Capitulo 26

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  - Eu fui um covarde.- Admitiu Nicolas, sentado em seu sofá da sala de estar.
  Amanda estava de frente para ele, observando os generosos cortes e machucados que o rapaz adquiriu após a briga que teve com o Arthur.
  - Foi.- Ela concordou.
  - Eu não deveria ter negado o que a gente sentia um pelo outro. Tanta coisa teria sido evitada...-
  - Agora não adianta ficar se lamentando, Nic. O que aconteceu não pode ser remediado.-
  - Me deixa concluir, eu tenho muita coisa para falar.- Nicolas segurou as duas mãos da moça que até então estavam apoiadas em seu colo.
  - Claro... Desculpe.-
  - O que nós sentimos um pelo outro não é apenas uma atração passageira, e eu sabia disso desde o primeiro momento em que nos beijamos. Acontece que não era fácil para mim sentir algo tão forte pela irmãzinha caçula do meu melhor amigo. Não era tão simples chegar para o Arthur e contar tudo o que está acontecendo, porque eu sabia que ele não acreditaria. O seu irmão ama você e tem todo o direito de tentar de proteger, por mais que ele seja muito severo as vezes.-
  - As vezes?- Comentou Amanda com tom de ironia.
  - Quase sempre.- Nicolas riu de lado.
  - Eu sei que não é tão simples colocar em risco uma amizade de tantos anos.-
  - Não tinha um dia que eu não me sentisse mal por não ser honesto com o meu melhor amigo, mas eu nunca sabia como contar. Todos os dias eu me convencia de que aquele seria o dia de ir até o Arthur e desabafar tudo, mas eu acabava deixando sempre para o dia seguinte.-
  - E sempre que houvesse um dia seguinte, você acabaria não falando nunca. É isso o que acontece quando deixamos as coisas para depois. Uma dia sempre vem atrás do outro.-
  - É...- Nicolas aquiesceu.- Como ele ficou sabendo?-
  - Ouviu uma conversa minha com a Samanta por trás da porta.-
  Nicolas ergueu a sobrancelha, achando estranho o comportamento de seu amigo.
  - Não foi a melhor forma de se saber algo como isso, mas eu sou o culpado.-
  - Não se culpe tanto, Nic. O próprio Arthur foi culpado também. Você ficou com medo de decepcionar uma pessoa que ama, e é normal sentir isso. O que você não pode fazer é deixar que o seu medo de controle.-
  - Eu disse palavras duras com o Arthur, mas não me arrependo disso. Acho que ele precisava ouvir.-
  - Eu também acho.- Amanda concordou.- Ele não pode achar que tem o direito de controlar a vida de todo mundo assim. Eu não sou mais criança, Nic. Sou capaz de tomar minhas próprias decisões.-
  - Eu sei.-
  - E o que pretende fazer agora? Eu sei que o mundo acabou de desabar na sua cabeça, mas você não pode simplesmente ficar sentado e assistindo.-
  - Eu sei.- Ele suspirou.
  - Tente conversar com o meu irmão uma outra hora. Eu tenho certeza que quando estiverem mais calmos vão se entender.-
  - Não sei se ele vai querer olhar na minha cara depois disso, mas eu vou tentar. Darei tempo ao tempo.-
  - Ótimo.- Concordou Amanda.- E quanto a Rachel e a Camila?-
  - Quanto a Rachel não se tem muito o que fazer, vou ter que assumir o meu filho... Já a Camila, bom... Conversarei com ela. Sei que não será fácil...-
  - Mas ela vai entender. Qualquer mulher que tenha sentimentos vai entender que um filho precisa de Assistencia, cuidados, amor... E a Camila me parece uma boa pessoa.-
  Nicolas novamente tocou as mãos de Amanda que estavam apoiadas em seu próprio colo, olhando-a nos olhos.
  - Antes de sair da sua casa, eu disse ao seu irmão que não poderia continuar com a Camila amando outra mulher, e eu realmente não posso.- Propositalmente, ele diminuiu a distância que ainda separava os dois, deixando os seus lábios a poucos centímetros de distância do dela.- E eu amo você, Amanda. Estou disposto a enfrentar as futuras consequências para ficarmos juntos.-
  - Quais consequências? O meu irmão? Ora... Ele está com a minha melhor amiga, não está? Que direito tem de reclamar algo? Ele gosta muito de você, sei que uma hora ou outra vai aceitar.-
  - Assim espero, porque não vou mais abrir mão de você.- Nicolas levou uma de suas mãos a segurar a nuca da moça, e capturou a boca dela com a sua, iniciando um beijo urgente e cheio de saudade.
  Nos primeiros segundos Amanda parecia resistente, e nem mesmo ela entendia o porquê. Estava decidida a nunca mais chegar perto do Nicolas depois dos últimos acontecimentos. Será que ela seria capaz de enfrentar todos aqueles obstáculos que pareciam fazer com que eles caíssem do cavalo toda a hora?
  Claro que para Amanda não seria nenhum problema que Nicolas se dedicasse inteiramente ao filho, ela não admitiria menos do que isso, mas ter a Rachel toda hora entre eles não seria uma tarefa fácil de engolir.
  A medida que o beijo de Nicolas foi se intensificando, Amanda foi esquecendo dos problemas que a atormentavam. O beijo dele a fazia viajar para outra dimensão, para uma em que os impasses não existiam. Ele pediu passagem com a língua, e ela cedeu, permitindo que ele explotasse toda a sua boca com a língua, como sempre fazia. Amanda arqueou o corpo pra frente, soltando gemidos e arquejos de prazer enquanto ele devorava toda a essência de sua boca. A garota se permitiu deslizar para o colo dele, e mordiscar a ponta de seus lábios ao agarrar as mechas grossas de cabelo marrom, deixando que os seus dedos se perdessem nos fios escuros. Nicolas agarrou as duas nádegas volumosas da moça, acomodando-a em seu colo de modo que sentisse a intimidade enrijecida dele pressionada em sua barriga.
  - Essa é a prova de que eu preciso de você. E não é só o meu corpo que precisa de você, Amanda.- Ele sussurrou, com seus lábios cobrindo parcialmente os lábios dela.- Eu consigo ser eu mesmo quando estou perto de você.
  - Eu amo você, Nic.- A garota levou seus dois braços a envolverem o pescoço do rapaz.
  - Eu também amo você.-
  Com um único movimento no quadril, Nicolas deitou o corpo da garota do sofá, posicionando-se entre as pernas dela, voltando a beijá-la com a mesma urgência de início. Ele invadiu a blusa dela com as pontas quentes de seus dedos, pressionando a pele de Amanda como se pudesse marcá-la para sempre. Nicolas se desfez da primeira peça de roupa, agarrando um dos se.ios da moça que estava coberto pela renda fina do sutiã. Ela arfou com o toque íntimo, pousando a sua mão sobre a mão dele, que ainda a tocava no ponto sensível de seu corpo.
  - Nic...- Ela tentou falar.
  - Shhh.- Ele levou o indicador da mão livre a pressionar o meio dos lábios da moça.
  Amanda estava convencida a permanecer em silêncio, até sentir a umidade da boca de Nicolas agarrar um dos mami.los, fazendo uma leve fricção com a língua. Os gemidos dela foram abafados com o dedo que Nicolas mergulhou dentro da boca dela, fazendo movimentos de vai e vem com ele.
  Nicolas repetiu o mesmo movimento com os lábios e a língua no outro se.io de Amanda, e escorreu sua boca provocativamente pela extensão de seu corpo que englobava da barriga até o ponto interno de suas coxas grossas. Amanda contorcia o corpo a medida que sentia o contato da boca de Nicolas com a sua pele quente que formigava, e sentiu cada músculo se retesar quando ele chegou perto do centro de sua feminilidade. Ele se livrou da saia e da peça íntima que cobria a intim.idade da moça, passando os dedos suavemente pela fenda molhada que ficava sensualmente entre as pernas dela. Ela já estava quase pronta para ele, e Nicolas sabia que podia melhorar.
  Nicolas a beijou ali, como ja houvera beijado tantas outras vezes, mas agora tinha algo diferente, especial. Tanto Amanda quanto Nicolas tiveram a sensação de pertencimento, sensação que nunca tiveram antes. Durante todo aquele tempo os dois se encontravam às escondidas e sentiam o gosto do proibido, mas agora não. Arthur já sabia do que existia entre eles, e agora ambos estavam dispostos a enfrentarem qualquer coisa para ficarem juntos.
  Já não importava Arthur.
  Já não importava Rachel.
  Já não importava ninguém.
  Amanda sentiu todos os 206 ossos de seu corpo partirem quando a língua macia de Nicolas tocou a protuberância que ficava escondida na parte mais quente e sensível do seu corpo. Ela agarrou os cabelos dele e deixou escapar um gemido rouco, contorcendo o corpo com maior evidência devido ao frenesi que estava se permitindo sentir.
  - Nic...- Ela sussurrou com dificuldade, sua voz era quase falha.- Nic, eu... Ah...- Ela deu um gritinho quando a língua dele pressionou mais forte naquele mesmo ponto.
  Amanda se derramou dentro da boca dele, e ainda com espasmos de prazer jogou o seu corpo sobre o sofá, para recuperar a respiração. Com a mesma rapidez que Nicolas se desfez das roupas de Amanda, ele se desfez das suas calças e da sua camisa, puxando Amanda, que ainda estava com o corpo amolecido após atingir o seu ápice, de modo que ficasse sentada sobre o seu colo. A garota afastou o tecido escuro e grosso da cueca, fazendo com que o mem.bro enrijecido dele a penetrasse. Por cima do colo de Nicolas, Amanda executou movimentos de vai e vem com o próprio quadril, acelerando as estocadas a medida que os dois corpos pediam por isso. Ele agarrou as duas nádegas da moça, ajudando-a a sincronizar os movimentos, e chegada a hora de jorrar a sua semente, Nicolas a afastou.
  Ele sabia dos riscos que corria com o líquido pré-seminal, assim como Amanda também sabia. Afinal de contas, foi devido a isso, que Rachel acabou engravidando.
  Mas Amanda não era Rachel, era a mulher da sua vida. Embora que Nicolas não pudesse ser egoísta, Amanda estava no começo de sua vida adulta e não era justo que se tornasse mãe ainda tão nova.
  - Nic...- Falou Amanda, após alguns segundos pensativa.
  - Hum?- Ele olhou para o rosto dela, que parecia distante.
  - Você não me disse o que vamos fazer sobre... Sobre nós.-
  - Se você quiser namorar comigo, eu vou pessoalmente na sua casa falar com a sua família.-
  - Está me pedindo em namoro?- Amanda piscou os olhos várias vezes, muito confusa.
  Nicolas ergueu um sorriso com o canto da boca, pousando um beijo na testa dela.
  - Estou.-
  ...
  Enquanto o elevador subia até o décimo quinto andar, aonde ficava o seu apartamento, Amanda pensava em todos os perigos que corria naquele noite, quando Nicolas fosse até a sua casa, falar com sua família. Na verdade, quem realmente corria todos os perigos era o Nicolas, principalmente em ter que encarar o Arthur novamente. Samanta conseguiu convencer o irmão de Amanda a deixar o novo casal conversar a sós, e por mais que Arthur fosse profundamente apaixonado pela Samanta - embora ainda não tenha admitido isso-, Amanda sabia que o poder que sua amiga exercia sobre seu irmão não iria tão longe.
  Arthur era teimoso como uma mula velha e empacada.
  A porta do elevador parou, e a garota respirou fundo antes de que ele se abrisse. Ela precisava preparar a todos de sua casa da futura surpresa que teriam.
  Vovó Teresa seria receptiva e apoiaria a ideia, ela sabia disso.
  Sua mãe permaneceria calada, pois não teria coragem de se indispor com o Arthur.
  O Hugo, seu irmão do meio, iria sorrir de lado e falar que já imaginava - mesmo que ele não soubesse das coisas, tinha a mania irritante de falar que já sabia-.
  E Arthur, como já demonstrou claramente o seu posicionamento sobre a relação Nicolas-Amanda, iria se manter firmemente contra, até que alguém ganhasse aquela quebra de braço. Amanda torcia para que não fosse ele a ganhar.
  O elevador se abriu, e Amanda quase engoliu o próprio coração ao se deparar com Daphne, a sua detestável vizinha de prédio que por infelicidade estudou por anos com ela na mesma escola... Ou pior, na mesma sala. Daphne tinha ido passar uma temporada na França, mas ao que parecia, a garota já estava de volta e pronta para inferniza-la.
  - Amanda! Que surpresa boa.- Falou Daphne, com o tom de voz falso que tinha.
  - Pena que eu não posso falar o mesmo.- Com uma carranca, Amanda fez menção de caminhar para fora do elevador, quando a outra garota se colocou no seu caminho.
  - A melhor amiga da minha irmã está grávida, e eu voltei para o chá de fraldas, não é maravilhoso?-
  - Não.- Amanda respondeu secamente.- E será que pode sair da minha frente? Você está congestionando o elevador.-
  - Engraçado que justamente a melhor amiga da minha irmã vai ter um filho com o melhor amigo do seu irmão.-
  Amanda engoliu em seco. Por que o destino as vezes era tão cruel? Estava com a cabeça tão nas nuvens que tinha esquecido completamente que a irmã mais velha da Daphne era a melhor amiga da Rachel. Além de aturar a Rachel na sua vida, levaria de brinde as intragáveis irmãs Lopes.
  - Não estou interessada na vida dos outros, como você, que não tem nada melhor para fazer. Pode por favor sair da minha frente? Não quero ter que tirá-la a força.-
  - Por que ficou tão nervosa? Engraçado que eu poderia interpretar isso como ciúmes, já que você sempre foi tão próxima ao amigo do seu irmão... Mas acho que você não teria essa coragem, todos sabem que o Arthur arrancaria a cabeça de qualquer amigo dele que se metesse com sua irmãzinha caçula. Acho que é por isso que as pessoas custam a te ver como adulta.-
  O nível de paciência de Amanda já tinha claramente se esgotado. Se antes ela estava fazendo corpo mole para chegar até o seu apartamento e enfrentar toda a sua família, ela preferia ter essa conversa difícil com todos os seus parentes do que aguentar a presença repugnante de Daphne por mais um minuto. Completamente fora dos eixos, Amanda empurrou abruptamente a outra garota para o lado, fazendo-a bater com as costas no extintor de incêndio, que caiu no chão. A porta do elevador se fechou e não demorou muito a descer, provavelmente outras pessoas tão impacientes quanto Amanda deviam estar chamando-o com desespero.
  Amanda pisou duro pelo corredor até chegar na porta de sua casa, e ela até ouviu Daphne falar algo como " por que tanta raiva?" Mas ela tinha certeza que se fosse parar para responder, não faria aquilo da forma mais educada.
  A garota adentrou a sua casa como um trator prestes a passar por cima de tudo, encontrando Lúcia e Teresa assistindo televisão, como de costume.
  - O que houve, por que está tão nervosa?- Perguntou Lúcia.
  - Encontrei a Daphne no elevador e tive que me segurar para não arrancar a língua daquela cobra venenosa.-
  - O que ela fez?- Perguntou Lúcia, perplexa com a violência de sua própria filha.
  - Não importa, não vou perder meu tempo falando daquela desocupada. Quero comunicar algo a vocês, aonde estão os meninos?-
  - Eu estou aqui.- Falou Hugo, aproximando-se com seu computador portátil em mãos.
  Ao que parecia, ele conversava todas as tardes com uma garota que conheceu no intercâmbio, mas por ser muito reservado e nunca compartilhar nada com a família, todos fingiam que não sabiam.
  - Ótimo. O Arthur já sabe e não ficou nada satisfeito com a situação, mas nada me impede de contá-los.-
  - Está me deixando assustada. O que aconteceu, Amanda?- Perguntou Lúcia, irritada.
  - Eu até já posso imaginar.- Comentou Hugo, como de costume, com um sorriso de sabe-tudo estampado no rosto.
  Amanda olhou de cara feia para o seu irmão do meio, voltando-se para a sua avó e sua mãe, que a fitavam em expectativa.
  - O Nicolas e eu estamos namorando.- Ela disse por fim.
  Naquela hora, a porta da rua se abriu, e Arthur irrompeu o ambiente ao ouvir o comunicado de sua irmã.
  - Como é?- Ele perguntou, trincando os dentes.

O melhor amigo do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora