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Ryan

Vesti o meu melhor terno, passei o meu melhor perfume, fiz a minha barba, de modo que nenhum fio estivesse sido deixado para trás. Nenhum resquício, até que um corte, um filete de sangue em uma linha contínua se espalhou pelo lavatório da pia do banheiro.

A linha contínua, o sangue, me peguei olhando para a linha, a linha... O sangue que escorria e eu voltei para trás, para o passado.

- Você é tão lindo, Gauller, tão lindo... - mamãe penteava meu cabelo, me ninava, eu queria falar para ela que eu não era Gauller, porque meu irmão estava inconsciente em uma cama de hospital. 

Mas a magia acabou. Mamãe percebeu que eu não era Gauller, mesmo eu não tenha dito nada, ela passou a escova com fúria sobre o meu couro cabeludo ate que ela se estilhaçou. Meu rosto latejou, ardeou porque o aponta quebrada dela cortou o meu rosto. E quando eu olhei para baixo, para o meu pulso eu vi o sangue, uma linha contínua na hora eu que eu coloquei a mão no corte.

Com a mão na bochecha, tento procurar a cicatriz invisível, mas tempo fez que ela desaparecesse.

Dispersando os devaneios do passado eu volto novamente para o meu quarto, coloco meu relógio rolex e me olhe mais uma vez sobre o espelho.
Há muito tempo eu não me aceitava. Hoje eu sou eu.

Eu passei pelo grande retrato de Gauller pendurado no escritório de meu pai, meu irmão, seu olhar fixo, com feições expressivas, me seguia para onde eu olhasse, a pintura expressiva foi um grande impulsionador em minha vida. 

Mas agora isso ja acabou. Um basta.

...

Pela ultima vez, ou quem  fosse o começo, não sabia ao certo, eu olhei para a imensa mansão a minha frente, já na entrada dela, ninguem estava aqui presente, ate certo ponto os traumas do passado reverberam em meio a essas paredes, em qualquer lugar que eu iria. Todos os empregados estavam de folga e, bem, só restava eu aqui, e agora. 

Entrei em meu carro,  e quando eu estava em uma distancia larga eu olhei para o ativador  em minhas mãos.

- Sem voltas. - eu o acionei. Uma grande explosão clareou a luz a escuridão da noite.

O império estava em chamas. Destrúindo.

 Meia hora depois eu parei com minha ferrari sob o viaduto.

Eu entrei de cabeça erguida. E quando me apresentei para o policial da DEA, desconfiança, surpresa recaiu sobre o seu olhar.

As horas seguintes sendo interrogado, eu não me permitir pensar no que eu estava fazendo, e as consequencias que isso irá de trazer. Mas de uma coisa eu tinha certeza, nenhum mal irá recair sobre ela novamente, não pelas mãos de minha familia, ou o meu pretencioso nome, porque eu, Ryan Miller, estava acabando com isso, e da forma que eu conheço.

Eu sei, hoje, o que realmente importa para mim.


INTENSO DOMÍNIOOnde histórias criam vida. Descubra agora