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Ava

Era suposto eu acordar às 7h00 para colocar as últimas coisas na mala; comer; ter tempo de fazer todas essas coisas e enfim ir para o aeroporto. O voo é às 9h15 e eu acordei, na verdade fui acordada às 7h44 e minha mãe ficou uma fera, e quando digo fera...

- Ava eu não disse para pôr o alarme!? - diz colocando as mãos na cintura.

Ainda tonta pisco os olhos.

- Esqueci-me....- digo saindo das mantas e sentando na ponta da cama.

Noto que minha mãe também não está pronta. Está com ainda o conjunto de camisola e robe vermelho e ainda a toca no cabelo.

- Mas você também não está pronta. - me atrevo a dizer.

Dona Amara olha para os lados depois vira-se para a porta à fora dizendo:

- Não demora! Tens 6 minutos para tomar banho, 3 para te vestires e 4 para estares lá em baixo.

- Ham? Mas como ass-

E fecha a porta.

Afffffffffff

Minha mãe é algo de hipócrita, mas nunca vou dizer isso. Senão a mão desacordada dela vai cantar. Ah vai.

Enfim corro para o banheiro e levo a pasta dentífica e escova de dentes para o box, tentando economizar tempo.

Preciso lavar meu cabelo.

Pego o shampoo.

Não há tempo para isso! - uma voz bem parecida com a da minha mãe me diz.

Largo o shampoo.

Melhor lavar quando chegar lá. Então amarro o cabelo num alto coque e me desvencilho da água.

Apresso-me em tomar banho sem me despachar tanto. Enrolo-me numa toalha e sento na cama, para processar um pouco que...

Porra, hoje eu, Ava quase Maria Pagano, vou graduar.

A pré-adolescente Ava esperava graduar pegando a mão do príncipe encantado mas-

Não há tempo para isso! - imito a voz de mamãe rindo.

Vou para o armário e pego um macacão justo branco, casaco puffer creme e botas pretas.

Olho-me no espelho. Oooo perfeito! (Mostro depois...🧛🏽‍♀️❤)

Coloco minha necessaire numa mala preta e abro a outra mala e coloco os saltos pretos com lace que usarei na graduação.

Engraçado, estamos fazendo tudo hoje, no próprio dia. Mas chegaremos lá. São 5 horas de viagem então aproveito dormir no avião para não dormir na graduação.

Solto meu cabelo bagunçado e ajusto pelumenos um pouco com uma escova. Boto o perfume e desço puxando minhas duas malas.

No topo das escadas posso ver somente Antonio. Eu sei que ele é amigo dele, mas diferente do amigo, ele não é casado e parece gostar mesmo da minha mãe e  se dão bem então, para mim não faz tanto mal. Mas ainda receio.

Antonio sobe para me ajudar com as malas.

- Obrigada. - digo entregando a ele os quilos que estava puxando.

Desço as escadas e me encaminho para a cozinha e aqueço água, ponho a máquina de café a funcionar e ponho pão na tostadeira.

- Já comeu alguma coisa? Posso colocar mais. - pergunto para Antonio, me referindo ao pão.

A Que Me Deixou De QuatroOnde histórias criam vida. Descubra agora