O melhor amigo do meu irmão

Capitulo 14

- Eu disse que não queria mais você aqui!- Berrou Nicolas.

- Toda vez você diz isso e acaba se arrependendo.- Rachel levou uma de suas mãos a acariciar o rosto tenso do rapaz, mas ele a detém, agarrando o seu pulso ainda no ar.

- Vou falar com o porteiro para vetar a sua entrada.-

- O senhor Diógenes?- Rachel riu com desdém.- Por favor.-

Nicolas trincou os dentes para conter a raiva.

De fato, o senhor Diógenes passava mais tempo fora do seu posto, e não era de muita utilidade nesses casos.

Amanda estava escondida no grande armário da dispensa, entre vários pacotes de arroz, macarrão, feijão... Ela se questionava como uma pessoa que mora sozinha pode comprar tanta comida.

Amanda ouvia as vozes que vinham da porta da sala de estar, e mesmo sabendo que Nicolas não deixaria Rachel entrar, ela se encolhia em meio à feira do mês, como se pudesse se fundir aos pacotes e sumir. Se a ex noiva de Nicolas descobrisse que ela estava ali, tudo estaria perdido.

Várias notificações chegavam no aplicativo de mensagens. Era Samanta, desesperada.

Amanda precisou explicar os pormenores, enquanto ainda tentava escutar a conversa de Nicolas e Rachel.

- Quem está aí com você?-

- Rachel, não tem ninguém aqui comigo.-

- Estou sentindo cheiro de perfume de mulher.-

- Ah, pelo amor de Deus... Virou um cão farejador?-

- E eu escutei um barulho de notificação de celular.-

Amanda tapou a própria boca, olhando para o seu aparelho móvel como se ele fosse um inimigo.

Precisava lembrar de silenciar aquela geringonça da próxima vez.

Mas ela torcia para que não tivesse uma próxima.

- É o meu celular.- Ele respondeu secamente.

- Me deixa entrar.-

- Não.-

- Se não tem ninguém aí, então me deixa entrar.-

- Eu não quero que você entre na minha casa. Eu quero que você vá embora e esqueça da minha existência.-

- É a Amanda, não é?-

Amanda engoliu em seco.

- Não.- Nicolas disse em um tom de tédio.

- Eu desconfio dela desde que você voltou... O Arthur sabe?-

Amanda estava prestes a ter uma síncope nervosa.

- O Arthur não tem nada para saber. A Amanda é como se fosse uma irmã para mim, e mesmo se fosse diferente, isso não te diz respeito.- Nicolas empurrou Rachel delicadamente, conduzindo-a a se afastar da porta.

Ele empurrou a porta pesada para frente, fechando-a na cara da mulher.

- Eu vou descobrir a verdade, pode ter certeza disso!- Rachel acertou um soco na porta.

Nicolas observou a sombra dos pés dela parada por um tempo, mas depois desistiu de esperar e foi embora.

O rapaz respirou fundo, caminhando até o armário da dispensa e destrancando-o.

- Graças a Deus, não aguentava mais dividir um espaço com milhares de macarrões.-

Nicolas ergueu a sobrancelha, estendendo a mão para ajudá-la a descer.