- Acha mesmo que isso é uma boa ideia?- Perguntou Amanda, parada ao lado de Nicolas de frente para o elevador de serviço de seu prédio.
- Quer resolver logo a situação ou não?- Perguntou Nicolas, com impaciência.
- Claro que quero! Mas acho que abordando o homem assim vamos amedontrá-lo.-
- Eu só preciso de um nome.- Disse Nicolas, batendo um dos pés no chão.
Amanda disferiu um olhar irritado para o pé do rapaz. Ela ja estava ansiosa o bastante para que outra pessoa piorasse o que já estava ruim.
- Um único nome vai me fazer entender uma grande parte do que está acontecendo.- Ele continuou a falar.
- Será que você pode parar de bater o pé?- Amanda segurou o braço do rapaz.
- E por que você me pede que pare de bater o pé segurando o meu braço?- Nicolas a provocou.
- Porque eu não posso segurar o seu pé!- Disparou a garota com irritação.
- Seria interessante te ver tentar.- Nicolas tornou a bater o pé no chão.
A garota resfolegou, erguendo o seu próprio pé do chão e o acertando no pé de Nicolas.
- Você parece uma criança de cinco anos.- Ela resmungou.
- Claro... Até mesmo porque é muito maduro pisar o pé das pessoas de propósito.-
Amanda chegou a abrir a boca para se defender, quando a porta do elevador se abriu.
O homem que estava dentro dele rapidamente empalideceu ao ver o casal, e devido a sua astúcia, Nicolas logo percebeu que havia algo suspeito na atitude daquele homem.
O zelador deixou os sacos de lixo caírem de sua mão, e uma grande tremedeira e gagueira apossou o corpo magro e alto dele.
- Acho que percebeu que viemos procurá-lo para conversar.- Disse Nicolas, com seu tom de voz ameaçador.
- Será que podemos ir para um lugar mais sossegado? Acho que não é necessário um espetáculo.- Sugeriu Amanda.
- Isso vai depender dele.- Nicolas continuou com seu tom de voz ameaçador, sem perder o contato visual com o outro homem.
- A área da piscina é ótima para conversarmos, não acha?- Amanda perguntou ao zelador, que se limitou em balançar a cabeça positivamente.
- Pelo visto o senhor resolveu colaborar. Fico feliz.- Falou Nicolas com ironia.
Amanda o lançou um olhar gélido para que parasse, mas o mesmo parecía irredutível. Por mais que torturar o zelador fosse chutar cachorro morto, o objetivo de Nicolas era assustá-lo de tal modo, que ele Não titubearia em falar o nome do mandante que armou toda aquela confusão.
...
Nicolas não estava tão preocupado quanto Amanda em conferir se tinham telespectadores. Quando os três chegaram disfarçadamente até a área da piscina, ele encurralou o zelador contra uma das pilastras que ficava escondida das câmeras, e ergueu o seu indicador para falar mais enfaticamente.
- Sou um homem de negócios e não sou nada paciente.- Disse o mesmo.- Não gosto de perder tempo, portanto serei direto e objetivo. Se não falar quem te mandou avisar á Amanda que eu a estava esperando na rua debaixo, não será só o seu emprego que você vai perder.-
O pobre homem engoliu em seco, arregalando os olhos perante as ameaças.
- Nic, calma.- Disse Amanda, dando um passo para frente. Ela tocou o ombro do rapaz para que recuasse, e tentou se concentrar nas palavras que diria ao zelador sem precisar ameaçá-lo.- Eu conversei com o meu...- ela pigarreou.- Eu conversei com o Nicolas, e ele me disse que não mandou nenhum recado pelo senhor. Confio nele e sei que não é nenhum mentiroso, então acredito que outra pessoa mandou que o senhor fizesse isso.-
- Dona Amanda, eu...- O homem tentou se justificar.
- Cale a boca, ela ainda não acabou de falar.- Falou Nicolas rispidamente.
O outro obedeceu, encolhendo os ombros devido ao tom de voz forte.
- Pedro, eu te dou minha palavra que, se você disser o nome da pessoa que te mandou me dar esse recado no nome do Nicolas, não iremos mencionar o seu nome. Te garanto que você não vai perder o seu emprego, e que o seu mandante nem vai sonhar que foi o senhor que o delatou.
- Eu não queria fazer nada que prejudicasse a senhora, dona Amanda, ela me disse que foi o senhor Nicolas que pediu para que eu desse o recado em seu nome.- Falou o homem, com a voz embargada.
- Calma, Pedro, fique tranquilo. Não vai acontecer nada com você, eu te garanto.- Disse Amanda, o confortando.
Nicolás estreitou os olhos, observando o homem com desconfiança.
- Quem seria " ela"?- Perguntou Nic.
- A dona Daphne.-
- Daphne?- Os dois perguntaram em uníssono.
- Ela disse que eu não deveria contar nada para a senhorita, pois se tratava de uma surpresa.- O zelador continuou a falar.
- Como d.i.a.b.o.s a Daphne sabía que eu estava almoçando com a Camila?-
- A própria Camila pode ter dito algo.- Sugeriu Amanda.
- Não... Elas não têm amizade.-
- Mas têm duas pessoas do mesmo círculo de amizades.- Lembrou Amanda.- Rachel e Daisy.-
- Não... A Camila não faria isso.- Disse Nicolas.- Somos muito amigos, ela não me trairia dessa forma.-
Amanda ergueu uma das sobrancelhas demonstrando superioridade e arrogância ao falar.
- Não vejo outra forma da Daphne ter tomado conhecimento disso.- Falou Amanda.
- Conheço a dona Rachel.- Falou Pedro.- Ela sempre está por aqui, na casa de Daphne e Daisy. Outro dia esteve com uma morena baixinha que tem uma mecha loira no cabelo.-
- Morena baixinha com mecha loira no cabelo.- Nicolás repetiu a informação, parecendo incrédulo.
- A Camila já teve muitas cores de cabelo, mas essa é a mais recente.- Amanda falou como se tudo estivesse cada vez mais óbvio.
- Vamos tirar isso a limpo de uma vez. Iremos juntos na casa da Camila, e não vou sair de lá até esclarecermos tudo. Mandarei que ela chame Daphne, Rachel e Daisy, já que pelo visto todas estão envolvidas na história.- Nicolas fez menção de caminhar para o outro lado, mas foi detido por Amanda, que agarrou a curva de seu cotovelo.
- Não vamos sair antes de agradecer ao Pedro pela grande ajuda, e... Você deve desculpas pela forma que o tratou, já que ele foi tão enganado quanto nós dois.-
- Tem razão.- Nicolas respirou fundo, se direcionando para o homem que continuava calado e encostado na parede.- Me desculpe pela forma que o tratei. Eu achei que de alguma forma você estivesse em um complô contra mim, e não te dei a chance de se explicar. Fui injusto.-
- Tudo bem, senhor. Eu entendo que estava de cabeça quente.-
- Sim, eu estava.- Admitiu Nicolas.- Muito obrigado pela sua ajuda, Pedro.-
- Disponham.- Disse o zelador, fazendo um breve meneio com a cabeça que equivalia a uma despedida.
Nicolás e Amanda partiram juntos - e em disparada- para a garagem do prédio. Iriam até a casa de Camila, e ambos estavam decididos o bastante para saírem de lá sem uma resposta.
...
- O que temos afinal?- Perguntou Samanta, deitada ao lado de Arthur na cama do mesmo.
Os dois estavam despidos e com as pernas entrelaçadas. A garota tinha a cabeça pousada sobre o tórax do homem, e ele lhe acariciava as mechas escuras dos cabelos.
- Como assim " o que temos"?- Perguntou Arthur.
- Você não é i.d.i.o.t.a e entendeu muito bem o que eu quis dizer.- A garota parecía irritada ao responder.
- Eu não sei.- Disse com franqueza.- Eu tinha o código de nunca ficar com a mesma mulher mais de uma vez, até chegar você. E sabe? Eu não imagino mais a minha vida sem você.-
- Está se declarando?- Perguntou Samanta, com os olhos brilhando como os de uma criança.
- Estou. E quero que chame isso que temos do que você quiser.-
- Não se atreva a deixar essa responsabilidade para mim. Arthur, eu juro que se você não me fizer um pedido decente...-
- Quer namorar comigo?- Ele a cortou.
Samanta quase engasgou com a própria saliva.
- Foi mais rápido do que pensei.- Ela piscou os olhos ainda perplexa.
- Eu precisava falar algo, ou você não pararia mais de tagarelar.-
A mesma o olhou de cara feia quando ele a chamou de tagarela.
- Embora... Tenho formas mais interessantes de te fazer calar a boca.- Após esboçar um sorriso malicioso, Arthur inclinou o corpo para frente. Deslizou o seu nariz sobre o dela, e o escorregou pela bochecha, até chegar em seu queixo. Arthur mordiscava o queixo da mesma quando ela falou e o interrompeu.
- Sim.- Disse a garota de repente.
- Está concordando comigo sobre existir formas mais interessantes de te fazer calar a boca?- Ele perguntou surpreso.
Samanta não era o tipo de mulher que dava o braço a torcer facilmente.
- Não, seu c.r.e.t.i.n.o. Eu estou respondendo ao seu pedido de namoro.-
- É claro que você não me daria razão.- Ele falou, forçando uma carranca.
- Claro que não.-
- É por isso que eu te amo.- Arthur pousou um beijo rápido nos lábios dela.
- Por eu sempre ter razão?- Perguntou Samanta.
- Por você achar que sempre tem.-
Samanta tentou até protestar, mas a boca de Arthur praticamente engoliu a sua em um beijo fervoroso depois daquilo.
...
Amanda sentiu as mãos suarem frio assim que desceu do carro com Nicolas, e se encontrou parada de frente para a porta da casa de Camila. Assim que o seu acompanhante tocou a campainha, a porta se abriu, revelando a garota que não conseguiu disfarçar a estranha e exagerada surpresa em vê-la ali.
- Aconteceu alguma coisa?- Perguntou Camila, confusa.
- Isso, Camila, você é a única que pode nos dizer.- Falou Nicolas, ainda parado na soleira da porta da casa da outra garota.- Será que podemos entrar?-
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O melhor amigo do meu irmão
RomanceO que você faria se, de repente, um amor platônico pelo melhor amigo de seu irmão mais velho, virasse realidade? Desde pequena, Amanda suspirava por Nicolas, mas devido a diferença de idade, além do fato de Arthur, irmão de Amanda, ser extremamente...