CAPÍTULO 26

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Gael Magnar

Olho aquela casa cheia de homens engravatados, e outros parecendo tão confortáveis em seus blazers caros e camisas sociais, que meu primeiro instinto era sair correndo dali, voltar para casa e esperar pela Mia. Mas hoje ela escolheu ter uma noite de garotas com suas amigas, enquanto eu vinha para essa tortura da noite de jogos na casa do prefeito.

Claro que ter ficado em casa era sempre a minha melhor opção, mas depois que ganhei um motivo a mais para as minhas noites não mais solitárias, toda vez que eu precisava sair era uma tortura ainda maior do que já era. Está certo que ainda não fazia uma semana que a Mia dormia todas as noites na minha cama, porém já foi o suficiente para que eu sentisse falta quando isso não acontecesse, o que era o caso de hoje.

Caminho a passos lentos pela mansão, forço um aceno de cabeça cumprimentando alguns daqueles homens lá dentro, e evito qualquer contato maior com algum deles. Até que vejo Pablo Herrera em uma das salas laterias e desvio meus passos para o mais longe dali, fazendo uma nota mental para evitar encontrá-lo de frente está noite.

- Aqui está você. - Romero Diaz diz com um largo sorriso, enquanto se aproxima com dois copos de whisky em suas mãos, o qual ele estende um deles em minha direção - Como prometido, meu melhor Bourbon. A garrafa está no bar, só pedir para o garçom. - ele sussurra assim que para a um passo de mim.

Pego o copo com o líquido de cor âmbar e respiro aliviado por ter uma bebida que prestasse ao menos.

- Preciso ficar muito tempo por aqui? - questiono bebericando minha bebida, e o prefeito olha despreocupadamente em torno e volta com um leve sorriso.

- O suficiente para convencer alguns deles que você é um de nós, e conseguir alguma coisa.

Bebo um gole maior da bebida e tento não pensar o porque ele achava que eu ia conseguir algo entre aqueles velhos, se eu evitava a todo custo ficar perto deles, quem dirá puxar qualquer assunto.

- Eu vou precisar de um motivo a mais para continuar com isso. Só suas chantagens não vão me manter entretido por muito tempo. - respondo falando de uma forma que apenas ele pudesse me ouvir.

- Você terá muitos motivos depois disso. - seu sorriso sínico aparece outra vez - Basta mostrar sua amizade e parar com essa ideia de que vai poder se livrar de nós. Ou, alguns segredos do Norueguês podem ser revelados para além de Santa Marta.

Blefe. Isso era só um blefe. - penso comigo, pois tinha que ser. Ou esse maldito teria seus dias de vida contado. Mas entro em seu jogo e viro o resto da bebida em um único gole, controlando para não acabar com esse maldito bem ali.

- Vou buscar outra bebida. Essa acabou. - acabo falando entre dentes, mudando de assunto e saindo dali, enquanto deixo o prefeito com um meio sorriso convencido, achando que eu ia realmente cair em seu jogo.

E enquanto caminho até o bar, desviando de alguns velhos, me lembro de todos os motivos que me faziam estar ali. O abrigo, os garotos, a droga daqueles documentos, os assassinatos, o assassino que deveria estar aqui dentro rindo da minha cara por achar que eu levaria a culpa por ele, e claro, a Mia. Ela já tinha problemas demais, e ficar em uma cidade com um assassino a solta, aparentemente querendo derrubar seu tio e ameaçando sua família, já era um pouco demais.

Chego até o bar e peço uma dose do whisky e assim que me viro acabo vendo o tal do Pacho parado ao meu lado, recostado no balcão do bar.

GANGUESTER. Missão Colombiana - O Jogo De Conquista.Onde histórias criam vida. Descubra agora