INTENSO DOMÍNIO

Prólogo

                       ||    JILL ||

Estou sentada nesse quarto escuro, olhando fixamente para o meu reflexo na parede, está escuro e a lua ilumina.

Queria esta em uma praia agora, ou quem sabe em um hotel resort, rindo, curtindo ou bebendo um bourbon. Bom tomando uma taça eu já estou, levo a copo com a bebida gelada em minha boca. Mas, eu não vou mentir. Porque eu preciso mentir? Quero enganar quem? A mim mesma. Enganar que eu estou certa, eles não.

Caramba, eu estaria mentindo se
dissesse que eu não penso nele, que as vezes eu não  sentio o gosto dele, e ele estando dentro de mim, eu tenho saudade. Ele fodeu com a minha vida, destruiu o meu coração e, aqui estou eu pensando nele, querendo ficar com ele, querendo ele de volta em  minha vida, querendo passar mais momentos no parque com ele, dentro do carro dele e, caramba até sentir medo, a adrenalina quando ele acelera e corre como se estivesse em uma corrida pelas ruas, dentro de sua ferrari. Me recrimino por isso. Os malditos Miller me destruíram, no início eu não estava querendo me envolver, no entanto parece que esse foi o plano deles desde o início; ganhar minha confiança.

E só de pensar os motivos que os levaram a fazer isso, me corrói por dentro. Tudo por vingança. Eu fui inserida dentro de uma briga sem eu ter conhecimento, sem eu ao menos querer. O que eu queria não valia de nada.

Fui usada como um peão para chegar até o rei e a rainha.

Mas a solidão é demais... 

O silêncio da noite preenche esse cômodo escuro, preenche minha alma.

Estou tendo alucinações, vejo coisas distorcidas, coisas que não são reais. As vezes acho que estou ficando louca.

Estou cansada de confiar nas pessoas e elas abusarem dos meus sentimentos.

Ouço um barulho vindo da porta, ela esta rangendo. Me levanto de uma só vez, quase dou de cara com o chão. Bebi demais.

Minha visão está um pouco distorcida.

Não , espera? Muito distorcida.

Há várias garrafas de bebidas no chão. Onde está a empregada? Cadê ele?

As janelas começam a bater umas nas outras, há uma rajada de vento forte lá fora que invadi esse quarto. Meu coração acelera quando vejo uma sombra em formato de corpo na parede oposta com a da janela.

É ele.

Só pode ser ele. Ele veio me assustar outra vez, ele quer brincar comigo. Com a merda da minha sanidade mental. Ele é um maldito dominador, não basta dominar o meu corpo quer dominar a minha mente. Quer pegar tudo de mim

Caralho, desde quando eu me tornei uma mulher que fala palavrões? Há pouco tempo atrás eu era só uma garota indefesa que tinha medo ate de gato. Ele me mudou, eles me mudaram.

- Chega dessa, merda. - falo caminhando até a parede  ao lado da janela. É assim que ele gosta de falar, o fodido Miller. Eu vou mostrar pra ele o momento de parar. Ou melhor, eu só estou começando.  Abro o gaveta e pego minha arma semi automática. Comprei ela a duas semanas atrás de um traficante que queria me vender drogas e ficar comigo. Paguei 300 doláres por essa belezinha. Confiro se ela esta carregada e a empunho.

Me escondo entre as cortinas por um momento e vou a caça. Não vou mais me esconder.

Escuto passos vindo, passos forte e precisos, eles vem em minha direção.

Não penso duas vezes, saio da cortina e efetuo dois disparos.

Eu grito porque percebo que alvejei o gato preto da minha vizinha que gosta de passear por aqui, ele esta no chão morto,o sangue dele se espalha pelo piso. 

Meu Deus, o que foi que eu fiz?!

Meu coração esta acelerado, mas isso não se compara quando sinto um calafrio subir pelas minhas espinhas me fazendo gelar completamente e, nesse momento um trovão ruge dó lado de fora iluminando brevemente o quarto e, eu vejo a figura masculina atrás de mim, com a faca nas mãos.

Uma mão forte vai subindo até parar no meu pescoço, envolvendo, me sufocando. 

- Então você quer brincar, gatinha? - fala no meu ouvido lentamente, como se fosse um sopro.

Não.  Não  é ele. Os Apertos vão se intensificando e vou perdendo a consciência.