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Leeis

Eu não sou e nem me faço de desentendido. Eu sei que algo não está bem. Parece que o que a bruxa da mãe dela me mentiu. Sinceramente não deveria me surpreender com tamanha maldade. Mas se o que me foi dito é mentira, qual a verdade? Isso só ela pode me dizer.

Quando a vi há já duas semanas....mas ela provavelmente me viu de costas mas não teve coragem de falar comigo. Alguma coisa me disse para virar e lá estava ela. Não sabia se o destino me daria outra oportunidade de falar com ela, mas ao mesmo tempo estava ocupado então pedi que nos encontrássemos.

Não era suposto Imani ter ido, mas ela insistiu tanto e tanto porque pensou que eu estivesse a esconder algo. Dei-lhe razão, afinal quem se encontra com o primeiro amor depois de anos e precisa "conversar". Até eu desconfiaria, mas não é o caso. Nós temos assuntos muito inacabados.

Eu estou no escritório da minha casa, na verdade, estive na França por um bom tempo criando minha marca e voltei há poucas semanas.

Eu vi verdade, mágoa, decepção, fadiga nela. Eu sei que aquela gritaria foi verdade. Eu não sei da Antonella de hoje, mas eu conheço uma alma doce, alegre, encantadora, corajosa, assanhada e por aí vai.

Tentei esquecer tudo que aconteceu. Antonella simplesmente parou de falar comigo, ignorou-me por SEMANAS. Mas o que a vaca da mãe dela disse-

Deixa recapitular....

A gente estava junto desde a primeira vez que ficamos. Mas, não foi só uma ficada, foi amor. Estávamos juntos há já quatro meses, tudo num pequeno sigilo, até Antonella convidar-me à casa dela. Ela já havia me dito que sua mãe era "difícil", só fui descobrir que era racista; talvez não tivesse nada contra pessoas pretas, mas não queria-me com a sua filha; mau carácter e interesseira.

Ela já mostrava que não me queria com a filha dela. Eu sabia, mas não me importava com a opinião dela. Antonella amava-me eu a ela e isso era o que importava para nós dois.

Lembro-me que Antonella tocou a campainha múltiplas vezes e logo que atendi ela se jogou nos meus braços.

"O que se passa, princesa?" - perguntei alisando suas costas.

"Eu- minha mã-e..." - baralhava-se entre soluços.

A tiro do abraço e pego seu delicado rosto com as duaa mãos.

Hematomas.

Ela estava avermelhada com alguns tons de roxo.

Meu sangue começou a ferver.

Abracei-lhe novamente. A escrota da mãe dela não tocava no rosto dela. O que poderia ter havido de diferente?

- Que merda aconteceu? - sussurei em seu ouvido tentando passar um pouco de calmaria para ela.

Antonella saiu do abraço, limpou as lágrimas e fechou a porta, que havia deixado aberta.

Ela parecia um pouco tensa mas ao mesmo tempo decidida a falar.

- Eu estou grávida.

Arregalei os olhos. Não estava tão surpreso porque sei que a gente não se protegeu algumas vezes. Mas não deixei de ficar assustado.

- E não pretendo abortar! - disse cruzando os braços.

- Abortar? Claro que não! Eu quero esse bebê! - disse me aproximando dela rindo e beijando seu pescoço - eu quero.

- Amor...eu não vou voltar para casa. Minha mãe já se decidiu. Ela não quer de jeito nenhum que eu fique com você. E quando a falei do bebê ela bateu-me dizendo que estraguei o futuro que ela desenhou para mim. Pois eu não quero saber mais dela!

A Que Me Deixou De QuatroOnde histórias criam vida. Descubra agora