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Leeis

Três semanas passaram-se. O meu relacionamento com Iman não poderia estar mais desgasto...

Eu já não sinto mais interesse, faço pouco caso e tenho sido rude e indiferente com Iman. A gente vive e dormi junto mas mal nos falamos ou tocamos.

Eu tentei mas aí ela já estava puta da vida comigo e começou a me ignorar e por isso eu fiquei na minha.

E tem a Antonella...porra, repreendo minha mente por desejar ela mas simplesmente está sendo difícil me relacionar com ela sem recriar sentimentos.

Ela começou a terapia há algum tempo e desde a primeira secção a gente não se fala.

Entendam o por quê...

(N/A)

Seria a primeira secção de Antonella, estava um pouco nervosa mas ciente de que precisava daquilo para estar 100% curada psicologicamente.

Ela entrou no edifício, subiu no elevador, sentou-se na recepção e a dada altura seu nome foi chamado.

Lés-a-lés e em prantos ela saiu.

A profissional fizera-lhe lembrar do pior dia da vida dela, em que perdeu seu bebê; da culpa que havia lhe consumido; do medo da reacção de Leeis; dos homens que um dia tocaram-lhe; da repulsa que ela tem consigo mesma pela prostituição que sua mãe havia lhe aderido; do outro bebê com Lorenzo; das partes da vida dela, que na verdade a maioria, más e dolorosas.

Tentando não ser noticiada, tapou o rosto, havia dispensado o motorista e a única pessoa que lhe apareceu na mente foi ele...Leeis.

Era ele uma das razões de suas lágrimas. Seria também ele a razão das mesmas se enxugarem?

Quase tão rápido como a velocidade da luz Leeis chegou.

Antonella lançou-se em seus braços, com a boca alcançou seu ouvido e com a voz trêmula sibiou "Tira-me daqui".

Leeis fez-lhe entrar no carro e começou a dirigir preocupado. A certa altura notou que Antonella mexia as mãos nervosa e assim liberou uma mão e entrelaçou à uma dela e a fez parar.

Ela sentiu arrepios e idem ele.

Ele estacionou em um lugar calmo, à vista de Roma. Desligou o carro e calou-se.

A respiração de Antonella estava menos tensa mas aí começou a pensar que Leeis a achava uma louca, não a compreenderia. E sentiu-se triste pelo seu pensamento.

- Desc-

- Eu te entendo.

Antonella ergueu o rosto para encontrar os olhos de Leeis fixos nela.

- Eu passei por terapia depois de você. - ele virou o olhar para o nada - O instituto achou melhor porque já não me encontrava psicologicamente capaz de usar minha criatividade porque tudo em que pensava...era você.

O coração de Antonella sentiu confortado ao mesmo tempo triste por ele ter sofrido tanto e mais uma round de lágrimas começou só que Leeis pegou em seu rosto com as duas mãos e enxugou-a.

- Des-culpa Leeis...- a voz dela soluçava.

- Não, não...eu é que peço desculpa por não ter entendido que toda aquela história era uma farça, por ter duvidado de você e do teu amor. Você sofreu mais do que eu possa alguma vez imaginar e juro-te que se eu pudesse recuar tempo não deixaria que tivesses de fazer terapia. A culpa é minha também, eu devia ter prestado mais atenção, você era nova e indefesa-

A Que Me Deixou De QuatroOnde histórias criam vida. Descubra agora