Após a praia, Nicolas tomou uma chuveirada e acabou adormecendo no seu próprio sofá. Ele se sentia bem por ter se resolvido com Arthur, e tinha certeza que era apenas uma questão de tempo para que esquecesse a Amanda.
Naquele dia, no calor do momento, ele quase falou que a amava, e talvez tivesse metido os pés pelas mãos se falasse. Nicolas não tinha certeza se a amava, mas que sentimento era aquele que o fazia necessitar tanto de uma garota a ponto de perder a razão?
Ele trans.ou com a única garota da face da terra que ele deveria se manter a metros de distância, sem nem pensar nas consequências que isso traria para uma amizade da vida toda.
Nicolás acordou com o barulho da campainha, sem entender o porquê sua cabeça ainda latejava de dor. Ele suspeitava que nem ao dormir se livrava da dúvida entre esclarecer tudo com Arthur ou afastar a Amanda de vez. Como de costume, o rapaz não fazia a menor ideia de quem se tratava, já que Diógenes, o porteiro, nunca interfonava para avisar quem estava subindo.
Há dois dias Nicolas flagrou o senhor Diógenes comendo rosquinhas na padaria da rua debaixo, no horário do serviço, enquanto tinha o maior movimento no saguão do prédio porque alguém queria descobrir aonde morava uma tal de dona Teresa.
Teresa's sempre causam um tumulto em algum lugar. Nicolas riu ao se lembrar da avó de Arthur, Hugo e Amanda.
Ao girar a maçaneta, ele se depara com a figura de cabelos escuros que tanto vem atormentando a sua cabeça. Amanda estava linda usando aquele vestido azul, e parecía furiosa com alguma coisa que Nicolas esperava não ter nada a ver com ele.
Bom, se não tinha, em breve teria, pois Nicolas tinha decidido que iria acabar de uma vez por todas com aquele suplício.
- Amanda...- Ele não parecía surpreso.
- Você não respondeu nenhuma das minhas mensagens.- Ela cruzou os braços em uma demonstração clara de raiva.
Ele olhou para os lados pelo corredor, torcendo para que ninguém conhecido a tenha visto subir no seu apartamento.
- É melhor conversarmos aqui dentro.-
Amanda respirou fundo, dando alguns passos para frente, no qual já estava dentro da sala de estar do apartamento de Nicolas.
- O que deu em você? Praticamente fugiu da chácara da Vanessa e me deixou tendo que lidar com tudo sozinha! Eu aposto que você nem faz ideia de como tudo aquilo explodiu na nossa cara.-
- Eu sinto muito, Mandy... Eu precisava ficar sozinho para pensar, eu não aguento mais viver mentindo para o meu melhor amigo.-
- E você acha que eu gosto de enganar o meu irmão? Mas isso foi ele que procurou! O Arthur sempre se envolveu com as minhas amigas ao seu bem entender e eu nunca interferir nisso! Claro que eu sempre avisava para que não o levassem a sério, mas nunca transformei a vida dos meus irmãos em um inferno por tentar escolher as pessoas por quem eles se apaixonariam.-
- Eu concordo com você, mas...-
Amanda o ignorou, continuando a falar.
- Estamos no século 21, pelo amor de Deus! Desde quando os irmãos podem escolher com quem as irmãs vão se relacionar? E o pior de tudo é que você fica dando asas as imbecilidades dele.-
- Eu?- Nicolas piscou os olhos, aturdido.
- Não, imagine... Sou eu.- O tom de voz de Amanda continha ironia.- Se você sentasse com ele para conversar e explicasse que estamos nos gostando de verdade, eu tenho certeza que o meu irmão entenderia... A menos que você não goste de mim.-
- Eu gosto de você, é claro que gosto. Mas eu tenho medo de te magoar e de perder a minha amizade com o Arthur. E se as coisas não sairem como planejamos? E se tivermos nos confundido com nossos sentimentos?-
- Se for assim, Nic, paciência. Ao menos teríamos tentado para saber o resultado de tudo. Eu te garanto que eu não serei o motivo do término da amizade de vocês, até mesmo porque eu não dei o direito do Arthur ficar dando pitaco na minha vida.-
- Você sabe que não é tão simples...-
- É simples, sim. Você que é covarde demais para se posicionar.-
- Você diz isso porque não é com um amigo seu!-
- Eu digo isso porque gosto de encarar as coisas de frente e não de ficar adiando o inevitável! Se eu ainda não disse nada ao Arthur foi por respeito ao seu tempo, mas eu não estou disposta a ficar me anulando por causa da sua covardia.-
- Mandy, eu preciso de uns dias para pensar com clareza, e até lá eu prefiro que nos mantenhamos afastados.-
- Pense o tempo que quiser, meu caro. Porque eu não vou te esperar mais.- Amanda caminhou na direção da porta, segurando a maçaneta.
- Amanda...-
- Tem uma pessoa que também foi vítima dessa bagunça toda que criamos e eu preciso resolver tudo com ela.- Amanda girou a maçaneta, abrindo a porta e saindo da casa.
Nicolás respirou fundo, coçando as próprias têmporas.
Ele sabia que a escolha que teria que fazer era difícil, só não imaginava quanto.
...
Amanda precisou controlar as lágrimas que estavam ameaçando rolar de seus olhos quando ela estava sentada no carro de aplicativo. Ela estava com raiva.
Com raiva do Arthur por achar que tinha o direito de decidir sua vida.
Com raiva do Nicolas por ser tão covarde.
E com raiva dela mesma por sofrer tanto.
Desde que aconteceu toda a confusão na chácara ela não conversou mais com o Fábio, e precisava tirar a limpo toda aquela história com ele - com certeza o coitado estava todo confuso, sem entender nada-.
Quando chegou no prédio do outro garoto, Amanda se apresentou ao porteiro que interfonou para Fábio, e acabou liberando a entrada dela. Amanda não evitou comparar a diferença entre aquele porteiro com o porteiro do prédio de Nicolas. Ela achava o senhor Diógenes uma figura, mas as vezes era muito inconveniente quando estava fora do seu posto comendo rosquinhas, Amanda temia pela saúde do próprio homem.
Os triglicerídeos do senhor Diógenes já deveriam estar nas alturas, e o fígado dele provavelmente pedindo misericórdia.
- Amanda... Que surpresa.- Fábio a recebeu com dois beijinhos na bochecha.
- Desculpa vim sem avisar. Só queria conversar sobre o que ocorreu na chácara da Vanessa.-
- Não precisa explicar nada, Amanda. Eu entendi que aquilo foi uma estratégia para livrar a cara do Nic.- Fábio deu um sorriso com o canto da boca.
- V-V-você sabia?- Amanda parecia pasma.
- Se eu sabia?- Fábio riu.- Todos da nossa turma desconfiam de você e do Nic, Mandy. Com aquela cena de mais cedo você só confirmou.-
- Me desculpa por usar o seu nome, eu estava desesperada. A minha prima armou uma cilada com uma por.ca.ria de foto.-
- A Priscila sempre aprontando com você...-
- É... Mas agora ela vai pensar duas vezes antes de aprontar de novo...-
- Como assim?- Perguntou Fábio preocupado.
- Como assim?- Amanda levou as duas mãos a cintura.- Eu enchi aquela cobra de tapa.-
- Senta aqui e me conta tudo... Vou mandar a empregada preparar um lanche.- Fábio conduziu Amanda pelo braço para que ela se acomodasse no sofá, e ela fez o que ele pediu.
...
- A Amanda não está aqui.- Falou Samanta á Arthur, assim que a funcionária de sua casa avisou que ele estava lá.
- Esses desenhos são seus?- Perguntou Arthur com os olhos brilhando ao observar várias folhas sobre a mesa de centro.
Nessas folhas tinham diferentes tipos de mulheres.
Mulheres de várias cores, de várias alturas e com vários corpos, usando modelos variados de roupas.
Samanta sempre amou desenhar, e sempre amou construir modelos de roupas nas folhas em branco.
- Não encoste neles.- Ela juntou os papéis com um certo tipo de desespero, colocando uma revista sobre eles.- O que você quer aqui?
- Falar com você.-
- Falar comigo?- Samanta ergueu a sobrancelha.- O que você quer comigo, Arthur?-
- Sabe o que eu quero com você? De verdade?- Arthur caminhou um pouco mais para frente, reduzindo as distâncias.
Samanta deu alguns passos para trás no intuito de recuar, mas ele continuou a cercando, até que a garota encostasse em uma das pilastras da sua casa.
- Arthur...-
- Está nervosa?-
- Fala logo o que você quer.-
- Eu quero isso.-
Sem nenhuma demora, Arthur colou os seus lábios aos lábios da moça, roubando-lhe um beijo intenso e nada casto. A língua dele pede passagem pela boca dela, e ela cede, permitindo que sua língua também se mova pela boca dele, e que as duas se encontrem e se acariciam em um toque suave. Arthur leva suas duas mãos fortes a agarrarem a cintura de Samanta, descendo com elas para o quadril da moça, agarrando-lhe a curva exuberante de uma das nádegas por debaixo do vestido rosa. Arthur sugou-lhe a língua, e fez o mesmo com o lábio inferior da jovem, descendo os seus beijos para o traço fino do pescoço dela.
- Eu quero você, Samanta... Eu quero você, e não posso mais negar isso.- Ele sussurrou com a boca ainda encostada na pele dela.
Samanta sabia que precisava dizer algo, mas aquele momento era tão delicioso que ela tinha perdido as forças até para falar. Ela jurou que jamais tornaria a deixar Arthur lhe encostar os dedos, mas quando Arthur lhe encostava os dedos ela não tinha vontade de pará-lo. Aquele homem irritante e inescrupuloso a fazia perder o controle dos seus sentidos, e sempre que Samanta sentia o gosto da boca dele, ou o roçar de seus dedos sobre o corpo dela, ela mergulhava em um delírio sem volta.
Arthur mordiscou a clavícula da garota, e comprimiu os seus lábios no início da curvatura dos se.ios dela, puxando as mangas do vestido de Samanta para baixo, tendo uma esplêndida visão da escultura que eram os se.iOS daquela mulher. Ele levou uma de suas mãos a tocar o contorno suave, e Samanta estava ofegante devido ao contato tão íntimo. Ela era como a miragem da água em um deserto, que por mais que Arthur quisesse levá-la a boca e engoli-la, ele sabia que não seria sua.
Ele queria aquela mulher com desespero, e nunca tinha ficado com nenhuma por mais de uma vez, mas sabia que seria possível se manter fiel a uma só mulher, e ele não queria magoar Samanta de novo.
- Você também me quer?- Ele perguntou, ainda acariciando aquele mesmo seio, usando o seu polegar para massagear o mamilo da moça.
Um calor ardente brotava das entranhas de Samanta, e ela não poderia mentir nem se quisesse.
- Quero.- Ela sussurrou.
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O melhor amigo do meu irmão
RomansaO que você faria se, de repente, um amor platônico pelo melhor amigo de seu irmão mais velho, virasse realidade? Desde pequena, Amanda suspirava por Nicolas, mas devido a diferença de idade, além do fato de Arthur, irmão de Amanda, ser extremamente...