Todoroki Shouto era um ômega sem muitas ambições para com a sua vida. Ele sempre viveu em um ambiente familiar onde o pai, Enji, sempre o olhou com repulsa e contempto por ele ter nascido ômega, e tirando seu irmão mais velho, Touya, ele sempre tamb...
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Foi a parti da segunda série do fundamental que Shouto passou a desejar que o dia dos pais e mães alfas e o dia dos pais e mães ômegas nunca mais existissem. Ele tinha apenas cinco anos na primeira vez que desejou isso, na época em que sua mãe havia ido embora mais precisamente.
Porque ele quase chorou na frente de seus colegas - quase porque seu pai havia lhe dito na noite anterior na hora do jantar pra ele parar de choramingar porque isso o irritava e ele não queria deixar o pai irritado - depois que o professor pediu que ele falasse sobre o projeto de pesquisa que havia pedido para seus alunos fazerem com os seus responsáveis, que era explorar um determinado tópico.
Ele e a mãe fizeram anotações sobre diversas flores vermelhas e Shouto as desenhou e pintou ao lado das informações correspondentes a cada uma enquanto escutava sua mãe o elogiando pela maneira como as desenhava e coloria.
Foi um momento bom depois do dia péssimo do dia dos dias dos pais e mães alfas, onde seu pai passou o dia inteiro apenas com Natsuo em um dos hotéis cassinos da família - Touya não fora porque estava com raiva do pai deles por algum motivo específico que Shouto achava que tinha a ver com a briga que os pais deles tiveram na noite passada - e ignorou a existência dele, de sua mãe e de Fuyumi. Shouto queria ter dito que queria ir também. Mas ficou com medo que seu pai brigasse com ele ou lhe direcionasse um daqueles olhares que o deixava acuado e com um sentimento ruim no peito.
Ele passou esse dia com a mãe e com Fuyumi. Mas queria ter tido a oportunidade de passá-lo com o pai - mesmo que este aparentasse não gostar muito dele pela maneira que o tratava.
O dia em que fizeram o caderno de pesquisa sobre as flores vermelhas fora um momento bom que Shouto gostou muito por tê-lo passado com sua mãe e Fuyumi. Mas dias depois sua mãe foi embora e ele teve que apresentar aquele caderno de pesquisa para sua turma inteira, sentindo-se muito triste e com uma vontade enorme de chorar por conta disso.
Ele teve medo de que as lembranças do momento em que aquele caderno fora feito tivessem sido as últimas. E no final realmente foram.
Medo de que a pessoa que sempre fora seu ponto seguro nunca mais voltaria. E realmente não voltou.
Com a memória desse momento em que tentou apresentar seu caderno de pesquisa para turma com os olhos lagrimejando e aperto horrível no peito, Shouto passou boa parte de seu tempo pensando como seria aquele Natal, como seria o seu aniversário e o dia dos pais e mães ômegas dali em diante sem a sua mãe. Ela era a única que lhe dava carinho e atenção independente do momento, Touya havia crescido e não gostava e nem demostrava esse tipo de coisa, e Fuyumi estava estranha com ele desde o dia dos pais e mães alfas.
E tinha uma moça chamada Emi que trabalhava em sua casa há pouco tempo que o tratava tão bem quanto sua mãe lhe tratava. Shouto passou a gastar suas tardes seguindo a mulher beta pela enorme residência e ela parecia gostar do fato do caçula dos Todoroki ter gostado tanto assim dela.
