Twenty

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Dias se passaram desde que eu soube que meu irmão tinha sido solto

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Dias se passaram desde que eu soube que meu irmão tinha sido solto. Dias e, ainda assim, não faziamos a menor ideia de onde ele tinha se enfiado. O que me deixava meio desesperada. Ele já ia se meter em outra merda? Meu pânico era tão nítido que ninguém arriscava vir encher meu saco. Eu não conseguia prestar atenção nas aulas, ignorava as mensagens de Mikey e Draken, nunca aceitava os convites de Chifuyu e Emma pra sair e estava evitando as duas únicas pessoas que conseguiriam me fazer falar: Keisuke e Mitsuya. Eu realmente não queria ficar falando sobre meus sentimentos e muito menos do quanto estava desesperada e triste por meu irmão realmente ter me apagado da vida dele. Como se eu não tivesse feito o mesmo... Algo que me arrependo amargamente. Talvez eu pudesse ter evitado tornar ele no que quer que tenha se tornado agora.

Eu não tinha ido para escola naquele dia e minha madrinha não brigou comigo. Ela apenas suspirou e me deixou dinheiro para comprar almoço, como se soubesse que eu estava sem ânimo para sair da cama e fazer comida. Bem, de qualquer forma, eu também não queria comer! Eu não queria fazer nada. Queria ficar na cama e desaparecer em meio aos travesseiros e cobertores e pensamentos horríveis.

Aquilo era culpa minha? Tudo o que aconteceu, era culpa minha? Sabia que não era, não tudo, mas porque eu não conseguia acalmar meu coração, porque não conseguia deixar de pensar no como Kazutora me olhou com raiva e mágoa a última vez que nos vimos? Meu irmão gêmeo me odiava. E talvez uma parte de mim também o odiasse.

Batidas na porta me fizeram apenas levantar a cabeça e franzir o cenho. Ainda estava cedo demais para minha madrinha ter voltado do trabalho. Será que ela tinha saído mais cedo? Ou será que era um invasor? Não, nem fazia sentido, um invasor não ia bater na merda da porta!

-Posso entrar?- era a voz de Keisuke. Fiz uma careta. Como ele tinha entrado na minha casa? -Sua madrinha me deu a chave. - ele completou, como se tivesse lido meus pensamentos.

-Entra.- eu murmurei, voltando a deitar a cabeça no travesseiro e olhar para o teto. Escutei a porta se abrir e se fechar e senti o colchão afundar do meu lado.

Me virei um pouco, apenas para olhar Keisuke. Ele já estava me encarando e eu suspirei. Keisuke segurou minha mão e eu apertei a dele.

-Porque está aqui?- eu perguntei. Ele revirou os olhos, como se eu fosse idiota.

-Você ainda pergunta, Akemi?- ele falou. -Você está evitando todo mundo de novo.

-Desculpa. - eu suspirei. -Eu... Não sei lidar com sentimentos.

-Você se isolar e deixar todo mundo de fora não vai ajudar. Ajudou da última vez que você fez isso?

-Não.- eu murmurei. Ele me olhou como quem diz "viu, estou completamente certo e você completamente errada". -Tá bom, Keisuke, já sei que sou inconsequente, para de ser chato. - eu reclamei, o puxando até que ele caisse deitado do meu lado. Me estiquei e me deitei nele. -Só quero ficar quieta, pelo amor de Deus.

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