16. Sem cessações

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Shouto foi para os fundos da enorme casa, designadamente para onde ficava a piscina

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Shouto foi para os fundos da enorme casa, designadamente para onde ficava a piscina. O tédio havia se instalado nele após horas sentado no sofá observando os outros universitários ficando cada vez mais alcoolizados e vergonhosos demais de se assistir com o passar dos minutos.

Era início de outubro e sexta-feira. E ele resolveu ir para uma festa depois das aulas com Momo, Mina, Ochako e Fumikage que acontecia na casa de uma beta chamada Yui Kodai. Shouto nunca havia falado ou tido algum tipo de interação com ela, somente sabia que ela cursava Moda na mesma universidade que eles e que era baixista da banda Skyred.

Após um tempo conversando e bebendo suas primeiras doses de bebida com álcool, não demorou muito para todos se espalharem ou se entreterem com alguma coisa.

Momo foi atrás de Kyoka. Mina se sentou em uma roda de desconhecidos, que também obtinha pessoas de outras universidades, para jogar um jogo chamado “passa cartão” enquanto bebia um energético Monster Energy. Ochako progressivamente ficava mais bêbada com o passar do tempo e conversava com Fumikage sobre jogos de cassinos que ela mais gostava.

Shouto ligou brevemente seu celular e verificou as horas pela tela de bloqueio, faltavam vinte minutos para meia-noite. Ele não estava preocupado por estar fora de casa àquela hora. Normalmente nas sextas-feiras seu pai trabalhava até tarde e se enfiava em uma das casas noturnas que sempre frequentava e voltava para casa perto das doze horas da manhã no dia seguinte. E mesmo que seu progenitor decidisse ir pra casa ao invés disso, ele sempre presumia que o ômega estaria dormindo e não fazia questão de confirmar isso porque confiava muito em Emi.

A ômega quem era encarregada de verificar os horários que ele chegava e relatar para seu progenitor se estava fazendo algo que não deveria. Emi não concordava com o jeito que seu pai lhe privava das coisas e tentava controlar tudo que o envolvesse, mas ela também sempre o orientava para não exagerar tanto porque temia o que seu pai faria ao descobrir aquela cumplicidade toda entre eles. Emi temia mais por ele do que por ela mesma.

Desde que havia entrado na faculdade, Shouto cada vez mais aumentava o costume de mentir e infringir regras, essas que foram impostas pelo seu pai desde que ele fez onze anos. Não se sentia orgulhoso disso, muito menos com a coincidência pesada, o que era surpreendentemente estranho para ele ainda.

Shouto se sentou em uma das espreguiçadeiras que havia ali, quase na beirada da piscina. Subiu suas pernas para cima e ficou olhando para a água limpa à sua frente enquanto desejava estar com algum livro em mãos para diminuir um pouco do tédio que sentia. O vento um pouco gélido de outono movimentou-se livremente em seu rosto e ele suspirou, apreciando o ar fresco daquela noite agitada e tediosa em simultâneo.

CONSTANT BLOOM | BakutodoOnde histórias criam vida. Descubra agora