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Lorenzo

Levanto-me mais uma vez, no quarto de hotel e viro-me para o lado, onde deveria estar Antonella, no entanto, numa cama de hospital.

Suspiro.

Espero que ela acorde o mais rápido possível, para que possa voltar a sua vida normalmente e ser feliz...

Com outro alguém.

Entro no banheiro e olho para o meu reflexo no espelho.

- Hmm. - dou um sorriso.

Amassado mas, bonito.

Saio do banheiro, depois de fazer as minhas higienes, limpo-me e visto uma camisa preta, umas calças cizentas de lavagem clara e sapatilhas pretas.

Saio do quarto, me dirigindo para a sala de buffet.
Avisto Antonnio no meio daquela pouca gente e me aproximo com o meu prato.

Ele se encontra servindo o "Ireland Breakfast" [Café da manhã irlandês].

E eu doçuras e ovos.

- Não cansa de doce, não? - pergunta Antonio sorrindo.

- E você de salgado? - sorrio sem mostrar os dentes.

Nos dirigimos para uma mesa distante das restantes.

Fazemos o sinal da cruz antes de comer porque, sabemos que temos muitos pecados, mas também não precisamos piorar as coisas.

Começamos nos deliciando da comida, até Antonio estragar tudo.

- Então, está se focando na saúde de sua mulher, uhm? - diz após comer um tomate cortado.

- Não tem nada ver. Eu e aquela garota não temos nada a ver. - digo calmamente.

- Ah claro. - ele diz sorrindo "indiferente".

- O quê que você está tentan- E Amara? - digo, dando um gole de meu café expresso.

- Ah...ela não quer nem falar comigo, não sei o por quê. E olha que procurei ela fora do hospital. - diz.

- Você está bem cachorinho. Parece que essa mulher não sai da sua cabeça. - digo rindo de leve.

Ele olha para mim e depois desvia.

- Tal mãe tal filha. - murmuro.

- É verdad- O quê? Eu sabia. Você não admite, mas já está de quatro por aquela mulher. - diz.

Sorrio de lado.

- Não caio por mulher tão fácil. - digo.

- Sim. É por isso que até perguntou a enfermeira dela quando ela costuma acordar e sair do quarto, para não ver você andando pelos corredores ou mesmo espiando ela dormindo ou mesmo a-

- Eu tenho o número da Amara, quer? - pergunto, já começando a me irritar com essa conversa.

- Do quê que eu estava falando mesmo? - ele ri e não consegui não rir também - nem brinca, me manda mesmo.

<<>>

Agora estou no hospital, acertando as contas, preparando toda a papelada para a transferência de Antonella para Roma.

Há dias, a mãe de Antonella, a senhora Marinetta Ranni, decidiu visitar a filha.

Uma mulher que não consegue mesmo me enganar com lágrimas de crocodilo é aquela maledetta [maldita].

Depois do show, ela pediu-me dinheiro. "Pode por favor...[...]"

Reviro os olhos, lembrando-me.

A Que Me Deixou De QuatroOnde histórias criam vida. Descubra agora