Fuga

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Por Ana

É como virar uma chave em sua cabeça, seu corpo executa cada golpe repetido tantas vezes antes, e enquanto isso a adrenalina percorre cada célula do seu sistema. Técnica e habilidade são essenciais para um bom agente, mas os princípios que você carrega e o motivo pelo qual você vai a luta faz toda a diferença. Pelo 'o que' e 'por quem' você luta te auxiliará a vencer no final, e eu tinha muito claro quais eram as minhas motivações no momento. Ia muito além da raiva, ou até mesmo vingança.

Com o cotovelo atingi a base da coluna do cara que ainda estava de costas, e antes que a reação dele pudesse passar de um grunhido de dor uma das minhas mãos tapou a sua boca impedindo que o som chamasse atenção demais. Rapidamente usei a mão livre para apoiar em seu ombro pegando impulso e envolvendo minhas pernas no seu tronco, usando o meu peso e a falta de reação dele para derruba-lo. Ele tentava entender o que tinha acontecido quando, ainda no chão, os meus braços envolveram o seu pescoço, impedindo que ele chamasse ajuda e o fazendo perder o ar aos poucos até apagar perdendo a consciência em pouco tempo.

Luan: Esse realmente vai acordar sem saber o que o atingiu.

Sorri revirando os olhos e segui para ajudar a Pixie com as correntes, a Daisy conseguiu se soltar e foi até o Pietro confirmando que ele tinha mesmo quebrado o indicador da mão direita.

Daisy: Como você fez isso? – ela perguntou em um tom de repreensão e preocupação.

Pietro: Não começa com a bronca, a ideia foi sua.

Daisy: Quem foi que disse que preferia uma luxação a um tiro? – encarou o Pietro que ao perceber a seriedade ficou quieto enquanto ela o ajudava.

Ana: Pronto? – perguntei me aproximando do Luan após ajudar a Pixie.

Luan: Na verdade não, mas vamos lá – e então veio a careta de dor no momento que desloquei os seus polegares.

Em seguida agimos rapidamente, já que não demoraria muito para os guardas do lado de fora perceberem que algo estava errado. Revistamos o capanga desacordado, infelizmente ele não tinha nenhuma arma, mas tinha um comunicador que poderia facilitar algumas coisas para a gente. Depois de preparados para deixar aquela sala nós afastamos o carrinho e o cara desacordado para o meio do cômodo, e então escoramos na parede onde a porta localizava-se, nos tornando um ponto cego para aqueles que pudessem entrar. Em um lado estávamos a Pixie e eu, e do outro lado o Luan, a Daisy e o Pietro. E em seguida dei algumas batidas na porta e segundos depois ela foi aberta, um dos capangas ainda soltou o início de uma frase como 'O que é que você...' e então os seus olhos confusos viram o corpo desacordado do possível amigo e a sala "vazia", mas já era tarde. Eles já tinham entrado e não nos notado ali, e esses poucos segundos de descuido foram o suficiente para derruba-los.

Chutei a arma do que estava mais próximo a mim, seguindo de uma rasteira o derrubando no chão, e rapidamente a Pixie se aproximou pegando a arma do que tinha caído e a usou para golpear a cabeça do homem o deixando desacordado. Do outro lado foi fácil para o Luan e a Daisy derrubarem o segundo guarda, e então o Pietro começou a revistar os dois apagados no chão, enquanto isso minha atenção estava na porta aberta e nas chances de alguém aparecer.

Pietro: Duas pistolas, uma faca e dois comunicadores. É sério? – disse decepcionado.

Ana: Certo – voltei minha atenção rapidamente para o centro da equipe reunida – Eu fico com uma das pistolas e vou na frente, Luan fica com a segunda e cobre a retaguarda – peguei a pistola e conferi rapidamente o cartucho – Daisy fica com a faca e Pixie monitora os comunicadores, podemos conseguir alguma coisa com eles – olhei para a porta conferindo mais uma vez se estava tudo limpo.

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