Capítulo 25

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Você já se perguntou como as coisas em nossas vidas são tão incertas?!

Em um momento estamos bem, felizes, sorrindo e fazendo planos para o futuro. No entanto, basta segundos; três segundos, cinco segundos, ou talvez dez para que o nosso mundo se desmorone. Somos instáveis, não somos inabalável.

Há momentos, músicas, pessoas, cheiros, lugares e, principalmente palavras que nos marcam. Assolam a nossa memória.

Como esse noivado é importante para a nossa família.

Acho que nunca vou me esquecer dessas palavras.

Por mais que eu tente correr delas, elas estão encravadas em mim.

Eu não aguentei presenciar a cena, eu corri.

Corri para fora da mansão, corri das pessoas comerando um evento que foi capaz de me destruir. Corri para fora do lugar que eu senti um turbilhão de sentimentos.

Eu me encontrei parada na rua. Com minhas duas mãos apoiadas no joelho, eu estava encurvada. Deixei as lágrimas escorrerem pelo meus rosto. Soltei um grito sem som. Nada saia.

Foi como se uma faca fosse encravada no meu peito. Doeu ver ele lá junto dela. Doeu mais ainda que ele ao menos se importou com os meus sentimentos.

Agora sozinha nessa rua mais afastada da mansão, várias coisas passam pela minha cabeça.

Será que foi tudo real o que a gente viveu? Será que as palavras ditas por ele significaram alguma coisa para ele?

Ele disse que me amava.

Talvez ele não tenha dito e, isso foi só uma invenção da minha cabeça. Eu estava tão sedenta por amor, tão feliz por encontrar alguém que se importasse comigo que posso ter criado uma história em minha própria cabeça.

O vento estava forte, segurei meu vestido para baixo para ele não voar e fui para a calçada. Só agora percebi que estava no meio da rua.

Só agora percebi que estava sem um dos sapatos. Devo ter perdido ele no meio da euforia, no meio da minha corrida. Eu sou boa em correr.

E agora? Agora eu já não sei mais o que fazer, não sei a quem me recorrer.

Me joguei no chão da calçada, e em uma posição fetal eu chorei.

- Você precisava olhar com os seus próprios olhos.

Eu não me assustei. Acho que não me assustaria assim. Não agora.

- Você me avisou não foi? - perguntei.

Eu ainda estava com a cabeça abaixada. Fui incapaz de olhar para ele.

- Agora já não faz mais sentido, Jill. De algum modo você estava, e... ainda está muito ligada à eles. Você não ecreditou em mim. E eu a entendo. Sumi sem respostas, apareço nos momentos mais oportunos. Eu queria que fosse diferente, Jill. Queria que as coisas não fossem assim tão complicadas. Eu sinto muito por tudo que você passou, e... meu Deus, ainda vai passar.

Levantei minha cabeça e olhei dentro dos seus olhos. Ele estava em meio às sombras, ele saiu por trás de um carro estacionado ao meio fio.

- Quem é você, Will?

Ele se reteve, mas ganhou confiança e se aproximou mais perto de mim.

- Eu sou o seu irmão.

INTENSO DOMÍNIOOnde histórias criam vida. Descubra agora