percorria pelo seu corpo toda vez que isso acontecia era algo que ela jamais conseguiria se desapegar. E também era terrivelmente engraçado tirar o olhar presunçoso de garotos que achavam que...