Capítulo 43 .

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//Jill//

     Feliz ano novo 🌠
 

        Caminhamos para a reta final

- Só mais um pouco... - Trevor digitou no computador alguns códigos.

Não sabia o tanto que estava nervosa quando percebi que estava arrancando lascas da unha. Uma mania boba.
Tem certas coisas que nunca mudam.

- Isso! - levei um susto quando mãos  pesadas bateram em cima da mesa. - Eu consegui entrar.

- Você não tem muito tempo, Trevor. - ponderei.

Fui para perto dele e, visualizei vários números e códigos na tela do computador.

Trevor era um gênio.

- Espere alguns minutos, eu só preciso entrar em algumas pastas e extrair esses arquivos o mais rápido possível. - respondeu.

- Ora, eles vão notar que invadimos o sistema. - alertou Boss.

- Sim, mas conseguiremos pegar tudo o que é importante antes deles bloquearem. - falei.

- Eles vão saber que invadimos...

- E eles vão agir. - Boss encheu dois copos de whisky.

- Eles já estão! - falei pegando o copo que Boss havia me entregado.

Enquanto virei a bebida de uma vez só, escutei o telefone de Boss tocar.

- Só um minuto - Boss sinalizou antes de se afastar para atender o telefone.

- Khaterine... você vai querer ver isso... - Trevor me chamou.

                                                                           [...]

Os minutos seguintes serviram para abrir o chão em meus pés e, por mais que eu estivesse preparada, de fato, eu jamais estaria  para saber de uma notícias dessas.

Eu já não acreditava mais.

- Trevor... são mais de 300 pessoas ... - sussurrei. Eu estava em choque.

Já era demais. Não tinha fim.

- Isso é só a ponta do iceberg, Khaterine. 

Sim eu sabia, mas, caramba...

Quanto mais eu escavava, mais merda saia disso tudo.

- E mais uma para a conta... - enquanto Trevor passava as fotos do ''acidente'' o meu estômago se contorcia.

Estava difícil segurar as emoções. Estava difícil digerir tudo isso, doía, as vezes eu nem sentia porque acreditava que era um pesadelo no qual eu iria acordar.

- Eles mataram pessoas inocentes...

As lágrimas rolavam pelo meu rosto.

As vezes eu me perguntava o que faria da minha vida. Talvez a alguns anos atrás eu não tivesse as respostas para essa pergunta. Mas, hoje, eu tenho.

- Quero todas as provas. Tudo!

Eu estava andando sem direção, talvez em círculos ou em uma linha reta. A luz dos vidros da janela da mansão iluminaram o ambiente e, uma luz intensa cegou os meus olhos. Não tive reação nenhuma a não ser ficar parada, congelada, sem me mexer.

- Cuidado!

Tudo aconteceu em câmera lenta e, eu fiquei sem reação.

Um clique. Um baralho. Um zumbido. Uma explosão.

Fui arremessada à metros de distância. Minha cabeça sofreu uma pancada e ela começou a zumbir. Coloquei a mão em meu couro cabeludo  e senti o sangue escorrendo. Meu ouvido doía com o barulho ensurdecedor.

Dor.

Tava latejando.

Minha perna estava travada, algum móvel caiu por cima dela.

Eu só via destruição. O fogo e a fumaça.

Olhei ao redor e vi Trevor caído a alguns passos de mim. O fogo e a destruição culminaram. A fumaça dos destroços inibiam minha respiração.
Tossi diversas vezes, meus brônquios estavam se fechando.

Fiz força para me levantar. Gemi de dor, estava ardendo e piorou quando percebi que não teria como eu colocar minha perna direita no chão sem gritar de dor e me contorcer. Mas não havia outra alternativa, ou eu ficava e inalava essa fumaça tóxica ou tentaria sair, mesma com minha perna me dilacerando. 

Escolhi a segunda opção. Porque desistir não é uma opção. Não para mim.

- Boss... - eu nem sei se minha voz saiu.

Mas quando eu o vi parado mais perto de mim eu fui em sua direção. Tampei com a palma da minha mão esquerda meu nariz para que eu não respirasse mais essa fumaça. Fui mancando, não olhei para baixo. Iria ficar pior.

- Ai... - urrei quando bati minha perna em algum estilhaço.

A dor estava intensa, mas eu precisava me desconcentrar dela.

- Boss... - chamei.

Tentei não me apavorar quando vi sua roupa toda ensanguentada de sangue.

- Boss... - me joguei no chão, mesmo que esse ato tenha me dilacerado de dor.

Comecei a sacudir seu braço.

- Eu.... estou bem. - sussurrou, em meio às tossidas.

- Venha! - eu apoiei seu braço em meu ombro.

Foda-se. Tive que fazer força para apoiá-lo.

- Trevor... - Boss perguntou.

Eu olhei nos escombros.

- Ele se foi.

INTENSO DOMÍNIOOnde histórias criam vida. Descubra agora