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Lorenzo

- Bom, a pancada que ela levou foi tão forte que acabou desenvolvendo o trauma cranioencefálico (TCE) devido à queda. A minimanente boa coisa daí é que desenvolveu-se o trauma craniano fechado que é menos traumático do que o trauma com abaulamento no crânio e a fratura exposta porém, deixou-a com a consciência comprometida ou seja, em coma.

Dois segundos para digerir isso...

~•~•~•~•

- Posso ver a minha esposa? - pergunto depois de bons segundos de silêncio.

Acena confirmando.

- Terceiro andar, segunda direita, Quarto 345 e a outra mulher bem a frente do quarto de sua esposa, quarto 344. - diz - vou acompanhar o senhor.

- Claro.

Avistei Antonella naquela maca, parecendo estar num sono profundo.

- Quanto tempo ela poderá ficar em coma? - pergunto ao médico.

- Ainda é uma incerteza, senhor. Nesse tipo de casos, no máximo duas semanas e a recuperação seria rápida e ela teria de fazer muitas caminhadas porém, se passar de duas semanas ela teria um coma prolongado, o que pode levar meses e raramente anos e eventualmente, quando saísse do coma teria dificuldades para falar, locomover-se, ouvir, ver....eventualmente. - diz e isso só aumenta minha preocupação.

- Okay. Obrigado, doutor....- digo afinando os olhos para o pedaço de cartão travado em seu jaleco - Rizzi.

Ele acena e se vai.

Suspiro longo.

Se sapessi che tutto questo accadrà non verrei nemmeno qui...[Se eu soubesse que tudo isso iria acontecer eu nem viria aqui...]

Entro no quarto e vejo minha esposa com gessos de bandagem rondando sua cabeça, a máquina ao lado da maca marcando seus batimentos cardíacos ritmáticos e mais outras máquinas e objectos que desconheço o nome.

O rosto de Antonella está mais pálido do que o normal.
Ela está vestindo a clássica camisola hospitalar branca com bolinhas azuis.

Aproximo-me dela e toco em sua maçã do rostro.

- Antonella, eu não quero e nunca quis teu mal então, faz um esforço e volta. Volta para que você possa seguir com a sua vida e ser feliz com alguém que você realmente amará, e que seja recíproco....- falo meio que um sussuro.

Talvez se eu não tivesse feito a proposta de começar do zero isso não iria acontecer, pelumenos não agora.

Como é de esperar, ela não me responde.

Saio do quarto e respiro o mais fundo possível tentando me acalmar.

Ponho as nãos na cabeça e me seguro para não fazer um estrago aqui.

Olho para frente, onde tem uma porta cujo está escrito em itálico:

Camera 344

"[...]e a outra mulher bem a frente do quarto de sua esposa,..."

- "Quarto 344" - completo o meu pensamento em um sussuro abafado.

Entro no quarto tomando cuidado com os passos.

A Que Me Deixou De QuatroOnde histórias criam vida. Descubra agora