Capítulo 4

339 33 0
                                    

𝙹𝚞𝚕𝚒𝚎

Escutei uma confusão de longe e minha porta abrindo com força, batendo na parede. Pulei na cama com o susto e fiquei um pouco tonta por causa do movimento brusco e da ressaca. Minha vista estava um pouco embaçada e, quando voltou ao normal, encontrei meu pai me encarando com os braços cruzados.

- Bom dia? - perguntei com um sorriso falso.

- Bom dia? Só se for para você! Sou responsável por duas garotas que sumiram à noite em Paris - gritou irritado e eu já sabia que estava encrencada, mas não me importei.

- Sumir é uma palavra muito forte - fiz um sinal para ele diminuir o tom da voz, o deixando mais nervoso - eu deixei um bilhete avisando que iria jantar com as meninas e dormir na casa da Carolynn.

- Não me importa! Várias coisas podiam ter acontecido com vocês. O que os pais da Flynn iriam falar se algo acontecesse com ela? Liguei e mandei mensagens várias vezes. Para as três - gritou mais alto para as meninas escutarem - mas agora, vendo as garrafas vazias pela casa, tudo faz sentido. Pelo menos não encontrei um homem na sua cama.

- Mas que porra é essa? - foi a minha vez de gritar, senti meu sangue ferver com aquele comentário ridículo.

- Não fale assim comigo, Julie Molina - apontou o dedo na minha direção e dei uma risada sarcástica.

- O que acha de me respeitar também? O que pensa de mim para falar algo assim? - sai de debaixo das cobertas e fui para o banheiro lavar meu rosto, mas parei no caminho e o encarei - deixa eu te lembrar uma coisa, tenho 18 anos! Grandinha o bastante para sair sem autorização.

- Não nessa viagem! E nem enquanto morar na minha casa. Você vai seguir minhas regras e me obedecer - aproveitei que estava no banheiro, fora da vista dele, e revirei os olhos - pode pegar suas coisas, vamos voltar para o hotel e continuar com o roteiro planejado, se é que você ainda quer saber sobre sua mãe. Flynn, faça o mesmo. Carolynn, pode ir se trocar que você vai junto - falou para as duas que estavam na porta assistindo tudo de camarote.

- Como você chegou até aqui? - perguntei com uma cara de perdida assim que saí do banheiro e comecei a recolher minhas coisas pelo quarto.

- Liguei para sua tia e pedi o endereço da filha dela.

- Minha mãe vai me matar - escutei Carol gritando e batendo a porta do quarto em seguida.

Ver meu pai dando ordens para mim já era algo irritante, mas para minhas amigas? Troquei de roupa com sangue nos olhos e soltando alguns palavrões. Encontrei meu pai sentado no sofá enquanto Flynn e Carolynn limpavam a sala. Ajudei as duas para o serviço ir mais rápido, descemos em silêncio e entramos no Uber. Ninguém falou uma palavra durante o caminho inteiro. Chegando no hotel, eu e minha amiga subimos para tomar um banho e trocar de roupa. Antes dela entrar no seu quarto, pedi desculpas e ela apenas assentiu. Já estava calçando o sapato quando fui surpreendida por uma mensagem no grupo que tenho com as meninas.

Carolynn: As princesas podem agilizar? Não quero passar tanto tempo com o tio Ray

Julie: Quero pedir desculpas pelo que aconteceu. É isso que acontece lá em casa...

Carolynn: Não se preocupa. Já falei com minha mãe e, por incrível que pareça, ela riu da situação. Falou que o irmão dela tem que deixar a gente se divertir até porque nunca parava quieto em casa quando tinha nossa idade. Ah, fui na lojinha da esquina e comprei uns croissants para as duas. DESÇAM LOGO!!!!!

Flynn: Jules, pode ficar tranquila. Só fiquei em choque porque nem meus pais brigam assim comigo. Entendo que ele prometeu cuidar de mim na viagem, mas não tem o direito de usar aquele tom

Um Sonho Popstar (Juke - JATP)Onde histórias criam vida. Descubra agora