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Lorenzo

Ava está sentada ao lado de mim, olhando para o lado dela da janela.

Noto que ela fica pegando muito no moletom. Até porque não está frio, longe disso, até eu me encontro de camisa social, apenas.

- Você não está com calor? - pergunto sem desviar o olhar da estrada.

- Não. - diz curta.

A olho pelo canto do olho. Birras...

Depois de uns 3 minutos de silêncio ouço sua barriga roncar.

Exactamente na hora em que o semáforo fica vermelho.

- Aonde quer que eu te leve? - pergunto pousando as mãos no colo, a mirando - Pizza House, Forno Campo di Fiori, Jollibe...

Ava me olha e desvia rápido, porém o suficiente para notar uma pequena elevação no canto de seus lábios em formato de coração.

- Pode ser Jollibe. Afinal você interrompeu a minha hora de um lanchinho. Mais do que sua obrigação não é. - diz cruzando os braços, fingindo que não se importa.

- Tudo bem. - digo me aguentando para me manter sério e de seguida sigo o caminho.

Quando estacciono o carro no estaccionamento, saio e dô meia volta ao lado dela para abrir a porta. E quando abro ela já estava sem o moletom, que por baixo, revelava um top cropped malha canelada branco.

- Obrigada. - ela diz simplesmente, pegando seu moletom consigo.

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- Você não vai pedir nada? - ela pergunta sem olhar para mim.

- Tudo é fastfood - digo.

- Sim e...? - diz arqueando a sobrancelha para mim durante 3 segundos depois desviar.

- Vai estragar meu plano alimentar - digo cruzando os braços.

- Então você vai ficar me assistindo? Isso é muito estranho. Por quê você sugeriu aqui então? - diz revirando os olhos.

- 1. Quem está com fome é você, não eu. 2. Eu estou mais focado na conversa que quero ter. E 3., eu sugeri, mas você escolheu. - digo me prendendo de não rir.

- Okay fala. - diz puxando a cadeira mais para frente, dando pulinhos que fazem seus peitos acompanharem.

Desvio o olhar daquela região para uma das propagangas.

Se controle, Lorenzo.

- Tenho duas regras antes de começar...duas. Não me interrompe. Por favor, deixa-me falar.

Ava olha para os lados.

- E olhe para mim.

Ava levanta o olhar.

- Eu e Antonella já não estávamos bem há muito tempo, vinhámos de vai e vens, quase divórcios e reconciliações. No dia em que vi você pela primeira vez tinhámo-nos dado uma última chance. Não sei se a minha devoção para essa última chance se perdeu quando pus o olhar em você ou quando cheguei no hotel em que estavámos e pensei muito. Antonella escorregou para às águas naquela noite, todo o mundo estava se despedindo e batendo as portas e as janelas. Você, por mera conscidência do destino ou não, estava lá e decidiu ajudar ela. Raio à poste e você cai na água também. Um acontecimento que causou-te essas lindas figuras desenhadas na tua pele - digo focando na parte superior dela, onde as tamanhas curiosidades de Litchternberg atravessam seu pescoço, ombro esquerdo até um seio seu - pois bem, logo que você e de seguida Antonella foram encontradas, ambas foram imediatamente levadas ao hospital. Vi o estado das duas. Antonella dormia serena já você, se mexia, murmurava e gemia de dor. Você estava vermelha e o recente choque punha você exposta à vários espasmos. Espasmos esses que faziam minha espinha se arrepiar. A única parte coberta no seu corpo era um pano de ligadura nos seios, todo o resto avermelhado e com as veias saltando, você tinha uma expressão de quem estivesse sendo queimada viva. Você acordou e a gente se viu...essa parte você já sabe. Ainda em Veneza, interessei-me com a inocência estampada na sua face e forma de agir, fui descobrir já aqui sua grande curiosidade, a luxúria crescente em seu olhar para mim e a entrega tanto emocional como física.

A Que Me Deixou De QuatroOnde histórias criam vida. Descubra agora