Epílogo

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- Por que você não pode contar agora, papai? - Ela começa a sair da lagoa. - Suas histórias são as mais legais. Não conta pra tia Brooke, mas eu não aguento mais ver aqueles filmes de comédia daquela mãe brava do Brasil.

- Abra - diz Davin. Sua voz continua quase igual, apesar de estar com trinta e cinco anos, aveludada, mas com uma leve rouquidão no fundo. - A tia Brooke vai acabar descobrindo isso.

Ela corre, pisando na grama verde, pulando para o colo do pai. Ele olha para a lagoa, onde as borboletas de água voavam. Teve muitos momentos felizes ali, mas nunca esquecerá do dia que dançou com as estrelas e, também, com a sua Lua.

- Vocês aí - uma mulher grita de cima da colina, saindo da casa de madeira. Algumas pessoas pensam que ela é esposa de Davin, o que é mentira, é claro. Apenas os mais próximos sabem que eles são velhos amigos, que se juntaram para criar a mesma menina. - A pizza acabou de chegar - ela usa dois colares, um com formato de estrela, e outro com formato de concha. Os usa há muitos anos.

A garotinha grita de alegria, e Davin a desce do seu colo. Ela corre pelas escadas de madeira, subindo a colina.

- Você não vem, papai?

Ele ainda olha para o lago. Renato teria amado aquela casa, construída justamente na Colina da Dália. Então, sorri.

- Estou indo.

- Você sabe que a tia Brooke vai te xingar se você demorar muito, não é?

- Eu sei, sim.

Então, a menina sobe as escadas. Ele vai um tempo depois.

Eles comem a pizza, contando piadas, rindo, escutando suas músicas prediletas. Momentos como esse não são raros, mas a intensidade do amor é a mesma.

A Dália cintila mais uma vez.

Do Seu Sol, Para a Minha LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora