2.8

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Millie

— Finn, já estamos há uma hora dentro desse carro. Que lugar é esse que você quer me levar? - encostei minha cabeça no banco do carro.

— Já estamos chegando.

— Você disse isso já tem uns cinco minutos.

— Dessa vez é sério, já estamos chegando, falta bem pouco.

Bufei. Eu sou uma pessoa sem um pingo de paciência e que tem muita dificuldade em ficar quieta, odeio esperar e odeio surpresas, e Finn está fazendo os dois comigo.

Mas pelo visto, meu cérebro acha que ele é perfeito demais para que eu fique com raiva dele.

— Já te falaram que você não é muito paciente?

— Já e você não está ajudando mantendo todo esse mistério sobre para onde nós vamos.

Ele riu.

— Eu prometo que vai valer a pena e já estamos chegando.

Estreitei os olhos.

— Você não me engana mais, eu sei que falta um bilhão de horas mais ou menos, o seu "estamos quase chegando" dura uma vida toda!

Ele gargalhou.

— Nossa, que vida rápida - ele desligou o carro — Chegamos, sua reclamona.

Desviei meu olhar de Finn para a minha frente. Estávamos em frente a uma praia linda. As ondas quebravam no começo da praia. Os coqueiros balançavam com o vento que soprava por ali. O aroma de praia rapidamente invadiu as minhas narinas me trazendo um cheiro de infância.

Sorri com aquilo.

— Eu ouvi você comentando com o Jack na faculdade que queria muito vir até Coney Island, então eu resolvi fazer uma surpresa - ele me olhou inseguro — Talvez eu devesse ter perguntado antes porque você poderia não querer vir aqui comigo e...

— Finn - o interrompi — Essa foi a melhor surpresa que você podia ter feito pra mim - me aproximei e deixei um beijo na sua bochecha — E não teria pessoa melhor que você para vir até aqui comigo - ele sorriu — Só não deixa o Jack saber que eu disse isso.

Ele riu e concordou.

— Vai ser o nosso segredo - ele sorriu pra mim — Então vamos?

— Eu não trouxe nenhuma roupa de banho Finn. Na verdade eu não trouxe nenhuma outra roupa, já que você me fez pensar que iríamos para a faculdade - o fuzilei com o olhar — E estar com essas calças e esses tênis estão me matando de calor.

— Podemos passar em uma lojinha e comprar roupas frescas.

— Tudo bem.

Saímos do carro e começamos a caminhar para uma lojinha que tinha ali do lado.

— Você já tinha vindo aqui? - ele me perguntou.

— Eu vinha muito quando eu era pequena. Meus pais adoravam me trazer aqui - sorri me lembrando de quando minha mãe era viva e quando meu pai ainda não era um ser humano repugnante. — Passávamos o dia inteiro aqui. As vezes Noah vinha com seus pais e ficavamos brincando de guerra de areia - gargalhei — Éramos crianças estranhas.

Finn riu.

— Claro que não, vocês podiam fazer castelos de areias e esse tipo de coisas, mas vocês achavam que fazer guerra de areia era a melhor forma de utilizar a mesma.

Gargalhei.

— Ah, qual é! vai me dizer que você nunca fez nada estranho na infância?

— Bom, sim - ele colocou a mão no queixo — Quando eu estava no ensino fundamental, eu gostava de pedir os fios dos cabelos dos meus colegas.

Stand Out - FillieOnde histórias criam vida. Descubra agora