Do Seu Sol, Para a Minha Lua

Capítulo 1

Atitude. O que é, onde há? Por definição, atitude é o comportamento ditado por disposição interior; maneira e conduta. Para a filosofia, atitude é determinada pela postura crítica que o homem adota frente às determinações e imposições sociais. De qualquer maneira, seu significado é mutável por perspectiva. Para Renato, atitude é o que ele precisava para pôr em prática o que imaginava. O que precisava.

Os lençóis se remexem enquanto Renato e Davin se beijam na cama. Suas mãos passeiam por suas roupas e tateiam as formas de seus corpos. Pássaros cantam do lado de fora, e eles compartilham de si mais intensamente. Em determinado momento, Towers estende as pernas sobre a cama enquanto se escora na parede, puxando Saturna para seu colo. Ele arqueia as costas quando ele usa seus lábios de tom rosa chá para beijar seu pescoço.

Emi bate à porta.

— Olha, eu realmente espero que vocês não estejam pelados, porque isso é nojento — Renato escora o topo da cabeça no peito de Towers, ainda em seu colo. Davin ri. — A Sra. Myers já falou pra Brooke que ela tá chegando, e eu tenho certeza que adolescentes se pegando adoidados na casa dela não vão fazer ela feliz. Então arrastem suas bundas pra fora desse quarto que a Brooke pediu pizza.

Renato sai de cima de Davin, que usa um moletom azul escuro. Está frio, então usam trajes adequados para a temperatura. Se arrastando, os cabelos brancos saem da cama. Os cabelos escuros se descolam da parede.

— Qual é, volta pra cama. Não fizemos nada demais.

Saturna coloca suas pantufas de porquinho, então passa as mãos pela roupa, alisando-as o máximo que pode.

— A dona dessa casa tá voltando e vai descer o cacete em mim se pegar a gente na mesma cama — ele coloca a mão sobre a maçaneta. — Sendo amiga da minha tia, eu tenho certeza que ela não pega leve.

Davin pula da cama, depois usa a mão para bagunçar seu cabelo. Segura a mão de Renato antes que ele possa abrir a porta, então o puxa de costas para si. Seus dedos seguram os de Renato sobre a barriga dele. Sua voz rouca é soprada em seu ouvido.

— Vamos, baixinho, eu pulo da janela depois.

Suspirando num sorriso, ele se desvencilha da mão de Davin, ficando de frente para ele.

— Aqui, eu já falei que ia te dar um tiro se você continuasse me chamando assim. E não pense em pular dessa janela. Se você quebrar a perna eu não vou poder fazer nada, então vamos só comer a pizza da Brooke. Você tem sorte que tem dinheiro, porque vocês não têm SUS aqui.

Ele estreita as sobrancelhas.

— Não temos o quê?

Americanos. Não há resposta além de um sorriso e um revirar entretido de olhos castanhos.

— Bem, Saturna, você não vai se desgrudar de mim tão fácil. Nem que eu te leve nos ombros.

— Você não ousaria.

Ele ousa. As meninas se sobressaltam quando vêem os dois descendo as escadas — Renato dando socos leves nas costas largas de Davin e sacudindo as pernas enquanto é carregado para o andar de baixo no ombro de Towers. Emi morde sua pizza de brócolis e queijo quando Davin finalmente coloca Renato no chão.

— Sabe — Watanabe diz com a boca cheia, então coloca o dorso da mão na frente —, era meio óbvio que isso ia acontecer e tal, mas se vocês ficarem expondo essa energia feliz toda hora eu juro que vou vomitar.

Renato pega dois pedaços da pizza de calabresa e entrega um para Davin. Vê que há quatro latinhas de Coca-Cola na bancada, então abre a sua. Nota que está quente, mas o gás segue conservado. Ele odeia beber refrigerante quente.