Capitulo 17

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Ele poderia ter dito não.

Ele poderia ter se esquivado ou feito qualquer coisa para impedir que Rachel colasse os lábios aos seus, mas temeu que Arthur acabasse desconfiando... Ou pior, descobrindo, o que aconteceu entre ele e Amanda. Então, por isso, Nicolas se manteve imóvel quando Rachel se aproximou, e fez esforço para mover os lábios quando ela tocou a sua boca á dele. Rachel tentou enfiar a língua no meio do beijo, mas Nicolas não deu acesso para que ela o fizesse.

No final do desafío, ele tentou analisar a expressão de Amanda, mas ela parecia distante e alheia ao que tinha acabado de acontecer. O seu rosto esbanjava imparcialidade. Depois daquilo, quando a garrafa foi girada, várias outras pessoas foram desafiadas, incluindo Samanta e Arthur, que tiveram que dar um beijo - o que incomodou Camila, uma garota que era interessada pelo Arthur-. Em uma das girafas, a garrafa apontou para Priscila e Amanda. Priscila, estrategista como era, tentou se livrar de dois coelhos com uma cartada só. Ela demonstraria a Rachel que estava do seu lado, e ainda por cima, tiraria Amanda de uma vez por todas do caminho de Nicolas.

- Verdade ou...-

- Desafio.- Amanda a interrompe.

- Te desafio a beijar o Fábio.-

Nicolas fez uma carranca, inventando uma desculpa qualquer de que estavam ligando para ele e que precisava sair para atender. Ele não ficaria ali para assistir a Amanda beijar outro cara, ainda mais sendo esse cara o seu primo.

Fábio esperou que a Amanda caminhasse até ele, e que ficasse de joelhos para se igualar a sua altura - já que Fábio estava sentado-. Sem muita cerimônia, Amanda colou os seus lábios aos lábios dele, e ele levou suas duas mãos a pousarem na cintura esguia dela.

Exatamente como da primeira vez, o beijo foi bem sincronizado. Os lábios entraram em um único ritmo, e as línguas se tocavam em uma sintonia majestosa. Nicolas acabou espiando tudo por entre as frestas da cortina da sala de estar, e a sua raiva foi tanta que precisou socar com força uma das almofadas do sofá.

Ele não deveria nunca ter aceitado participar daquele jogo idiota, deveria ter inventado que estava com dor de cabeça.

- Tudo bem com você?- Perguntou Gisele, uma das convidadas da aniversariante.

A garota morena é baixinha segurava um copo de rum, e o estendeu para Nicolas ao perceber que provavelmente ele precisaria daquilo. Nicolas aceitou, tomando toda a dose com só uma golada.

- Vejo que não está em um bom dia.- Comentou a garota.

Não, ele não estava em um bom dia. Nicolas estava se apaixonando pela irmã do seu melhor amigo e sabia que aquilo nunca daria certo, e a prova era que precisava mentir para todas as pessoas que ele amava, incluindo o próprio Arthur.

Ele não podia andar com a Amanda de mãos dadas na rua, não podia beijá-la em locais públicos e precisava se certificar de que ninguém os observava quando ela ia visita-lo em seu apartamento. Quando estavam juntos, eles sempre agiam como se aquilo fosse um crime, sempre ficavam tensos e preocupados com a possibilidade de alguém descobrir. O único momento em que esqueciam todo o resto era quando faziam amor.

Era quando ele usava a sua boca para toca-lhe os lábios rosados, a linha macia do pescoço, a pele enrugada do m.a.milo, e a parte mais quente e sensível do seu corpo, tanto com a boca, quanto com as mãos. Quando Nicolas estava entre as pernas dela e preenchia-lhe a intim.idade com o seu mem.bro rijo, tudo o que existia entre aquelas quatro paredes eram eles mesmos.

Nicolas jogou o corpo ao sofá, pressionando as próprias têmporas, e sorrateiramente Gisele se sentou ao lado dele em silêncio, parecendo cúmplice do seu desespero.

O melhor amigo do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora