Lorenzo
Estamos a caminho da mansão.
Antonella está no assento ao lado.
Costumo conduzir com uma mão e a outra fica suspensa sôbre minha perna.
Derepente sinto a mão de Antonella se entrelaçar a minha vaga.
Pauso, literalmente por também ter de esperar até que o semáforo fique verde.
Vou afastando minha mão lentamente da dela e ela suspira e se vira para a janela.
- Antes você conduzia alisando minha coxa, sorrindo e até punha uma música. Agora recusa-se a tocar-me como se eu tivesse um tipo de doença contagiosa ou o quê!? - lacrimeja.
Trinco o maxilar.
Ela não chora em frente de mim há muito mais muito tempo.
Às vezes eu mesmo saía antes que ela começasse para não ver...não ver ela chorando por mim ou por algo que eu faça. Em certas ocasiões, suas lágrimas eram obviamente forçadas, mas em outras eram verdadeiras. Podia ver em seus olhos.
Como agora.
- Não chore...- digo arrastando a voz.
O semáforo ficou verde e continuei a conduzir, podia sentir logo depois de dizer o que disse seus olhos queimando minha face, em algum momento cheguei à olhar pelo canto do olho para ela. Estava serena.
Pois bem.
<<>>
Chegámos à mansão e a ajudei a andar, porque como estava um pouco desordenada, por não ficar de pé no chão há mais de um mês.
Ela apoia seu braço em volta de meu pescoço, colocando seu peso em mim.
Antonella dá de ombros.
- Ah não tá muito difícil andar, Lorenzo.
- Você precisa andar...sabes que faz parte da tua recuperação absoluta. Caminhadas e caminhadas.
- Fará comigo...como antes?
Olho para ela, à 7 cm de seus olhos.
Playback
Como sempre fazia caminhadas, naquele dia não era diferente, porém tinha um "mais": meu bem decidira ir comigo.
À volta Antonella estava acabada de andar.
- Amor? - ouvi os passos dela pararem.
- Ham?
- Me carrega por favor. Não aguento maisss! - disse se agachando apoiando as mãos nos joelhos.
- Incrível. Como você tem a sua forma? - ri me aproximando.
- Sempre fui assim. Não significa que seja a maior fã de me exercitar! - disse se levantando e logo a seguir dando uma volta mostrando seu belo visual.
Alcancei-a e a dei um selinho sorrindo e ela me afasta.
- Eu tô suando! - disse rindo.
- Eu também. E muito mais do que você. - disse e logo depois me virei para o caminho - agora bora. Se correr chega mais rápido.
- Ah não...
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A Que Me Deixou De Quatro
RomanceA vida de Lorenzo Armani se entorta mais do que já estava quando sua então esposa, Antonella, sofre um acidente nas águas do 𝘎𝘳𝘢𝘯 𝘊𝘢𝘯𝘢𝘭 𝘥𝘦 𝘝𝘦𝘯𝘦𝘤𝘪𝘢, desenvolvendo o crânio-encefálico que a põe em coma. Porém, Antonella não foi a úni...