O dia tinha acabado de começar e eu já estava irritada. Eu simplesmente odiava os babacas da minha escola. Eles se achavam os gostosões da cidade, e não tinham nem vergonha de chamar aquele grupinho meia boca deles de "gangue". Há! No dia que aquilo for uma gangue, eu não me chamarei Akemi. Tipo, pelo amor né. O líder deles, Ayumi, paga de bonzão, mas com um soco já ia estar morto no chão. Acredite, eu sei bem disso. Já testei. Deixei Ayumi choramingando no cascalho. O problema é que as únicas testemunhas tinham sido ele e eu, então ninguém mais acreditava que uma mulher tinha destruído Ayumi Yamamoto. Bando de babacas presunçosos de merda. Pelo menos Ayumi parou de encher a merda do meu saco depois disso.
Estar tão longe de casa, na maioria das vezes, era complicado. Apesar de já ter se passado alguns anos desde que deixei minha cidade natal, eu ainda sentia muitas saudades de lá. E principalmente dos amigos que deixe para trás. Eu sabia que partir tinha sido minha escolha. E provavelmente a pior que eu já tinha tomado na vida. Mas a vergonha de ficar lá depois de tudo que tinha acontecido, por mais que não tivesse sido minha culpa... Era demais para mim. Eu sabia que partir no momento em que parti havia quebrado algo em meus amigos. Alguns deles nem falaram comigo depois que fui embora. Não vou mentir, doeu e ainda doí para cacete, mas qual minha moral de exigir algo depois de ter ido embora da noite para o dia sem nem me preocupar em dizer 'tchau'? Eu sei que posso ser bem cuzona quando eu quero, acredite.
-Hey, Akemi.- Ayumi tinha surgido do meu lado com aquele sorriso torto dele. Era extremamente irritante, e ainda mais irritante porque ele tinha a doce ilusão de que tinhamos algo. Como se eu um dia fosse burra o suficiente para me apaixonar por um bundão. Eu havia sido apaixonada por apenas uma pessoa, e onde isso me levou? Exato, a lugar nenhum. Não estava afim de repetir a dose, ainda mais com um menino burro e arrogante como Ayumi. -Quer sair mais tarde?
Ele passou o braço ao redor dos meus ombros. Como se eu fosse alguma coisa dele, querendo que achassem que eu era algo dele. Haha. Nem fudendo. Lentamente, me virei para Ayumi, dando meu melhor sorriso perverso para ele. Kazutora costumava dizer que quando eu sorria assim era sinônimo de problema. E porque eu estava pensando nele? Argh. As vezes, algumas pessoas, é melhor a gente esquecer. Deixar escondido no fundo da mente e fingir que nunca conheceu. Mesmo que essa pessoa signifique o mundo para você. Era assim que eu me sentia quando o assunto era Kazu. Eu geralmente fingia que ele nunca tinha existido, por mais que me destruísse por dentro. Por mais que uma parte de mim sentisse raiva por eu simplesmente ter apagado ele da minha vida dessa forma. Sabe quem nunca entendeu e nem nunca entenderia isso? Keisuke. Maldito irritante, lealdade só vai fuder com a vida das pessoas, sabia?
-Quer sentir de novo meu bebê aqui na sua cara?- eu disse erguendo o punho para ele e arqueando a sobrancelha. Ayumi, sabiamente, se afastou, as mãos erguidas em sinal de rendição. Ótimo, exatamente do jeito que eu gosto.
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Choices • Tokyo Revengers
FanficAkemi gostava de se meter em encrencas. A adrenalina que percorria pelo seu corpo toda vez que isso acontecia era algo que ela jamais conseguiria se desapegar. E também era terrivelmente engraçado tirar o olhar presunçoso de garotos que achavam que...