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Antonella

- Eu não acredito nessa merda de amnésia. - Leeis sibila apontando para minha mãe.

- Eu também não...eu também não. Mas, se bem que a queda pode ter lhe acertado bem.

Leeis se vira para mim.

- Antonella, sua mãe é uma víbora e muitas mais palavras que contenho por respeito a você. E se a queda foi forte, já estava merecendo. Essa vaca só pode estar fingindo. Está fingindo! - noto que Leeis está irritado.

- Tabom, calma! Eu sei, okay? Não se altere porque assim você me deixa mais nervosa e não ajuda em nada! - digo num fôlego.

- Tudo bem. Ne perdoe, é que...- faz uma pausa - tive uma manhã conturbante. - diz a última palavra passando a mão na cara.

Aceno. Já posso imaginar.

- Se é com a sua namorada, eu disse que podia tratar disso sozinha. Você insistiu. - defendo-me.

- Você não está em condições de fazer isto sozinha, além disso, tem tanto a ver consiguo como conmigo.

Fico ofendida.

- Você está me chamando de instável?

- Não! - replica rápido - mas, você precisa da assistência de um psicólogo.

Cruzo os braços.

- Disso eu vou tratar quando me livrar dela. - olho de canto pela janela de fora de vidro mostrando minha mãe na maca de hospital descansando.

- Por favor, não haja como se fosse algo nada de mais. Você tem muitas feridas e eu-

- Porquê se importa tanto? - lanço.

Um "que pergunga...!" murmurado saiu de sua boca.

A gente prende nossos olhares um no outro. E aí ele separa.

- Acho melhor eu levar você para casa. - se oferece e antes que pudesse contestar continua - já comeu hoje?

- Sim- quer dizer, não- Tomei um café. - olho para os lados.

- Antonella, você não está comendo? - afina os olhos.

- Eu estou sim! Só não tive tempo ainda.

- Pois que saiamos desse hospital agora. Não precisa ficar mesmo. Acompanhe-me. - comanda.

Siguo ele até o seu carro e ele dirige.

- Aonde posso levar você? - diz passando uma rotatória.

- Pode deixar-me em casa.

Leeis sorri debochado.

- Se você saiu de casa e não comeu nada o que faz você pensar que a deixaria em casa?

Reviro os olhos.

- Está bem. - murmuro.

Leeis leva-nos à um restaurante sofisticado que aparentemente frequenta muito.

- O que a senhorira deseja? - pergunta o garçon.

- O prato do dia. - eu antes tinha muitas restrições na alimentação até conhecer Leeis que me ensinou a comer de tudo.

- E o senhor?

- Um chá, por favor. Camellia sinensis.

Aff.

O garçon acena e se retira.

- Você e os chás. - balanço a cabeça.

- E você e os cafés! - ri.

A Que Me Deixou De QuatroOnde histórias criam vida. Descubra agora