Stand Out - Fillie

3.3

Millie

— Você está se sentindo melhor? - Finn perguntou depois que eu terminei de beber o copo de água com açúcar que ele havia trazido para mim.

— Sim - sorri de leve — Obrigada por se preocupar tanto comigo - abaixei o olhar para as minhas mãos que estavam em cima do meu colo — Deve ser um saco pra você sempre ter que terminar as coisas desse jeito - olhei para Finn — Sempre tendo que cuida de mim - soltei uma pequena risada.

Ele ficou alguns segundos me encarando e eu acabei me perdendo em toda aquela profundeza castanha. Os olhos de Finn tinham algo, algo que eu não sabia explicar. Era como se todo o meu corpo estivesse flutuando e todas as minhas memórias ruins desaparecessem. Era como se ele me tirasse desse buraco escuro e me levasse para a luz. Era como se ele me salvasse.

— Millie - ele segurou as minhas mãos — Você tem que parar de agir como se fosse um peso para mim, porque você não é! E eu vou te salvar quantas vezes forem preciso. A única coisa que eu quero é que você esteja bem e segura. Sempre estarei do seu lado para tudo, nem que seja apenas para conversar sobre o clima - ele fez um leve carinho na minha mão — A única coisa que eu quero é você.

Sorri enquanto ele me falava isso. A verdade é que eu não estou acostumada a ser tratada como prioridades na vida das pessoas, então acabo pensando que sou um fardo. Mas Finn não me trata como se eu fosse um fardo. Ele me faz ter vontade de viver de novo.

Inesperadamente, pulei em seus braços trazendo o seu corpo para mais perto do meu. Eu o abracei com tanta força, o abracei como se minha vida dependesse daquilo, porque talvez dependesse.

— Obrigada.

Ele passou os braços em volta da minha cintura e me apertou mais ainda.

— Você não precisa me agradecer por isso. Me agradeça por ter alguém tão lindo como eu em sua vida

Separei seu abraço com uma gargalhada alta.

— Eu tenho que agradecer mesmo - apertei suas bochechas — Você é tão lindo que me faz querer te socar.

— Sua forma de me dizer que eu sou lindo é tão fofa - ele disse com dificuldade por eu estar segurando as suas bochechas.

Sorri.

— Bom - soltei as suas bochechas — Vamos indo? Já está ficando tarde.

Ele assentiu e então pegamos nossas respectivas mochilas e descemos até o andar de baixo.

Ao chegar na sala, estava quase alcançando a porta quando Finn me parou.

— Aonde você vai? - ele disse segurando o meu braço — Nós vamos tomar café primeiro.

Engoli em seco.

Merda.

Eu realmente gostei dos pais de Finn, apesar de eles me passarem a sensação de que se eu fizer algo de errado serei julgada por toda a vida. Eu apenas ficava nervosa na frente deles, quer dizer, eles não são nada com o que eu tenha que me preocupar, mas ainda sim, tenho medo de passar a impressão errada.

Assenti e deixei que Finn me guiasse até a sala de estar.

A sala era composta por uma grande mesa de doze cadeiras, quadros de pinturas antigas enfeitavam as grandes paredes brancas. Na mesa, diversos tipos de alimentos estavam distribuídos. Eu nunca tinha visto tanta comida assim na minha vida.

— Até que enfim, Wolfhard - o pai de Finn disse assim que sentamos em nossos lugares.

Finn sorriu preguiçoso para o pai.