06. Aquele que decide

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Na semana seguinte, Shouto pensou muito sobre contar ou não para Katsuki

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Na semana seguinte, Shouto pensou muito sobre contar ou não para Katsuki. Ainda não havia se recuperado totalmente dos últimos acontecimentos, desde a descoberta da gravidez até o almoço em família que resultou nele indo embora da casa que morou desde seus primeiros dias de vida e indo para casa de sua mãe, essa que até uma semana e meia atrás ele não tinha contato desde seus cinco anos de idade, mas depois de pensar muito, decidiu que contaria.

Tinha em mente que, assim como esses últimos acontecimentos, contar para Katsuki também seria um momento que tinha tudo para virar uma lembrança que ele gostaria de não ter tido.

Se ainda sentia que o alfa ainda duvidaria de si? Ou que ele reagiria de maneira ruim? Sim, ele ainda sentia que isso aconteceria. Não sabia se de fato estava pronto para encarar os olhos carmesins depois de dizer, não sabia se estava pronto para sua indiferença, para suas palavras rudes, desconfianças ou até mesmo sua raiva, mas teria que fazer isso. Shouto somente estava esperando reações ruins, principalmente a desconfiança.

E o maior motivo que estava o levando a contar? Não sabia ao certo. Talvez fosse porque não queria carregar uma dúvida sobre o que teria acontecido se tivesse dito e não ocultado sobre a gravidez? Talvez fosse porque sentia que o alfa tinha direito de saber? Talvez fosse porque não sentia que conseguiria lidar sozinho com um bebê e com todos os gastos?

E tendo em mente esse último motivo, caso Katsuki não quisesse saber do bebê, ele sentia que não conseguiria lidar com gastos, Shouto nunca trabalhou na vida e seria difícil arrumar um emprego sendo um ômega com um filho e não tendo formação, e deixar sua mãe arcando com as dispensas e com gastos de um bebê sozinha não era uma opção, então a solução seria não ficar com ele?

Mesmo estando ciente dessas possibilidades lá estava ele dentro do carro da mãe a caminho do apartamento do loiro, sentindo seu coração bater cada vez mais rápido contra o peito e suas mãos suarem à medida que chegava.

Quem dirigia o veículo não era ele, muito menos Rei, e sim Mitsuki. Um dia antes ele havia tido uma conversa com Rei sobre, disse que iria contar e perguntou se o carro dela, que estava em sua garagem improvisada, funcionava. A ômega respondeu que sim, e disse que iria pedir para Mitsuki ir consigo, ela não queria que ele fosse sozinho e que ficaria mais tranquila no trabalho sabendo que ele não estava sozinho pelas estradas.

Aceitou, até porque pelo jeito que ele agora vivia preso em seus próprios pensamentos e se desligava por alguns instantes facilmente, e pelo fato que também se encontrava naquele momento bastante inquieto e nervoso com a ideia de contar sobre algo tão sério ele poderia até bater o carro, ou algo semelhante. Mitsuki não parecia desgostada em levá-lo, na verdade, ainda era um pouco difícil para Shouto capturar algo com toda clareza em suas expressões e seus gestos, ela era uma pessoa, de certa forma, misteriosa.

Mitsuki ficaria temporariamente na casa de Rei até dezembro pelo o que ele entendeu quando prestou atenção nas conversas constantes que as duas tinham. A ômega já iria vir para lá na véspera de Natal, como sempre fazia, mas resolveu que iria embora se o seu motorhome fosse consertado ainda nesse mês ou no início do mês seguinte no mínimo, se demorasse um pouco mais ela ficaria ali e no mês de janeiro iria cair na estrada.

CONSTANT BLOOM | BakutodoOnde histórias criam vida. Descubra agora