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Lorenzo

Tenho falado com ela por mensagem.

Ela até tem saído bastante, com uma nova amiga e amigos. Estou feliz por ela estar aproveitando agora sua juventude como deveria.

Ava contou-me sobre a cena com o muleque ex-colega dela que a beijou quando ela estava acima de suas faculdades mentais. Fico feliz por ela ter me dito.

- Olha, eu sei que a gente não tem nada mas, eu não achei ético deixar isso só para mim e mesmo que-

Baralha-se sozinha, na chamada.

- Fale. - digo impaciente.

- Um colega meu-é-ex colega, me beijou a força quando estava a dançar. - falo rápido mais consiguo perceber cada palavra e não me agrada nada.

Mas algo me diz que esse garoto que muleque que beijou à força a minh- a Ava não vai parar por aí.

Hoje tive uma reunião num restaurante com os donos de uma empresa prestigiada da Córeia. Eles pretendem investir na melhoria das importações de produtos coreanos para o mercado italiano.

Um contrato bem lucrativo.

Voltei à pouco. Já tomei banho e agora estou lendo um livro chamado "Men Without Women". Um livro que posso relacionar em alguns sentidos.

É tarde agora. Gosto de ler à noite para ver se consiguo dormir, desde que acordado penso muito nela.

Disfruto de letras em massa até meu telemóvel começar a tocar.

Revejo o horário no relógio estendido no centro de uma das paredes da sala.

01:47am.

È bello essere una buona ragione! [É bom ser um bom motivo!]

"Ava"

Atendo no mesmo segundo.

- Ava, passou-se alguma coisa? Está em perigo? O quê-

- Boa noite, Lorenzo! Eu só liguei para- porque- por quê eu liguei mesmo? É...preciso que venha me buscar! Eu não posso ir para casa assim senão a minha mamãe-zinha vai ficar brava e...e gritar e gritar no meu ouvido. Pode fazer isso por mim, meu amor? Eu sei que a gente não tem nada é só brincadeirinha...- o tom arrisado embriagado era inegável. Em uma semana..UMA e ela já é alcoólatra! Que irresponsável! Essas amizades não lhe fazem nada bem.

- Onde você está? - perguntei calmamente mas com o sangue em ebulicão só de imaginar quem está lá ou quem ousou tocar nela.

- Ah é-eu não sei...Moço, onde eu estou? - ouço a voz do homem responder e mesmo com o barulho da música alta identifico o lugar, que conheço por conveniência - estou no-

- Espere fora do local. Estou indo. - quase desligo quando me pronunciei - me entendeu!? - o meu tom era tanto que reprovador e irado.

- Sim...- a inocência em seu tom se fez sentir, como se a pinta de alcoól em seu organismo tivesse se retirado por um instante.

E desligo.

Merda. Merda. Merda.

Me apresso em levar um casaco peacoat e as chaves de carro. Devia também levar um cinto, porque ela merece umas boas palmadas por ter sido irresponsável, saído com desconhecidos e num lugar de tantos devoradores e desesperados por sexo.

Eu que o diga.

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Chego no local, estaciono o carro e fico procurando por Ava.

A Que Me Deixou De QuatroOnde histórias criam vida. Descubra agora