Akemi gostava de se meter em encrencas. A adrenalina que percorria pelo seu corpo toda vez que isso acontecia era algo que ela jamais conseguiria se desapegar. E também era terrivelmente engraçado tirar o olhar presunçoso de garotos que achavam que...
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Tudo tinha uma tendência de piorar em um nível extremamente absurdo. Em um momento, tudo parecia estar tranquilo, no outro, percebia o quão errada estava em pensar isso. Não teria paz enquanto Kisaki estivesse fodendo com nós, não teríamos paz enquanto não acabassemos com a Tenjiku. Aquela semana... Foi como se tudo tivesse piorado mil vezes mais. O sequestro de Takemichi, levarem Koko para Tenjiku, a traição de Mucho... Tudo parecia estar acontecendo rápido demais, e eu não fazia a menor ideia do como parariamos isso. E agora, isso.
Eu pisquei os olhos com força em uma tentativa falha de conter minhas lágrimas. De raiva, de desespero. Hakkai parecia bem perto de quebrar metade do hospital, e talvez ele tivesse mesmo feito isso se Yuzuha não o tivesse impedido de agir como um idiota.
-Hakkai, vá pra porra da reunião, a gente fica aqui.- Keisuke praticamente teve que chutar Hakkai pra fora dali, e, sim, eu entendia o que Hakkai estava sentindo naquele momento. Eu também queria arrebentar com aqueles merdas da Tenjiku, mas agir dessa forma não ia fazer Smiley e Mitsuya ficarem magicamente melhores.
Quando Hakkai desapareceu, tão irritado que parecia que ia explodir, eu soltei um longo e pesado suspiro.
-Essa reunião vai ser foda, hein. - Keisuke soltou e eu tirei as mãos do rosto para olhar meu namorado com repreensão. Ele apenas fez uma careta. -Se acha que Hakkai não vai fazer um show lá, está enganada.
-Eu sei que vai. Mas acha que ele está errado? Enfiaram um cano nas costas do Takashi, Keisuke! Ele tá apagado nessa porra, você queria o que, que Hakkai estivesse calmo?- eu chorei. Keisuke suspirou, se sentando ao meu lado e passando um braço ao redor dos meus ombros, me puxando para perto de si. Eu apenas fechei os olhos, deixando que minha cabeça tombasse contra seu ombro.
Não sabia quem era mais arrombado em toda essa história, Kisaki ou Izana. Kisaki por querer fuder com todos nós, só Deus sabe o porquê, e Izana por estar fazendo uma merda dessas com os próprios irmãos. Tudo isso por causa de um ciúmes imbecil pelo Shinichiro.
Eu entendo. Entendo o como relacionamento entre irmãos podem ser complicados. Quer dizer, Kazutora e eu vivemos um inferno juntos! Mas tentar matar seu próprio irmãos, querer ele morto, o destruir? Isso é simplesmente doentio.
Dei um suspiro pesado, enterrando meu rosto na curva do pescoço de Keisuke. Tudo o que eu queria é que as coisas fossem mais simples, menos malucas e complicadas. Era pedir demais por isso, pedir demais por um pouco de paz?
Não era justo; não era justo que Takashi e Smiley estivessem agora apagados em uma cama de hospital porque arrombados do caralho decidiram que iam se meter no meio dessa briga toda entre irmãos. Nada disso era justo, porra!
Pisquei meus olhos com força novamente, tentando controlar minha raiva e minha dor por meu melhor amigo estar todo fodido agora. Que merda. Merda do caralho. O que mais Izana e Kisaki fariam, afinal? O que estavam planejando? Porque eu não era burra de pensar que eles parariam por aqui. E, sim, eu estava com medo. Medo porque sabia que, para Kisaki, não existiam limites. E que... Até mesmo matar para ele parecia ser simples, como se uma vida fosse completamente insignificante.
