04. Aquela que acolhi

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Quando Shouto saiu pelos grandes portões da residência dos Todoroki, Emi estava parada perto do próprio carro do outro lado da rua, ela já havia deduzido que aquele almoço não terminaria bem desde ontem, quando Shouto avisou que havia decidido con...

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Quando Shouto saiu pelos grandes portões da residência dos Todoroki, Emi estava parada perto do próprio carro do outro lado da rua, ela já havia deduzido que aquele almoço não terminaria bem desde ontem, quando Shouto avisou que havia decidido contar para o pai sobre a sua gravidez, e então por precaução resolveu não ir embora para sua casa quando a governanta avisou que Enji queria que todos os empregados fossem liberados naquele dia.

Mesmo já esperando que aquilo, ou algo semelhante, acontecesse ela não pôde evitar sentir muito por aquilo está acontecendo com o ômega, este que sem pensar duas vezes, entrou e se sentou no banco do carona, enquanto ela assumia o controle do carro um pouco puído. Emi deu partida sem dizer nada, somente vez ou outra desviava os olhos verdes para o outro sentado ao seu lado, que permanecia em silêncio, todo encolhido, com um olhar carregado de tristeza e dor por conta do braço direito vermelho e da ardência do tapa que levou segundos atrás.

Emi queria perguntar se ele estava bem, mas achou a pergunta um pouco oportuna. Queria perguntar o que poderia fazer para ajudá-lo a se sentir melhor, ou se ele queria um abraço, mas não fez, não conseguiu, sentia que não deveria, ele havia acabado de ter uns dos piores almoços em família, ou senão o pior, então claro que não estava bem. Shouto não saberia dizer ou descrever como exatamente se sentia naquele instante, mas a dor em seu braço e o ardor em seu rosto perdiam para o aperto em seu peito infestado de angústia.

Já passava das uma hora da tarde. Emi olhou o relógio em seu pulso de maneira rápida e logo depois focou novamente no trânsito. Ela se sentia agoniada quando batia os olhos em Shouto, este que não havia dito nada desde que entrou no carro, não fazia movimentos visíveis aos seus olhos e nem ao menos chorava, havia rastros de lágrimas em seu rosto e ele mantinha as írises heterocromáticas em algum canto do veículo.

E ele permaneceu assim, como se estivesse com a mente e com alguns dos sentidos em outro lugar, tanto que nem percebeu que os prédios e os diversos carros foram diminuindo e que agora eles estavam em uma estrada com mais árvores ao redor. Eles estavam próximos ao seu destino.

Emi se assustou um pouco quando uma mão segurou o seu ombro, e somente foi preciso dar uma breve olhada e ver o ômega com a outra mão na boca carregando uma expressão enjoada no rosto que ela concluiu de imediato que ele queria vomitar. Assim que parou o veículo na estrada que somente vez ou outra passava um carro, Shouto saiu de dentro desesperado e com o vômito quase na garganta, ele apoiou uma mão em umas das portas fechadas e colocou tudo que foi permitido para fora, tomando cuidado para não abolçar nos pneus do carro.

E não foi somente a comida que saiu, lágrimas também vieram. Um soluço, dois e em seguida de muitos foram o suficiente para a realidade da sua atual situação lhe bater em cheio, a dor em seu braço, a ardência do tapa continuavam ali, ele ainda sentia, era como se estivesse os recebido naquele exato momento. Shouto andou um pouco arrastado até a única porta aberta do carro, entrou e se sentou onde anteriormente estava.

CONSTANT BLOOM | BakutodoOnde histórias criam vida. Descubra agora