Eu não acreditava que eu estava fazendo isso, mesmo se me falassem que estava prestes a fazer isso há 48 horas atrás. Mas a vida é imprevisível, não há como prever nada , por mais que se tente. E eu tentei.
A meia hora atrás eu sai escondida de Boss e dos meus seguranças. A meia hora atrás eu me descontrolei. Eu queria respostas, queria entendê-las, queria que tudo fizesse sentido para mim. Queria que ele me olhasse nos olhos nem que seja só mais uma vez. Queria poder entender esses sentimentos que já não cabiam mais em mim. Eram sentimentos tão conflitantes, eu já sabia o que estava sentindo, só não queria admitir.
Foi por todos e vários outros motivos que não pensei quando sai apressada, deixei meu celular em casa, porque eu não queria ser localizada. Eu peguei o carro escondido dos outros, não que eu precisasse dar explicações, porque eu era dona da minha própria vida e fazia as minhas escolhas, mas eu não queria dar explicações.
Quando eu saí do carro e parei de frente da porta da delegacia eu não pensei no que eu estava fazendo, não mesmo. Tem certas que a gente não pensa, simplesmente faz no automático.
Arthur Duvall, o advogado no qual eu havia ligado a 26 horas atrás já me aguardava na entrada do local.
Com suas duas mão pendidas para trás e segurando sua pasta, ele me esperava.
- Ele não disse nada, Senhorita Trainor. Embora ele tenha ficado muito surpreso com a minha presença, eu cheguei bem a tempo de interromper qualquer que fosse sua confissão.
- Obrigada, Duvall.
- Não me agradeça, ainda. O processo ainda não acabou. Mas ele será liberado, por agora. - Durvall ajeitou os óculos imensos na cara.
Meu coração não palpitava, ele disparava.
Como se fosse um conforto, Durval colocou a mão eu meu ombro.
- Eu mantenho contato, Elizabeth! - disse antes de sair.
Respirei fundo. Antes que eu desistisse eu entrei na delegacia.
Os minutos seguintes foram gastos me apresentando para alguns guardas e quando fui liberada eu fui ao local em que ele estava. Tá certo, eu paguei para ir até lá. Ele não sabia que iria sair e, muito menos que fui eu quem o pediu para tirá-lo de lá.
Eu o encontrei em pé, de costas para mim, encostado na cela com os braços cruzados, pensativo. Talvez, se eu tivesse virado e ido embora ele não teria notado a minha presença, pois nesse momento ele se virou, nossos olhares se encontrando. E tudo aquilo que eu estava guardando bem no fundo meu coração se abriu, se revelou. Bastou olhar para os seus olhos intensos e eu pude perceber isso.
Ryan se virou completamente para mim. Acho que ele não estava acreditando que eu realmente estava ali. É, nem eu acreditava.
Um nó se formou no meu estômago quando ele chegou mais perto da grade, mais perto de mim. Gostaria de não ter olhado para os seus músculos retesados quando ele colocou suas duas mãos na barra de ferro e, em como os nós dos seus dedos ficaram brancos quando ele apertou a barra. Bem como, eu queria desviar o meu olhar da sua camisa azul marinho social. Me peguei olhando para o seu peito peludo, no qual dois botões estavam abertos e revelava aquilo que um dia eu toquei.
Desviei meu olhar imediatamente, mas não foi tempo o suficiente, pois o olhar e seu sorriso presunçoso, quase, eu disse quase me fez ficar de joelhos.
Concentra. Aqui não é hora e muito menos lugar para isso.
- O que devo a honra de sua presença, loirinha? - o grave de sua voz se acentuou no ''loirinha''.
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INTENSO DOMÍNIO
RomancePLÁGIO É CRIME!!! A cidade de Chicago é deles. Os Millers dominam a tudo e a todos. Jill tinha apenas 19 anos quando foi designada para trabalhar na casa dos Miller. Órfã desde o nascimento, um desejo ardente de amar e ser amada se tornou o vazio...