CAPÍTULO 29

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Gael Magnar

Minha raiva está toda direcionada a força dos meus braços, enquanto soco sem parar, um soco atrás do outro, sequência e mais sequência sem parar, sem cansar, extravasando tudo aquilo que não me deixou dormir o resto da noite, que mal me deixou pensar durante manhã, e estava me tirando do sério. O saco de areia a minha frente treme sem parar, se fosse uma pessoa de verdade, a essas horas não restava mais nada dele ali, e minha sorte era que o couro que o revestia era de boa resistência e suportava meus golpes constantes.

O som dos meus golpes atingindo o saco de pancada é a única coisa que consigo ouvir, além dos sons que emito ao expirar o ar quando direciono o golpe. E ali minha mente esvazia, focada apenas no meu alvo a frente.

- Não queria ser, seja lá quem, você está imaginando nesse saco. - a voz do Mike vindo da porta da minha academia ecoa no ambiente, mas não perco meu foco.

- Ele ainda não tem um rosto, mas espero logo ter. - respondo entre minha respiração, e então paro quanto vejo o Mike entrar preocupado naquela sala de vidro ao lado da floresta, e seguro o saco para que ele pare de balançar, enquanto meu suor corre por todo meu corpo e goteja da minha testa, tentando controlar minha respiração pesada e ofegante.

- Onde estão suas adagas? - Mike é direto em sua pergunta que me faz olhar com estranheza para ele, não entendo o que ele poderia querer com elas.

- No lugar delas.

- Eu preciso vê-las.

Então, na mesma hora ele vira-se e sai da sala que mal acabou de entrar, o que me deixa curioso, e me faz arrancar as luvas com pressa jogando elas de qualquer jeito quando apresso meus passos atrás dele.

- O que você quer com elas? - questiono enquanto entramos na casa e depois seguimos para o que deveria ser um escritório, mas estava mais para uma biblioteca que eu mau usava nos últimos tempos.

- Eu quero vê-las, já disse.

Entramos no escritório e o Mike vai direto até a prateleira de livros. Ele remove alguns deles abrindo o fundo falso da prateleira que revelava o sistema de segurança do cofre.

Os únicos a saberem que a parede ao lado da prateleira de livros era um imenso cofre em toneladas de ferro, era o Mike e eu, além dos engenheiros e os funcionários que projetaram e construíram aquela casa, os quais foram bem pagos pelo silêncio deles.

O sistema então é desativado pela biometria da mão do Mike, que é o único além de mim que tem acesso a esse cofre, e a trava da parede ao lado se destrava nos permitindo abrir a porta de correr.

- Vai me dizer porque você quer tanto ver elas?

Mike puxa a porta com força e entra naquele cofre que não abria-mos a muito tempo, e assim que entro, com as luzes se ascendendo com os sensores, vejo que tudo se mantém em ordem.

Quando viemos de Belgrado para Santa Marta, trouxemos junto alguns dos nossos armamentos, munições, algumas jóias, barras de ouro, e coisas que estavam investido um tanto do nosso dinheiro que não estavam em contas nos paraísos fiscais. Mas ali dentro, também estavam minhas coleções de espadas, facas e adagas, coisas que eu tinha um apreço especial pois me lembravam de histórias que não reviveria mais.

GANGUESTER. Missão Colombiana - O Jogo De Conquista.Onde histórias criam vida. Descubra agora