A Que Me Deixou De Quatro

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Antonella

- Oi. - digo ao homem de costas.

Leeis se vira, uma mulher perto dele também se vira e antes que ele podesse responder ela diz:

- Imani Salvatori, namorada.

- Ouh...

~●~●~●~●~●

- Ah bem. Achei melhor minha namorada estar presente porque não escondemos nada um do outro e confiança é o maior alicerce em um relacionamento, não é? - Leeis diz me olhando bem nos olhos depois virando-se para sua "namorada" sorrindo.

Ele mudou demais! Parece mais...sério.

- Tudo bem. - na verdade não está. Gostaria de falar com ele à sós mas fazer o quê se a namorada é insegura.

Nós nos sentámos num Café aberto ao ar livre, num silêncio constragedor até eu me pronunciar:

- Eu gostaria de saber por onde você andou esse tempo todo? - digo tentando mostrar indiferença.

Leeis que olhava para as mãos interlaçadas à da namorada fixa seu olhar verde-azulado em mim.

- Estudando, trabalhando, vivendo...e você? - diz.

Tem algo de diferente.

- Divorciada. - apenas digo - como está a sua irmã? - convivi várias vezes com Wendy, sua irmã mais nova.

Um sorriso quase se formava quando menciono sua irmã mas logo se recompõe.

- Bem, bem. E sua eh- mãe? - a palavra "mãe" sai com tanto desgosto.

- Normal, não temos falado muito...- pude ver um brilho em seus olhos quando disse isso.

A garçonete chegou e levou os seus pedidos, enquanto eu pedi só uma água. Não pretendia ficar muito tempo, só chegar ao ponto que eu não sei, mas fica difícil quando tem uma pessoa estranha na mesa, ainda por cima sendo a namorada dele!

- Okay Leeis você foi quem propôs que esse encontro acontecesse, deve ter mais do que eu tenho a falar.

- É...por quê parou de falar comigo? - a namorada que se mantia no telemóvel levanta o olhar para mim e deixa o telemôvel sôbre a mesa, esperando pela minha resposta, parecendo muito interessada em nossa história.

O quê que aconteceu com o "não escondemos nada um do outro"!?

O telemóvel dela apita e ela nem nota.

- Querida...- aponto para o seu celular.

- Ouh - ela se levanta e pega a bolsa - já volto.

Eu e Leeis ficámos olhando um para o outro. Ódio? É isso que estou vendo?

Ambos amadurecemos pela dor e perda. Eu posso sentir isso.

- Leeis, se a sua namorada já sabe do que aconteceu com a gente por quê ela está aqui? - digo sem vergonha nenhuma. Todos aqueles sentimentos se mocinha foram perdidos ao longo do tempo.