Um Sonho Popstar (Juke - JATP)

Capítulo 2

𝙹𝚞𝚕𝚒𝚎

Quando o piloto informou que iríamos pousar, abrimos a janelinha do avião para observar as luzes de Paris. Estou sonhando? Fiquei sem reação com a beleza da cidade e a Torre Eiffel se destacando no centro. Comecei a imaginar minha mãe ao meu lado, compartilhando aquele momento. Gostaria de ver a sua reação ao retornar para a cidade na qual encontrou o seu grande amor, mas dessa vez com a minha presença. Voltei para a realidade quando Flynn me cutucou perguntando se estava bem, eu não tinha percebido as lágrimas no meu rosto. Apenas assenti as enxugando e nos levantamos para sair do avião.

Depois de pegar nossas malas e dois carrinhos para carregar as coisas da minha amiga, entramos no saguão do aeroporto e nos deparamos com várias pessoas usando blusas de duas bandas. Uma se chamava Dirty Candy e acho que a outra era Sunset Swerve, não consegui ler o nome. Peguei o celular para chamar um Uber e meu pai disse que não seria necessário, apenas pediu para continuar andando em direção à saída. Quando chegamos perto de uma pilastra, Carolynn apareceu gritando um "SURPRESA!".

- Que susto. O que está fazendo aqui? - perguntei animada com um grande sorriso no rosto.

- A gente só ia se encontrar amanhã - Flynn gritou.

- Combinei com o tio Ray de levar vocês até o hotel. Não ia aguentar esperar até amanhã, estava morrendo de saudades - Carol respondeu nos abraçando.

- Fui a única que percebeu o grupo de fãs olhando pra gente na hora dos gritos? Devem ter pensado que as bandas passaram por outra saída e acabamos encontrando eles - Flynn comentou.

- Percebi - minha prima respondeu rindo - a Sunset Curve vai fechar a turnê aqui em Paris e a Dirty Candy será o show de abertura. Por isso tantas pessoas na frente daquele portão de desembarque. Eles são de Los Angeles também, vocês nunca ouviram falar deles?

- Talvez eu conheça alguma música e não sei que é da banda - Flynn falou.

- Certeza que estão amando conversar pessoalmente depois de tanto tempo separadas, mas podemos ir para o carro? Ficar em pé cansa - meu pai resmungou.

Organizamos as malas no carro e minha amiga conectou seu celular para escutar as músicas da Sunset Curve. Flynn perguntou se gostaríamos de ir para o show deles e Carolynn aceitou na mesma hora, mas fiquei em dúvida. Faz tantos anos que não tenho contato com a música, nunca mais cantei e toquei, imagina ir para um show? Notei meu pai um pouco nervoso com o convite e não aceitei, falei que elas podiam ir e encontrava as duas depois. No mesmo momento, percebi ele soltar o ar que segurava e ficar mais aliviado com minha resposta, pois não precisaria impedir. Minha prima nos deixou no hotel e combinou de tomar o café da manhã na Le Pain Quotidien.

No dia seguinte, acordamos com Carol ligando para avisar que estava saindo de casa e nos encontraria no local. Eu e meu pai separamos água e lanchinhos para o dia e Flynn organizou uma mochila para se trocar depois na casa da minha prima. Chegamos na padaria e encontramos mesinhas na calçada, o seu interior era mais bonito ainda. Opções não faltavam com os vários tipos de sanduíches, cereais, pães, quiches e cafés. Depois de muita dúvida, Carolynn fez o nosso pedido, já que é a única com francês fluente. Conversamos bastante sobre a trajetória da minha prima na escola de ballet, a apresentação que ela realizará e os locais que vamos visitar durante a viagem, sempre pegando algo do prato do outro para experimentar. Meu pai fez questão de pagar e depois nos despedimos.

- Juízo nesse show, tá? Não façam nenhuma besteira, como ir atrás da banda ou invadir palco - falei dando um abraço nas duas.

- Eu não tinha pensado nessas coisas...obrigada pela ideia, Jules - disse com um sorriso de quem estava considerando aprontar e revirei os olhos - fica de olho no Twitter que vamos postar uma foto, quero biscoito.