Fifteen

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Eu acordei com o celular tocando

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Eu acordei com o celular tocando. Achei que uma hora ia parar, mas quem quer que estivesse me ligando, era uma pessoa insistente e chata para caralho. Tateei as cegas em busca da merda do celular, ainda meio sonolenta. Eu estava tendo um sonho ótimo e feliz, onde minha vida não era uma confusão desgraçada. Tinha até sonhado que Keisuke tinha me beijado. Ah, espera. Isso não foi sonho. Realmente nos beijamos ontem, o que foi ótimo para o meu eu iludida ficar ainda mais iludida achando que todos os problemas entre nós se acertaram. Ou eu só estou sendo paranóica. Vou torcer para ser apenas paranóia minha. Consegui resgatar meu celular e o atendi.

-Que foi, inferno?- eu disse, sem nem ver quem era antes.

-Caramba, é assim que você atende o celular?- uma voz perguntou com divertimento. Franzi o cenho e me sentei na cama.

-Chifuyu? Como você tem meu número? Você é algum tipo de psicopata ou sei lá?- eu dissse meio perplexa. Não me lembro de ter passado meu contato para ele. Meu Deus.

-Quê? Claro que não! Baji me passou seu número. - Chifuyu respondeu e eu torci meu nariz.

-E como ele tem meu número? - eu perguntei e escutei um barulho de conversa, mas não dava para entender merda nenhuma.

-Ele mandou dizer que é porque você ficava mandando mensagem para ele desesperada por amor.- Chifuyu disse e, pelo jeito que falou, estava controlando a vontade de rir.

-Então manda ele se fuder.

-Akemi mandou você se fuder. - escutei Chifuyu falar e então ele começou a rir. Provavelmente Keisuke estava fazendo sua melhor cara de indignação.

-Ei, Chifuyu? Porque está me ligando?- perguntei curiosa.

-Quer sair com a gente?- ele disse, direto.

-Eu tô de castigo.- eu disse fazendo uma careta.

-Pula a janela de novo. - dessa vez era a voz de Keisuke.

-E ai minha madrinha vai colocar grades na janela!- eu reclamei.

-Só se vive uma vez, Akemi!- Chifuyu disse e eu bufei.

-Tá. Então vêm me buscar. Alguém tem que me segurar quando eu cair da janela.- eu disse sorrindo. Chifuyu deu risada e disse que em dez minutos chegava e eu desliguei.

Eu fui para o banheiro me arrumar. Estava completamente acordada agora. E, por Deus, eram duas horas da tarde. Então eu não ia precisar fugir pela janela, minha madrinha devia estar trabalhando, o que era ótimo.

Escovei os dentes e arranquei meu pijama de coraçãozinho e coloquei a primeira camiseta preta que eu vi, assim como meu jeans rasgado. Estava tão apressada que nem estava vendo direito o que pegava para vestir, apenas vestia. Enfiei o tênis dando pulinhos e quase caí no chão, o que me fez pensar que não foi lá uma grande ideia, devo admitir. Passei os dedos pelo cabelo quando parei na frente do espelho. A única parte boa do cabelo estar mais curto era aquela: bem mais fácil de tirar os nós e pentear.

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