Capítulo 1

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As minhas unhas chegam a doer de tão curtas que elas estão, na verdade essa não seria a palavra certa para descrever, elas estão no sabuco, na carne viva e, o vermelho da minha pele é o sangue querendo escorrer. Só tem uma situação que minhas unhas se encontram nesse estado; a minha ansiedade, o meu nervosismo. 

 O carro vai se aproximando perto do meio fio. Meu coração tá acelerado, mas mesmo assim eu consigo controlar um pouco as batedeiras.

- Já chegamos! - o motorista fala o óbvio e, minha barriga da golfadas de emoções. Ela chega a doer.

 Pego minha bolsa espatifada ao meu lado e abro a porta do carro . No momento que boto meus pés no chão uma rajada de vento forte me devasta levantado a saia do meu vestido, e mostrando a minha calcinha da Minnie com um um buraco de todo tamanho atrás.

 Minha blusa de lã é velha e desgastada. No orfanato não tínhamos muitas roupas. Sempre ganhávamos de doações. E meu vestido simples e curto, que uso á muito tempo, não ajuda muito na questão.

 O frio é intenso, mas tenho que me contentar com esse pequeno agasalho. Agarro minha bolsa junto do meu corpo e olho para a imensa mansão na minha frente. 

Fico maravilhada com o que vejo, mas também fico triste em constatar que nunca terei uma propriedade dessas. Eu sei o meu lugar nesse mundo.

Olho para o lado, e o carro já vai se afastando entre as ruas. 

Não me restou mais nada a não ser seguir em frente. 

 Vou caminhando a passos largos e incertos ate parar do lado de fora do portão.

Há um segurança na entrada e, quando me vê já fica em modo alerta.

- Bom dia, eu sou a nova empregada. - anuncio.

Mostro os meus documentos. Enquanto ele confere Estou tremendo de frio e, percebendo o meu estado, o segurança imediatamente chama alguém pelo rádio. Passados alguns segundos uma mulher mais velha e com o uniforme cinza vem em minha direção.

- Você é a nova empregada, correto?!

Eu afirmo que sim. No momento seguinte ela esta me conduzindo para dentro da casa. Passamos pelo jardim ate que avisto um casal a beira da piscina. Ele são jovens.

Os dois estão brincando de guerra ao alvo, rindo e se beijando.

A mulher na piscina percebe que estou olhando e imediatamente desvio o meu olhar.

Droga.

A empregada que vai me conduzindo tem passos largos e, assim fica difícil para mim acompanhá-la.

Entramos na imensa cozinha e a mulher de cabelos brancos e com uma flor fixada ao lado da cabeça para abruptamente. Paro no mesmo instante para não trombar com ela.

- O patrão e a patroa irão se apresentar mais tarde. - com um olhar esquisito me dá uma olhada de cima a baixo ate que suas feições se endurecem. Eu reconheço esse olhar. É o olhar que foi direcionado para mim a vida inteira. É o preconceito. Ela nem tenta disfarçar sua expressão.

- Quando eles te chamarem, trate-se de vestir uma roupa mais comportada!

Ela não quis dizer isso. Ela quis dizer '' trata-se de vestir uma coisa melhor e não esse trapo seu''. Eu reconheço isso. Esta no seu olhar de desaprovação.

- Eu só tenho essa roupa, senhora .– falo com vergonha.

- Você o que?

Ela intendeu o que eu quis dizer, mas repito novamente.

- Eu só tenho essa roupa no meu corpo – sussurro com minha cabeça abaixada.

- Posso ver! - diz seca, como se eu não valesse o seu tempo.

As pessoas sempre me trataram mal. Por ser uma órfã e não ter nada, isso me tornou uma fodida pobretona. Uma nada. Uma ninguém.

- Sua sorte é que usamos uniformes aqui, garota – a mulher fala pegando um deles ao lado do armário e, me entrega em seguida – meu nome é Vêronica. Eu sou a empregada chefe dessa casa. Depois dos seus patroes você deverá obedecer à mim.

Ela vai falando e a todo momento eu estou com minha cabeça abaixada. Faço isso em sinal de respeito e, foi o que eles me ensinaram no orfanato desde muito cedo. Sempre abaixar a cabeça e aceitar o que nos mandam fazer.

- Você deve ser nova, não reparei na ficha que eles entregaram aqui.

- Eu tenho dezenove anos, senhora.

- Muito nova. Não intende nada da vida. Só lhe digo que qualquer coisa errada irei te repreender, ou alguma coisa quebrada irei descontar do seu salário.

- Certo, senhora.

Levanto um pouco meus olhos ate encontrar com os dela.

- Venha, vou te levar ate o seu quarto.

Ela me leva ate um corredor ao lado da cozinha. Ele é escuro, mal iluminado e muito estreito.

Várias outras empregadas saem do quarto carregando sacos pretos. Todas elas estão de cabeça baixas.

Vou me aproximando ate que levanto meu olhar e a porta se abre quando mais uma empregada sai de dentro dele carregando mais sacos.  Dessa vez eu não desviei o meu olhar, eu fiquei em choque com tudo o que vi. Eu paraliso no mesmo instante. O quarto ta infestado de sangue, o chão e as paredes estão todos lambrecados. No entanto, eu não fiquei mas apreensiva e nervosa quando um homem vestido de terno se revelou em meio as luzes vindas das janelas. O seu olhar jamais vacilou do meu. As suas íris pretas imensas me mediram milimetricamente. Eu nunca senti tanto medo só de alguém olhar para mim dessa forma. Sinto um frio na minha espinha. Vejo a fúria, o domínio, o poder e, acima de tudo a luxúria permear seus olhos. As minha pernas bambearam nesse instante, me senti nua, sem estar nua, porque o homem atlético estava me medindo de cima a baixo, devorando meu corpo apenas com o olhar, ate que seus olhos pousaram de novo em meu rosto, fixando nos meus olhos. Seus olhos focam em mim e, ele abri um pequeno, mas perceptível sorriso no canto dos lábios.

Eu não sabia, mas, olhando a fundo tudo que aconteceu, eu jamais imaginaria que nesse exato momento eu já estava dominada.

                                                                                                   ***

Heyy galeraaa...

Capítulo novo postado antecipadamente. 

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Bjss!


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