- Eu beijei a sua irmã.- Nicolas pressionou as têmporas ao terminar de falar, criando coragem para levantar o olhar ao perceber que seu amigo continuava em silêncio.
- O que disse?- Arthur parecía incrédulo.
- Eu beijei a Amanda... E se você não tivesse chegado naquele momento... Nós iríamos...-
As palavras de Nicolas foram cortadas por um abrupto soco no nariz.
Ele poderia retrucar, mas não tirava o direito do amigo de se sentir traído.
Quando Nicolas mal se deu conta, Arthur o puxou pela gola da camisa, disferindo mais três socos certeiros em seu olho direito, o que fez acumular sangue no local e nascer um hematoma.
Provavelmente isso teria acontecido, se Nicolas dissesse ali, naquele momento, o que de fato o intrigava há semanas.
Mas ao invés disso, ele respirou fundo, passou os dedos pelas mechas grossas de cabelo, e relatou algo completamente diferente.
- Eu fiquei com a Rachel mais cedo, em meu apartamento.
Seus amigos caíram em gargalhada.
- Eu sabia que em algum momento isso aconteceria.- Comentou Arthur.
- Eu já estava começando a desconfiar de você, cara... Naquele dia na praia você dispensou a Jess, aquela menina é uma escultura, já viram os... - Marcelo levou suas duas mãos para a frente do tórax, simulando o que seria o tamanho dos seios da moça.
- Nem me fale dessa cobra... Ela foi colocar caraminholas na cabeça da Rachel... Bem, porque eu emprestei minha camisa para a Amanda.-
Arthur fechou a cara, foi nítida a mudança de expressão.
- Ela é prima da Rachel, não?- Perguntou Gustavo.
- É...-
- Ah, cara. Com uma prima dessas... Quem precisa de inimiga?- Gustavo levou a pedra de gelo que tinha em seu copo a boca.
- Não sei que ideia absurda que essa tal Jessica teve... Você jamais olharia para a minha irmã como mulher... Pfff.- Arthur precisava de uma confirmação.
- Sim... Sim... Claro.- Nicolas dissimulou.
- Você gosta dela como uma irmã, não é?-
- Com certeza... E nem se fosse o caso, sua irmã parece a Olívia palito.-
Gustavo e Marcelo acharam que Nic forçou bastante a barra.
Amanda não chega nem perto de ser magra demais.
Ela podia até não ser nenhuma deusa dos quadris largos e seios fartos, mas tinha o corpo bastante volumoso para ser designada como " Olívia palito".
Não que isso fosse um problema.
Samanta, uma das melhores amigas de Amanda que ficou com o Arthur na praia, era bem magrinha.
E uma coisinha linda.
Arthur até deixou escapar um sorriso ao pensar nela.
Mas claro, não pretendia repetir a dose. Ela podia achar que ele queria alguma coisa séria e...
Só de pensar, Arthur ficava nervoso.
Já Nicolas, continuava muito pensativo.
Ele tomou uma decisão muito importante. Não colocaria a sua amizade em risco por conta de uma garota. Precisava urgentemente afastar a Amanda....
Na manhã seguinte, quando Amanda acordou, seu celular vibrava com a quantidade de mensagens que suas amigas mandaram.
Elas queriam saber se Fábio dissera algo depois do beijo que rolou.
O último que Amanda quería pensar era na confusão que havia se metido. No mesmo dia, ela beijara o melhor amigo de seu irmão e o primo dele.
E o pior... Tinha a sensação esquisita de que estava começando a sentir algo pelo Nic.
Ela não o viu mais no restante do dia, e desconfiava que ele estava tão confuso quanto ela.
Precisava tirar aquela história a limpo. Seja lá o que tenha acontecido, ela precisava se certificar se sentia ou não algo por ele.
Nem tocou no café da manhã, saiu voando porta a fora após suas higienes matinais, e pegou um carro de aplicativo até a casa do Nic.
Como de costume, o porteiro estava fora do seu posto, e ela correu para chamar o elevador até o andar dele. Amanda sentia um nervosismo estranho, era uma espécie de frio e calor que brotavam ao pé de sua barriga.
Qual o motivo disso tudo? Era apenas o Nic.
O Nic que ela conhecia desde criança.
O melhor amigo irritante do seu irmão que a amava como uma irmã.
Ou pelo menos era o que ele sentia, antes de ter acontecido tudo aquilo no dia anterior, no quarto de Amanda.
O que ela sentia por ele não era mais fraternal. Era desejo, e talvez até...
Bom, ela não era boa com isso de sentimentos, mas sentia uma atração tão forte que chegava a ser perigosa.
Então, quando ela se viu de frente para a porta da casa dele, e apertou a campainha, de repente, parecia que para o seu dia valer a pena, dependia daquela bendita conversa que ela teria com Nic.
Ela ouviu os passos na direção da porta, era incrível como conhecia tão bem os passos dele, e quando ele girou a maçaneta e ficou de frente para o ela, por um momento, Amanda esqueceu como falava.
- Amanda? O que faz aqui?.- Nicolas parecía confuso.
- E-eu... Bem...- Ela parecia uma pateta, nem formular uma frase conseguia.
- Aconteceu alguma coisa?-
- Nic... Quem foi que chegou? Pediu café da manhã pra gente?- Era a voz dela.
Da intragável da Rachel, que não demorou muito para aparecer atrás dele na porta.
Amanda abriu e fechou a boca tentando dizer alguma coisa, mas não conseguiu, o choque era muito grande.
- Veio trazer algum recado do seu irmão?-
- Eu precisava conversar com você, Nic... Mas vejo que está ocupado.-
- Sim, estamos muito ocupados.-
- Não, eu não estou ocupado. O que aconteceu?-
Amanda achou melhor não responder.
A vontade que ela tinha de trucida-lo era grande demais, então, tudo o que fez, foi caminhar pelo corredor no sentido contrário ao apartamento dele.Horas antes
Já era madrugada quando Nicolas voltou do bar, e tudo o que precisava era de uma ducha quente e sua cama extremamente confortável.
É verdade que precisava resolver a situação com a Amanda, ele não poderia simplesmente parar de frequentar a casa de seu melhor amigo.
A culpa ainda lhe corroía a mente, principalmente porque não parava de pensar nela.
Não parava de pensar no desejo que sentiu ao tocar a pele macia de seu corpo... E pior... O que sentiu ao encostar na sua intimidade quente.
Ele a queria, e não podia fazer nada para mudar isso.
Mas não podia dar uma facada daquela nas costas de seu amigo, ele e Arthur são como irmãos desde criança, e isso valia mais do que qualquer coisa.
Ou qualquer pessoa.
Ele precisava conversar com a Amanda.
Mas precisava de um lugar público para não cair na tentação de ficar com ela de novo.
Ele afundou o corpo no sofá, estava exausto. Antigamente teria se embebedado para fugir dos problemas, mas precisava pensar com clareza na decisão que iria tomar.
Como ele afastaria a Amanda? Era obvio que ela sentia o mesmo, ou do contrário não reagiria daquela forma ao toque dele.
Em uma resposta para as suas preces - na verdade, ele não tinha rezado, ou do contrário não teria acontecido isso- , ou então reformulando melhor a frase... Como um sinal que Nicolas achou ter recebido, a campainha tocou.
Aquela maldita campainha, velha e irritante, que as vezes o fazia lembrar de sua tia avó. - Tia Clotilde era tão barulhenta quanto aquilo-.
Nic ficou de pé e abriu a porta, eram quase cinco horas da manhã e não conseguiria imaginar alguém que fosse capaz de fazer uma visita naquela hora.
Alguém normal, com certeza não.
Mas era a Rachel.
- Vi a foto que postou quando chegou em casa...-
- O que está fazendo aqui?-
- Vim te ver, não vai me convidar para entrar?-
- Não.- Ele respondeu seco.
Rachel bufou.
Mas como sempre, ela não se convencia facilmente de nada. Levou uma de suas mãos as costas, abrindo o zíper de seu vestido e deixando a peça escorregar pelo corpo bem desenhado.
Ela estava nua, completamente.
Não havia um vestígio de roupa.
E claro, a atração que ele sentia por ela era ainda muito forte.
Além de que, alguém poderia passar pelo corredor e encontrar aquela louca naquela situação.
- Você não me quer?- Ela sussurrou.
Nicolás continuou parado, e não evitou que Rachel se aproximasse.
Ela tocou o seu corpo nu contra o dele, e depositou um beijo na pele quente de seu pescoço, o que o fez arrepiar.
A mulher deslizou uma das mãos pelo seu abdômen nu - já que ele estava sem camisa antes-, e a levou até a sua intimidade coberta pelo short fino que Nic usava, apertando vagarosamente o seu membro.
Ele soltou um leve gemido, entreabrindo a boca, e foi quando Rachel o devorou em um beijo urgente.
Nic envolveu o corpo dela com os braços e a arrastou para dentro, fechando a porta de sua casa. Na manhã seguinte, estava atordoado por ter amanhecido ao lado dela.
Rachel acordou quando ele levantou, e o convenceu de que deveriam tomar o café da manhã juntos.
Ela não é Amanda...
Ele pensou várias vezes enquanto a observava se mover pela sua casa.
Ela não é a Amanda, e isso parece correto.
Nic quería uma forma de se livrar do que estava sentindo pela irmã de seu melhor amigo, e encontrou o meio perfeito para isso.
Ele precisava voltar a ficar com a Rachel. Já foi apaixonado por ela um dia, por que não poderia voltar a sentir aquilo?
- O que está pensando?- Rachel perguntou ao perceber que ele a encarava.
Nic abriu a boca para responder, mas foi quando a campainha tocou.
Ele não estranhou o porteiro não ter interfonado, o homem parecia que estava sempre fora de seu posto. Quando girou a maçaneta e abriu a porta, se deparou com a última pessoa que imaginava encontrar na frente de sua casa.
- Amanda? O que faz aqui?-
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O melhor amigo do meu irmão
RomanceO que você faria se, de repente, um amor platônico pelo melhor amigo de seu irmão mais velho, virasse realidade? Desde pequena, Amanda suspirava por Nicolas, mas devido a diferença de idade, além do fato de Arthur, irmão de Amanda, ser extremamente...