Capítulo 41

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O ódio é um sentimento muito forte, as consequências são, em muitas vezes, devastadoras.
A vingança cega a nossa visão e agimos puramente na emoção.

                              Autor desconhecido.
              

Narrado por Madelyn Miller

De todas os problemas, o maior deles é ter que deixar o meu bebê aqui.

Veja, ele é só uma criança. Queria argumentar isso com os médicos.

Por mais que o físico do meu bebê seja mais velho, para mim, ele é só um bebê, parece com a primeira vez em que eu o segurei  em meus braços.

Já são quase 20 anos em que o meu bebê não acorda. Ele está em algum sono profundo e, independentemente de tudo que eu faço, ele não quer acordar para a sua mãe.

Eu sei que onde ele estiver ele me ouve e, talvez ele volte para mim e acabe com o sofrimento de sua mãe.

Me agacho ao lado da cama e nino para o meu neném.

- A mamãe está aqui, meu amor. Eu não vou deixar você!

Algum médico entra para dentro da sala, mas não importa, eu não irei ir embora.

Ficarei aqui com o meu filho.

- Senhora Miller...

- Não! - impesso ele de começar a entrar em argumentos científicos sobre a medicina e os intermináveis motivos que o meu filho não tem mais recuperação.

Ele está desconfortável, sem saber o que fazer. Mas eu sei sim o que fazer. E desligar os aparelhos do meu filho está fora de questão.

- Vocês não irão fazer isso. Não sobre o meu comando, não permitirei. Ele vai acordar. Eu sei que vai.

- Senhora...

- Não me venha com senhora. Os aparelhos não serão desligados. Eu pago o que for preciso para manter o meu filho vivo.

- Senhora, mas o seu filho não...

Me levanto abruptamente.

- Nem ouse em terminar de concluir essa frase. Está me ouvindo?! O meu filho está vivo sim! E enquanto ele estiver respirando ele continuará com vida.

De algum modo o médico compreende minhas palavras e não argumenta mais comigo e, embora eu veja a maneira como ele está inquieto e insatisfeito com tudo isso, ele abana com a cabeça e vai embora da sala me deixando sozinha outra vez com o meu filho.

Chego mais perto da minha preciosidade e acalento os penugens de sua barba.

- Maldita hora em que eu os conheci, meu amor.

Aquela família, aquelas pessoas me corroem por dentro. Eliminá-los não sanou os meus problemas, não acalmou a fúria dentro de mim.

E só de pensar que um deles anda por essa terra, em imaginar que o maldito nome não evaporou desse planeta me deixa possessa.

Aquela maldita ainda carrega aquele nome. O quão difícil foi para mim colocar meus olhos nela e enxergar os olhos dele.

Khaterine Trainor havia voltado, ela voltou do inferno no qual eu a  havia colocado há mais de 20 anos atrás.

Eu irei eliminá-la, custe o que custar.
Nenhum deles carregará esse maldito nome e sangue. Eu horarei a memória do meu filho.

INTENSO DOMÍNIOOnde histórias criam vida. Descubra agora